Cada pessoa que cruza nosso caminho traz lições. Algumas nos ensinam, outras aprendem conosco.
Com os ingratos, aprendi que o bem que fazemos é nossa recompensa, enquanto a gratidão é um bônus raro. Onde há bondade, não se cobra reconhecimento. O bem pode ser esquecido ao menor deslize, sendo tomado como dever, enquanto o erro é visto como atestado de caráter. Ainda assim, vale a pena fazer o bem, mesmo que poucos reconheçam.
Com os orgulhosos, aprendi o valor da humildade verdadeira, que não significa diminuir-se, mas reconhecer suas limitações.
Com os difamadores de plantão, percebi que justificativas são inúteis para quem deseja apenas manter sua “superioridade moral.” Na raiz da difamação, está a inveja — incomodam-se mais com nossas virtudes do que com nossas falhas.
Com os invejosos, entendi que minha própria ostentação pode ter alimentado o ressentimento alheio.
Com os considerados mentirosos, aprendi que, muitas vezes, a mentira surge da pressão que fazemos para que as pessoas revelem o que preferem guardar para si. Não é sempre falta de caráter, mas uma defesa.
Com os interesseiros, entendi que dizer “não” é um filtro poderoso: fica quem realmente se importa conosco, não com o que podemos oferecer.
Com os desafetos, aprendi o valor de um inimigo franco comparado a um amigo desleal.
Mas, sobretudo, aprendi com aqueles que foram leais, presentes mesmo quando eu nada mais tinha a oferecer. Aprendi que o amor supera qualquer decepção e que, apesar das desilusões, vale insistir em amar. A vida, nosso maior professor, ensina que o amor é a lição suprema.
Autor: Hermes C. Fernandes. Também escreveu e publicou no site “Por um amor que vale a pena”: https://www.neipies.com/por-um-amor-que-vale-a-pena/
Edição: A. R.