Os profissionais da educação precisam
comer, vestir, morar e pagar seus
encargos financeiros.
Precisam viver com dignidade.
A educação é importante e os professores também.
Acompanhamos a reação da sociedade ao projeto publicado pelo Governo do Estado em relação aos funcionários públicos, atingindo de forma mais direta os profissionais da educação.
Neste caso, tomemos o cuidado de não analisar a questão de forma isolada ou a partir de interesses particulares.
O Brasil tem se caracterizado pelo desleixo em relação à educação, sobretudo de parte do Governo Federal. Algumas iniciativas pontuais não têm sido suficientes para suprir o déficit histórico.
Para agravar a situação, no ano de 2016 foi aprovada a PEC 95 que autorizou o limite de gastos do governo e esta lei também atingiu os gastos com educação.
O atual chefe do Ministério da Educação tem se protagonizado mais por revelar disparates e preconceitos divulgados em redes sociais do que por apresentar projetos consistentes voltados ao ensino. É o cenário atual da educação no Brasil.
Para a ANPOF (Associação Nacional de Pós-Graduação em Filosofia), a fim de justificar a diminuição dos gastos com as Humanidades, o ministro fez uma fala inconsistente e desrespeitosa, que demonstra inaceitável desconhecimento da área.
Estas dissonâncias repercutem nos níveis de aprendizado dos alunos do ensino fundamental e médio e interferem também na qualidade do trabalho nas universidades.
Os governantes ainda não estão convencidos da necessidade de investimento na educação. Seria um investimento que abriria caminhos promissores para o Brasil. Um jovem bem formado em todas as dimensões é riqueza imensurável.
O investimento favorece não só o jovem, mas a nação. Não é um gasto sem sentido, que não dá retorno. O investimento abre caminhos, sugere outros processos, dá retorno. Os valores não se perdem, mas se transformam em oportunidades.
No caso do nosso estado (RS), vê-se a continuidade do parcelamento salarial que também atinge os profissionais da educação. É muito difícil um profissional trabalhar com zelo e equilíbrio emocional, ganhando pouco ou com salário atrasado.
É um grito de socorro para salvar a escola pública e os sonhos de milhões de gaúchos que dependem de uma educação gratuita e de qualidade. Resistimos para não deixar de existir. (Helenir Oliveira, professora da rede estadual e presidente do CPERS/Sindicato)
Os profissionais da educação precisam comer, vestir, morar e pagar seus encargos financeiros. Precisam viver com dignidade. Quem é assalariado sabe o que significa a falta de dinheiro no final do mês.
Sejamos solidários aos professores nas suas ações para salvaguardar direitos. Compreendamos a importância da educação para o futuro de um país. Uma boa educação se estrutura com profissionais respeitados e valorizados pelo que fazem.