Amar é derramar a alma em sua exuberância. É por isso que o amor é uma celebração que acontece além de determinações. É força vital.
O amor não precisa de um dia especial. Ele é celebrado na vida, enquanto ela acontecer. Amar é conferir sentido ao mundo que compreendemos e construímos. É por isso que o amor traz à tona significados ainda não presentes.
Na experiência do amor, não há lugar para preconceitos. As atitudes discriminatórias funcionam com uma espécie de caixas em que as pessoas são colocadas, ou como um coador em que são retidos os elementos que não interessam aos preconceituosos.
Há momentos em que se faz necessário exercitar a rebeldia, para afirmar o lugar do amor e descontinuar entendimentos corrosivos entre os humanos. O amor busca como meta a felicidade que se associa à liberdade, na afirmação da experiência amorosa.
Nem sempre em nossas contingências conseguimos o tempo suficiente para nos entendermos como seres do amor. Até porque o amor não é tangível, não é tátil, não é uma coisa a ser adquirida. Ele é experienciado no mundo dos afetos, como um sentimento que nos toca na interioridade mais profunda. Este é o sentido de transformação que o amor produz na vida das pessoas.
E, sobretudo pela sua gratuidade, a celebração do amor requer quase uma liturgia própria, uma ritualização compreensiva de sonhos, desejos, projetos, cuidados, saberes e acolhida. Amar é cuidar de modo singular. É por isso que amamos com muita intensidade e generosidade.
Somos sujeitos que temos capacidade de amar, porque construímos significados na vivência do amor. Não amamos por recursos à retórica, ou por dedução lógica, nem por ritos programados, mas porque somos inclinados a captar a essência do amor como um ato humano de dignidade e de liberdade.
Conseguimos, portanto, dimensionar a amplitude do amor, que não se reduz simplesmente a uma troca de emoções entusiasmadas, mas porque reconhecemos no conforto que o amor produz entre os humanos, a solenidade de uma proteção efetiva, uma proteção de alma, tal como a pele protege os ossos.
Essa proteção é experimentada pelos que aceitam viver a experiência de acolhida e de cuidado, em que o amor realiza sua celebração de forma ímpar. Amar é derramar a alma em sua exuberância. É por isso que o amor é uma celebração que acontece além de determinações. É força vital.
Assista e ouça: canção Amar, Roupa Nova. https://youtu.be/8A67cyyJAkk?t=127
Autora: Cecilia Pires