Não sou candidato a prefeito de nenhuma cidade neste país. Mas empresto, generosamente, reflexões que me levaram a escrever texto que gostaria de ouvir dos candidatos a prefeito de todas as cidades deste país para que busquemos educação com qualidade social.
Tenho respeito aos grandes e bons discursos.
Refiro-me aos discursos de Martin Luther King (tenho um sonho que meus quatro filhinhos, um dia, viverão numa nação onde não serão julgados pela cor de sua pele e sim pelo conteúdo de seu caráter.) e “Último discurso” de Charles Chaplin (mais do que máquinas, precisamos de humanidade).
Divulgo esta carta para que possa ser lida (até copiada) por candidatos e candidatas que verdadeiramente tenham compromisso com a educação.
Caros professores e professoras de minha cidade.
“Nestas eleições municipais venho reafirmar crenças na educação e nos principais agentes dela: os professores e professoras.
Sei que a educação não é salvação para os problemas deste país, mas também sei que sem ela não avançaremos no progresso, na cidadania, no trabalho e na democracia.
Paulo Freire ensinou que “a educação não muda o mundo. A educação muda as pessoas e as pessoas (se quiserem) mudam o mundo”.
Este pedagogo brasileiro também afirmou: “se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela, tampouco, a sociedade muda.” Digo-vos isso para que tenhamos a real dimensão da importância da educação em nossa cidade.
Os educadores estão dentre os maiores interessados em qualidade na educação – a escola carrega potenciais de sua satisfação-, uma vez que o fracasso dos educandos também representa o seu próprio fracasso. Quem ganha com a desqualificação da educação pública? Quem ganha quando os professores e professoras não são tratados com a dignidade que merecem?
Quem goza de alguma vantagem quando os alunos de nossas escolas saem delas sem condições de ler e interpretar o mundo, para melhor inserir-se nele? Ninguém, muito menos os professores ou os alunos, ou a sociedade. E, muito menos, o prefeito desta cidade.
Os professores exercem influência na vida das crianças, adolescentes e jovens, mas não é verdade que têm poder de formar seguidores de sua ideologia e de que a escola deve ser sem partido.
Veja meu artigo sobre: Educação pública: de qualidade social
O político na educação, todos sabem, refere-se às ações e intervenções na sociedade, ou seja, possibilidades de mudança concreta na vida das pessoas.
O verdadeiro temor dos defensores desta absurda ideia de controlar a escola pública é que ela tenha qualidade social. Qualidade social na educação é aquela qualidade que interessa a toda comunidade escolar, não de quem quer controlá-la.
Diante do que já falei, quero afirmar meus compromissos com a educação municipal e com seus principais agentes: os professores e professoras das escolas municipais.
No meu governo, vocês terão liberdade de ensinar. Os aumentos de vossos salários continuarão respeitando, no mínimo, os reajustes do Piso Nacional dos Professores.
As deliberações do Plano Municipal de Educação serão respeitadas, porque também foram construídas junto com os professores e professoras.
Além disso, cuidarei das nossas escolas e dos professores sempre pensando no bem-estar de nossas famílias e de nossas crianças que tem na escola um lugar onde se semeiam sonhos e se colhem os frutos da cidadania, do trabalho e da participação na sociedade.
Uma educação de qualidade social se faz com participação de toda comunidade escolar, com propostas pedagógicas claras e consistentes, com escolas bem organizadas, pintadas e bonitas, com respeito e tratamento digno aos profissionais da educação.
Faremos a melhor educação que nossa cidade e as nossas crianças merecem, por direito seu, e dever do estado.