O direito de migrar é universal.
Nenhum ser humano é ilegal.
É dever do Brasil, signatário de vários tratados internacionais que reconhecem
esse direito, garantir a segurança e os direitos dos migrantes no país.
A face cruel do capitalismo não irá barbarizar nossa humanidade.

 

A violência xenofóbica-barbárica atravessou o Atlântico e aportou no Brasil. No sábado [18] um grupo de moradores da cidade de Pacaraima, Estado de Roraima, atacou com paus, pedras e bombas caseiras centenas de famílias de venezuelanos, inclusive mulheres e crianças que estavam acampados na cidade. Os refugiados tiveram suas barracas incendiadas e foram expulsos até o limite da fronteira. O fútil motivo detonador do conflito, um suposto assalto cometido por um refugiado venezuelano contra um comerciante da cidade, sequer foi comprovado.

As agressões aos venezuelanos [as] aconteceram com a vergonhosa e covarde complacência das forças de segurança locais, do Exército, com a conivência da governadora Suely Campos [PP] e da total inoperância do governo federal.

Atitudes xenofóbicas como a ocorrida em Pacaraima é um subproduto da crise sistêmica do capital que, desde 2008, tem aumentado sobremaneira a exploração e opressão dos povos, indiferente de sua nacionalidade, para garantir manutenção da lucratividade dos ricos e poderosos que não passam de 1% da população total do planeta, deixando por onde passam um rastro de destruição, miséria, sofrimento e mortes.

O ato de brutalidade foi metodicamente organizado por políticos locais criminosos e latifundiários assassinos. Foi uma selvageria contra os imigrantes venezuelanos que vivem em situação de extrema precariedade. Foi uma expressão clara da barbárie devido à falência agônica do modelo de organização social capitalista, materializada há tempos no velho continente. Agora está acontecendo no nosso país. Atitudes com estas são inaceitáveis e inadmissíveis.

O problema não são os refugiados. O problema é o capital!

A crise humanitária em todo o mundo é uma triste realidade nos dias atuais. Presenciamos a alguns anos refugiados sírios e africanos sendo vitimados por chauvinistas extremados nas mais diversas nações da Europa.

Culpá-los pela crise econômica sistêmica do capital no seu estágio da barbárie, que os forçam a abandonar sua terra-mãe em busca de sobrevivência em outro território, é ser signatário da sandice xenofóbica. Não podemos aceitar. No final das contas somos todos [as] vítimas da ganância dos trustes [monopólios e oligopólios], banqueiros internacionais e nacionais, latifundiários e grandes empresários.

O direito de migrar é universal. Nenhum ser humano é ilegal. É dever do Brasil, signatário de vários tratados internacionais que reconhecem esse direito, garantir a segurança e os direitos dos migrantes no país. A face cruel do capitalismo não irá barbarizar nossa humanidade.

Devemos combater o sistema que nos oprime, verdadeiro responsável pelo aumento da miserabilidade social, e não iniciar um processo de “autoextermínio” de pobres e miseráveis brasileiros contra miseráveis e pobres venezuelanos.

Devemos unir todos os oprimidos e explorados brasileiros e venezuelanos para lutar por emprego e direitos.  A crise humanitária não é venezuelana, mas de todos os trabalhadores e pobres que são sugados e depois descartados pelo capital.

Repudiamos com todas nossas forças e energias, a agressão contra os venezuelanos assim como repudiamos com a mesma intensidade as atitudes desumanas, criminosas e assassinas de vários governantes da Europa contra os refugiados das mais diversas nacionalidades, sobretudo sírios e africanos.

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