Marco Weissheimer, jornalista respeitado no RS do Sul 21, em passagem por Passo Fundo, sua cidade natal, declarou, de forma breve e consistente, como vê a realidade das milhares de pessoas que não tem garantido o direito humano à moradia adequada.

Acompanhado por Erviton Quartieri, estudante do Curso de Publicidade e Propaganda da UPF (Universidade de Passo Fundo), percorreu as principais ocupações da cidade realizando uma rica, séria e instigativa reportagem que gerou três publicações no Sul21.

Gentilmente, Marco Weissheimer respondeu a três questões que a ele formulamos.

 

Como foi a experiência de produzir uma reportagem audiovisual de uma triste realidade social de sua cidade natal?

Foi uma experiência especial. Eu iniciei meu trabalho como jornalista, no jornal O Nacional, cobrindo a ocupação da Fazenda Annoni pelos sem-terra. Até hoje, não havia tido contato direto com a realidade das ocupações urbanas em Passo Fundo. É uma realidade impactante e, me parece, desconhecida por boa parte da população da própria cidade.

 

Conhecendo a realidade social (e habitacional, neste caso) da grande região metropolitana, quais são os desafios comuns destas diferentes realidades?

O primeiro dele é resolver o problema de moradia das pessoas. É um direito básico e o fato dele não estar sendo concretizado é um indicador do grau de atraso da sociedade brasileira. Para isso possa ocorrer é preciso, entre outras coisas, tirar essas famílias da invisibilidade (daí a importância de produzir reportagens, documentários, textos, etc.) e envolver a população em um debate sobre a cidade.

 

“Outra tarefa é denunciar e combater a criminalização dos movimentos sociais envolvidos na luta por moradia e de seus ativistas. Esse último ponto exige uma mudança profunda na mentalidade do Poder Judiciário que segue, em muitos casos, tratando problemas sociais como caso de polícia”.

 

Por que os direitos sociais, no caso específico direito humano por moradia adequada, ainda tem enfrentado tantos desafios para sua implantação?

Porque o Brasil tem uma elite violenta e racista que não está nem aí para o povo pobre. Esse direito, como em geral acontece, terá que ser conquistado enfrentando essa elite e as suas estruturas de poder.

 

Veja mais sobre o tema.

http://www.sul21.com.br/jornal/com-mais-de-50-ocupacoes-passo-fundo-vive-um-dos-maiores-conflitos-fundiarios-urbanos-do-rs/

Documentário “Terra Ocupada”.

Ocupação Pinheirinho Toledo.

 

 

 

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