A Praia do Cassino, a maior do mundo em extensão, fica na cidade de Rio Grande, no extremo sul do Rio Grande do Sul. São 240 quilômetros, desde o município do Rio Grande até o Chuí/Uruguai, descrita como a mais extensa faixa de areia pelo Guiness Book de 1994.
A história do Balneário Cassino remonta ao final do século XIX, quando ainda não existiam balneários na costa brasileira.
Cada vez mais o balneário foi ganhando adeptos e em 1885, aproveitando uma linha férrea que ligava Bagé a Rio Grande, através da Lei 1551, o poder público outorgou à Companhia Carris do Rio Grande o direito de explorar o balneário.
Inaugurado oficialmente em 1890, o Balneário Cassino abrangia 3 quilômetros da costa e possuía um hotel com 136 quartos, salões para concertos e bailes, salas de jogos e leitura e tudo mais que fosse necessário para receber os visitantes. Além do hotel, o balneário tinha também chalés de estilo suíço que tornavam o lugar ainda mais charmoso. Os visitantes eram transportados até a praia através de bondes puxados por burros que percorriam a avenida principal.
O Balneário Cassino recebeu esse nome devido aos jogos de roleta que eram realizados no Hotel Cassino (que atualmente faz parte do Hotel Atlântico) mas que foram proibidos em 1946. Em 1966, a Praia do Cassino foi palco do lançamento de foguetes da NASA durante um eclipse total do sol. Esse evento atraiu a presença de vários cientistas vindos dos Estados Unidos, do Japão e de países da Europa, além de vários curiosos. Isso fez com que Rio Grande fosse a primeira cidade brasileira usada como base para o lançamento de foguetes espaciais pela NASA.
Vagonetas
Ao chegar ao início dos molhes da barra, logo se avistam vagonetas e vagoneteiros prontos para conduzir os visitantes ao encontro das belezas da vida marinha que se pode observar na praia do Cassino.
E Cassino tem história: é considerado o balneário marítimo mais antigo do Brasil, com 133 anos.
A visão do encontro do Oceano Atlântico com a Lagoa dos Patos, a maior lagoa costeira da América do Sul, faz do passeio (4 km) de vagoneta realizado no balneário Cassino um dos mais procurados, já que é possível visualizar navios entrando no canal de acesso ao Porto do Rio Grande, aves da fauna local, como gaivotas e andorinhas do mar e principalmente a área de descanso e alimentação de leões e lobos marinhos.
Navio
O navio Altair, embarcação encalhada desde junho de 1976 no Cassino, sofre com a ação do tempo e da maresia e lentamente vai desaparecendo na areia. Quem passa pelo local, 12 quilômetros ao sul da estátua de Iemanjá, enxerga um esboço do que ele foi um dia, já que seus destroços exibem os efeitos da corrosão à beira-mar. Na praia, virou costume tirar foto junto aos mastros enferrujados e cada vez menos reconhecíveis. O local também é muito procurado para a pescaria esportiva, já que buracos no entorno facilitam a concentração de peixes O
Abismo horizontal
A praia do Cassino, na sua extensão até o Chuí é conhecida pelos aventureiros como “abismo horizontal” por ser uma grande extensão costeira, praticamente, sem habitantes. Esta gleba de terras localiza-se dentro do que foi chamado de “Campos Neutrais” pelo Tratado de Santo Ildefonso (1777), a uma faixa de terra desabitada no Sul do Estado do Rio Grande do Sul cuja posse não seria de nenhuma das partes em conflito, (Portugal e Espanha). A Espanha também teve posse das terras do sul do RS.
A cidade de Rio Grande ficou 13 anos sob a posse dos Espanhóis. Alguns lugares sinalizam muito bem esse fato histórico. No distrito do Taim, que pertence a Rio Grande e que margeia a Lagoa Mirim, tem uma praia chamada de “praia da Capilla” em alusão a capela construída pelos espanhóis e que hoje encontra-se totalmente restaurada.
Algumas imagens da praia do Cassino podem ser vistas nestes dois vídeos: https://www.youtube.com/watch?v=tYBOZ9Dqubo
(Pesquisa feita por Rubens M S Franken, em 06/06/2023)
Mudança para o Cassino…
Foram dois fatores que levaram-me a mudar para a Praia do Cassino.
O primeiro foi o fato de querer viver, após a aposentadoria, em um lugar com mais qualidade de vida, no litoral.
O segundo motivo foi o resultado de uma pesquisa por imóveis, feitas no litoral de SC e do RS. Na época Rio Grande passava por uma baixa nos preços de imóveis, em função do fechamento do Polo Naval, (efeito devastador da Lava Jato), quando 27 mil pessoas perderam o emprego.
Muitas pessoas que tinham a sua profissão ligada a indústria naval, mudaram-se da cidade. A lei da oferta e da procura fez o resto: imóveis desocupados no Cassino baixaram de preços. Depois que mudei, veio o encantamento ao conhecer as riquezas da região das águas.
Rio Grande é uma península dentro da Laguna dos Patos, além disso, tem a Ilhas dos Marinheiros, do Machadinho e a do Torotama, formando um arquipélago lacustre Riograndino. A 20 km do centro da cidade fica a Praia do Casino. A maior praia em extensão do mundo, segundo o Guiness Boock. Tem ainda algumas outras pequenas lagoas. Também pertence ao município de Rio Grande a reserva do Taim, que abriga a bela Praia da Capilla, na Lagoa Mirim.
A Lagoa Mirim, fica uma parte no Brasil e outra dentro do território uruguaio, onde denomina-se Lago Merín. Quem conhece as belezas arquitetônicas, históricas e naturais da região fica encantado. Além disso, a proximidade com o Uruguai nos proporciona ir lá e voltar, no mesmo dia, para compras ou passeios.
Fotos: arquivo pessoal Rubens Franken
Autor: Rubens Mário dos Santos Franken, autor da crônica 1824- 2024: duzentos anos de imigração alemã no Brasil: https://www.neipies.com/1824-2024-duzentos-anos-da-imigracao-alema-no-brasil/
Edição: A.R.
É sempre uma alegria socializar com o público as minhas experiências. Um abraço e muito obrigado pela leitura.
É sempre uma alegria socializar com o público as minhas experiências. Um abraço e muito obrigado pela leitura.
Como sempre vc demonstra o amor pela minha, pela tua praia, pelo nosso amado Cassino, parabéns pela matéria.
Linda demais. Parabéns pela divulgação.