Vejam a que ponto chegamos.
Uma espécie de “golpe branco”,
ao se confirmar o que dizem os analistas.
O episódio da ameaça, não confirmada, de demissão do ministro Mandetta pelo presidente, que alardeou poder dizendo-se ser o dono da caneta, deixou dúvidas ou quase uma certeza; Bolsonaro passou a ser uma figura decorativa!
Todos os indicativos revelam que os comandantes militares, tendo à frente o Gen. Braga Neto, assumiram o comando do governo. Seria Braga Neto uma espécie de eminência parda do governo, como Golbery na ditadura militar? Golbery montou e desmontou a ditadura.
“O primeiro a dar uma resposta foi Luis Nassif, que deu em manchete no seu site: “Acordo das Forças Armadas coloca Braga Netto como `presidente operacional´” O que é isso? Nunca tinha ouvido falar nessa expressão, mas o colega deu detalhes: “Oficialmente, o general de Exército Braga Netto assumiu o comando do governo Bolsonaro em cargo que os meios militares estão chamando de Estado-Maior do Planalto”. (Ricardo Kotscho)
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Ao que parece será permitido a Bolsonaro dar suas caóticas entrevistas, cercado por um grupo selecionado para aplaudi-lo e agredir a imprensa. Nelas ele fará o que sabe e o que mais gosta de fazer, isto é, inventar teorias conspiratórias, acusar os comunistas, ofender as pessoas e dar demonstrações públicas de sua paranoia.
Vejam a que ponto chegamos. Uma espécie de “golpe branco”, ao se confirmar o que dizem os analistas. Convenhamos, aos olhos do mundo o Brasil, mostra-se como uma nave desgovernada e aquele que haveria de ser o timoneiro está completamente perdido na névoa de sua demência.
Até aqui, recusa-se a entender que sua inépcia põe vidas em risco. Pior. Coloca-se contra todas as evidências da ciência, contra seu ministro da Saúde, contra a OMS, baseando-se nos palpites do lunático Olavo de Carvalho e dos filhos, todos de uma formação científica invejável. Ulala!!
Desde sua posse Bolsonaro é assessorado por um grupo ideológico que nunca escondeu seu sectarismo, medievalismo e ódio. Nada mais perigoso do que a ignorância sincera. O país está cansado de sucessivas truculências e imprudências, atitudes alopradas e irresponsáveis, criminosas mesmo. Enfim, o presidente foi construindo seu próprio isolamento.
Estamos vivendo uma situação social semelhante àquela retratada por Machado de Assis no conto O Alienista, onde há um entra e sai do hospício administrado por um maluco.
Diante deste quadro, mais uma vez as forças que historicamente derrubam presidentes no Brasil, desde o século XX, parecem prontas e cada vez mais dispostas a aplicar os velhos métodos e dispositivos contra Bolsonaro.
É bem verdade que este abriu todos os flancos possíveis. Assim, seu afastamento não será nenhuma surpresa. Ou terá que se resignar a ser transformado numa espécie de Rainha da Inglaterra, que reina, mas não governa. A quem diga que o papel ideal seria o de bobo da corte!
Deixem de se preocupar com Bolsonaro, que está sob controle dos militares e do Supremo. Preocupem-se com os 33% que ainda apoiam Bolsonaro, não desistem do sujeito e dão sobrevida aos desatinos do pai e dos filhos. Bolsonaro é a expressão desse um terço da população, e não o contrário. Sem eles, Bolsonaro não seria nada. (Moisés Mendes)
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