Reflexões de dias iniciais de mais um ano

457

Em cada ano que começa, fizemos registros de todo tipo. Renovamos propósitos, projetamos ações, temos novas ideias, que se misturam com o saldo das antigas. No horizonte do tempo, aparecem lembranças, nem todas boas, mas são nossas.

Ao contemplar uma natureza acolhedora, sentindo o azul do mar envolto no azul do céu, sinto as melhores emoções. Observar a natureza, leva-me a refletir que, se bem cuidada, pode nos trazer todos os benefícios.

O pensar e o agir em relação à preservação do planeta torna-se um compromisso de sobrevivência nossa e dos que nos sucederem, através dos tempos.

Criar ou estimular uma cultura de cuidado é estabelecer vínculos de valores. Isso se faz necessário em relação à natureza, porque esses vínculos se estabelecem no cotidiano e na história de vida das pessoas, auxiliando na formulação de princípios. Cultivar valores, como o cuidado com a natureza e com todas as suas formas de vida é, sobretudo, estabelecer práticas de solidariedade e fortalecer convívios de cooperação inteligente, além das tecnologias.

Conseguiremos, portanto, deixar uma herança de cuidado e serenidade para as futuras gerações. Elas receberão uma natureza com vitalidade e frutos necessários para o bem viver.

Nossos filhos e netos se sentirão gratificados com essa herança, como um prêmio à vida.

Em cada ano que começa, fizemos registros de todo tipo. Renovamos propósitos, projetamos ações, temos novas ideias, que se misturam com o saldo das antigas. No horizonte do tempo, aparecem lembranças, nem todas boas, mas são nossas. Algumas ficam guardadas, outras esquecidas, na mesma dinâmica que a vida se renova na natureza. Tudo exige cuidado e busca do bem viver para que novas semeaduras, produzam novos frutos.

As dissonâncias, as dicotomias, os desacordos permitem as harmonias, os encontros, as serenidades. Tudo isso é a viagem da vida. Às vezes, calma e célere, escura e luminosa, opaca e transparente, tanto na terra, quanto nos oceanos. Construímos várias sínteses.

Sabemos, como afirma Frei Betto, que não veremos a colheita, mas não podemos desistir de sermos sementes. Semear não será em vão. Alguém irá se beneficiar e colherá os frutos das sementes que plantamos.

Um dos nossos desafios deste tempo é a continuidade do que faz bem. Ao assumirmos plantar as sementes necessárias, responderemos este desafio, tendo em vista os resultados preciosos para a continuidade da vida boa. Poderemos acreditar que a natureza agradecerá nosso legado.

Assim viveremos mais um dos nossos primeiros meses do ano.

Autora: Cecilia Pires. Também escreveu e publicou no site “Questões e reflexões sobre o corpo feminino”: www.neipies.com/questoes-e-reflexoes-sobre-o-corpo-feminino/

Edição: A. R.

DEIXE UMA RESPOSTA