Relações e diferenças entre o virtual, o digital e o material

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Precisamos nos orientar e nos sintonizar com o sentido para o digital, que se caracteriza por representar uma realidade física, mas indica um sentido e uma realidade que não é mais material, como por exemplo, auditório ou sala.

Ludwig Wittgenstein (1889-1951) ensina sobre o poder da linguagem em geral e das palavras, em específico, na simbolização e representação do mundo. A primeira fase da sua produção filosófica foi dedicada para buscar um sentido lógico, objetivo, universal para a linguagem.

Seu objetivo estava inserido em um movimento filosófico que almejava construir uma linguagem exata, sem ambiguidades para esclarecer de modo universal os grandes problemas filosóficos e existenciais. Após realizar o percurso da sua construção demonstrou que não é possível construir uma linguagem, lógica, exata, universalmente válida.

Na segunda fase da sua construção filosófica, Wittgenstein continua afirmando a centralidade da linguagem como uma construção cultural e ponto de partida para representar nosso pensamento. Deste modo, o sentido da linguagem não está restrito ao determinado pela gramática ou por leis universais, mas se estabelece a partir do contexto em que é usado.

A valorização da linguagem, do poder das palavras, não é uma inovação deste brilhante pensador austríaco, pois foi difundido pelo platonismo, pelo cristianismo e continua sendo criteriosamente usado pelos grupos e instituições de comunicação.

As transformações decorrentes da digitalização, potencializadas com ampliação no uso da internet, sugerem que estamos inseridos na culminância de uma mudança de época. Para compreendermos este mundo em mudança, no qual estamos inseridos, precisamos perceber que a linguagem em geral e as palavras em específico têm grande impacto em nossas vidas.

Este impacto, demonstrado pelo platonismo, pelo cristianismo e pelos filósofos da linguagem, salienta a relevância de pensar no sentido e nos novos sentidos para as palavras. Podemos pensar, por exemplo, no sentido da   palavra “auditório”.

O sentido de auditório, deixou de ser apenas um lugar físico, apesar da continuidade da sua existência material. Importante, também, nos atentarmos para o sentido da palavra “virtual”, cujo sentido se vincula ao imaginário, sem vinculação material.

Por fim, e com muita centralidade em nosso cotidiano atual, precisamos nos orientar e nos sintonizar com o sentido para o digital, que se caracteriza por representar uma realidade física, mas indica um sentido e uma realidade que não é mais material, como por exemplo auditório ou sala.

Nesse ativismo exagerado, existem poucos espaços para o autocuidado em todas as suas formas. Numa época de mudanças profundas, desafiados a desenvolver nossa resiliência, devemos pensar e ajustar nossa organização em todos os níveis, com disciplina, para que se transforme, a médio prazo, em hábitos sustentáveis. Leia mais!

Autor: Israel Kujawa

Edição: Alex Rosset

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