Lutar pelos direitos humanos é uma
luta constante e isso engloba a luta por um mundo
onde ninguém possa ousar querer nos dizer como amar. 

 

Em 17 de maio de 1990 a Organização Mundial da Saúde (OMS) excluiu a homossexualidade da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID). Anos depois a data foi escolhida para festejar o Dia Internacional Contra a Homofobia.

Podemos entender por homofobia uma série de atitudes e sentimentos negativos em relação aos homossexuais, bissexuais, transgêneros e ou pessoas intersexuais. É um ódio imensurável e esse ódio mata. Vale pontuar que a maioria absoluta das pessoas que praticam homofobia não se vê como homofóbico.

O Brasil é o país que mais mata travestis e transexuais no mundo e estima-se que diariamente sejam registradas ao menos 5 denúncias de violência homofóbica. Grande parte das mortes são registradas por espancamento, tiro, asfixia ou facadas. Requintes de crueldade são comuns nos crimes.

Enquanto trago estas informações o número de LGBTs mortos em 2018 é de 177 e aumentando. De acordo com levantamento realizado pelo Grupo Gay da Bahia no ano passado 445 lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBTs) foram mortos em crimes motivados por homofobia. Os dados de 2017 representam um aumento de 30% em relação ao ano anterior, que registrou mais de 340 assassinatos. Em 2015 foram 319 LGBTs brutalmente mortos, contra 320 em 2014 e 314 em 2013.

O Brasil está entre os países que mais matam pessoas por serem elas mesmas, por buscarem amar e ser livremente. Ser homossexual no Brasil é um fator de risco, já que a cada 19 horas um LGBT é morto simplesmente por ser quem é. A cada 23 horas uma travesti é morta por crime de ódio em virtude da sua identidade de gênero, diferente do “tradicional”, que incomoda a ponto de matar e resulta em estatísticas alarmantes. Quem não integra os índices de pessoas assassinadas pela intolerância inevitavelmente já passou por outras formas de violência que pode ser física, psicológica ou verbal.

Isso é resultado da ignorância, da estupidez, da burrice e do ódio.

No Brasil a homofobia é institucional e os LGBTs são marginalizados em todos os espaços que tentam ocupar. A homofobia está muito longe de ser “minha opinião” e ao que parece, infelizmente, ainda está longe de ser de fato criminalizada.

Reproduzir discurso excludente, que oprime, julga ou debocha de LGBTs resulta em centenas de filhos, irmãos, primos, companheiros e amigos mortos dia após dia.

Sua piada mata.

Sua homofobia, disfarçada de “minha opinião,” mata.

Reflitam.

Lutar pelos direitos humanos é uma luta constante e isso engloba a luta por um mundo onde ninguém possa ousar querer nos dizer como amar.  Já dizia Johnny Hooker “um novo tempo há de vencer pra que a gente possa florescer e, baby, amar, amar, sem temer”.

Que assim seja.

Amem. (sem acento)

Organização Mundial da Saúde retira transexualidade da lista de transtornos mentais e abre nova categoria denominada saúde sexual. Veja mais aqui.

 

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