Os pais estão digitalmente distraídos, indulgentes,
permissivos e deixam as crianças e jovens governarem
o mundo e suas vidas, sem que se estabeleçam regras.
Nossos adolescentes estão em estado emocional muito triste, atualmente houve um aumento muito grande das doenças mentais na infância e agora na adolescência.
Um levantamento de dados estatísticos mostra que a cada 5 crianças 1 tem problemas de saúde mental, um aumento de 43% no TDAH (Transtorno de Hiperatividade e Déficit de Atenção) e um aumento de 37% de depressão em adolescentes e pior ainda um aumento de 200% em taxa de suicídio em crianças de 10 a 14 anos de idade.
Os adolescentes já estão com uma carga de problemas emocionais muito grandes, não sabem resolver seus problemas, não conseguem ser firmes em suas escolhas e não tem perspectiva de futuro, faltam-lhes objetivos, faltam-lhes pais emocionalmente disponíveis, limites claramente definidos, responsabilidades, alimentação equilibrada, sono adequado, exercícios ao ar livre, interação social e espaço para que possam demonstrar raiva e tédio.
É uma realidade que os pais estão digitalmente distraídos, indulgentes, permissivos e que deixam as crianças e jovens governarem o mundo e suas vidas, sem que se estabeleçam regras, todos podem obter tudo sem o direito de merecê-lo ou ser responsável por merecê-lo.
O que realmente importa para seu filho | Marcos Piangers
Um em cada três adolescentes brasileiros sofre de Transtorno Mentais Comum (TCM) caracterizado por tristeza frequente, dificuldade de se concentrar ou para dormir, falta de disposição para tarefas do dia a dia, entre outros sintomas.
Uma pesquisa no Brasil analisou 85 mil jovens de 12 a 17 anos de escolas públicas e privadas para levantar sintomas que podem provocar riscos cardiovasculares em adolescentes, e entre eles estão os TCM, por causa do desequilíbrio hormonal que podem provocar obesidade, hipertensão e tabagismo. Estes sintomas não podem caracterizar depressão porque são muito silenciosos, mas podem levar estes jovens a abandonar suas escolas por dificuldades de adaptação. Também podem ser a ferida emocional da depressão, da dificuldade de relacionamento e do abuso de drogas no início da vida adulta.
Segundo a Coordenadora desta pesquisa, a epidemiologista Katia Bloch da Universidade Federal do Rio de Janeiro, embora seja difícil determinar as causas do elevado índice de transtornos – por se tratar de um estudo quantitativo- os resultados nos alertam:
“É uma via de mão dupla: tanto os transtornos mentais comuns podem ser fator de risco para doenças cardiovasculares, por conta de uma mudança nos hormônios, quanto essas doenças cardiovasculares podem acabar provocando algum transtorno mental. Quem tem obesidade, por exemplo, pode vir a sofrer de TMC ou até depressão como consequência — destaca ela.
“Não precisamos ficar horas com nossos filhos, se ficarmos minutos, e estes minutos juntos emocionalmente, então estaremos, sim, amando e demonstrando esse sentimento por eles, o tempo não precisa ser medido, precisa ser vivido.
Devemos ensinar responsabilidade e independência, todos devem ter tarefas, afazeres, assim os pequenos momentos de ensinamentos se transformam em momentos de carinho, atenção e dedicação. Não podemos protegê-los de todos os problemas e frustrações, errar os ensinará a resiliência e a aprender a superar os desafios da vida. As decepções os ensinarão a lidar com os problemas e liberar o tédio, isso despertará a criatividade.
Se evitarmos o uso da tecnologia nos momentos de silêncio durante as refeições, nas horas de tristeza estaremos ensinando como funcionar quando estiverem no “modo tédio”. Ajude-os a ter uma reserva de atividades para quando estiverem entediados. Esteja emocionalmente disponível para se conectar com eles, ensinar-lhes a auto-regulação e habilidades socioemocionais.
Torne-se um regulador, um treinador ou um coaching emocional de seus filhos, ensine-os a reconhecer e gerenciar suas próprias frustrações e raiva. Conecte-se emocionalmente com seus filhos, demonstre seus sentimentos, diga que os ama, seja emocionalmente a referência de equilíbrio e boas maneiras”.
O maior legado que você poderá deixar para o mundo, não é o dinheiro, os bens materiais que você deixará para seus filhos, mas que tipo de filhos você deixará para o mundo.