Estejamos dispostos a contribuir para que a humanidade
não se perca e torne tudo ainda mais difícil.
De posse das informações é possível sabermos
o rumo a seguir ou que atitudes tomar.
Estamos iniciando uma rotina de tempos difíceis. A pandemia (porque tem alcance mundial) do “corona vírus” ou COVID – 19, chegou ao Brasil. Serão tempos difíceis, contudo oportunidade de aprofundarmos o senso de responsabilidade e solidariedade; de formarmos uma grande aliança de proteção e cuidado com a vida, sobretudo dos mais frágeis. Para tanto urge algumas atitudes.
Primeiro exercitar a capacidade de escutar e discernir as informações que
chegam até nós. Acompanhar as orientações dos especialistas que já têm
conhecimento na área e que estão dando uma colaboração inigualável. Acolher
estas informações com humildade, porque são muito importantes nesta travessia
de enfermidade social. É a contribuição possível diante de uma chaga que nos
pegou de surpresa. São informações voltadas para o bem da população. Como estão
sendo divulgadas muitas informações equivocadas, é necessário o discernimento
para distinguir a verdade da mentira ou do equívoco.
Cabe atenção para não divulgarmos uma informação da qual não temos plena certeza da veracidade. Sejamos canais da boa informação e não da confusão.
O segundo passo é agir com solidariedade. O vírus está espalhado e se
não formos solidários acabaremos todos prejudicados. Aqui a solidariedade
implica em fazer o que é possível para facilitar a vida dos irmãos e irmãs e
também o trabalho das autoridades. Se é possível colaborar, mesmo que seja de
uma forma mínima, façamos isto com altruísmo e muito amor. O espírito de
colaboração estende-se para outras pequenas atitudes no nosso cotidiano.
Lembremos que é também um tempo de diferentes renúncias. Todos teremos que
renunciar a alguma coisa: vendas, lazer, estudos, convivências com amigos,
diversão, entre outras. Algumas iniciativas e processos ficarão parados. A vida
não será normal. Teremos algumas perdas. Elas são justificadas, se preservarmos
o bem maior que é a vida.
Outro passo importante é manter a serenidade. Em tempos difíceis não podemos
perder a calma ou a confiança. Estejamos dispostos a contribuir para que a
humanidade não se perca e torne tudo ainda mais difícil. De posse das
informações é possível sabermos o rumo a seguir ou que atitudes tomar.
Entretanto, façamos isso como muita serenidade.
Nos últimos anos parte do povo foi mordido pelo vírus da intolerância e o pensamento diferente significava ver o outro como inimigo mortal. Nestes dias o nosso inimigo é o corona vírus. Não existe outro. Sejamos serenos e contribuamos para reconfigurar nossas relações não pelo ódio, mas pelo amor, a concórdia e a solidariedade.
No livro Êxodo, a Bíblia relata a travessia do Povo de Deus no deserto que
deixaria para trás a escravidão e tinha a esperança de chegar à terra
prometida. No deserto foi desafiado a se refazer como povo, construindo uma
nova forma de relação entre eles e Deus, superando os equívocos aprendidos no
Egito.
Também estamos em uma travessia. Temos muitas preocupações, dúvidas, medos e
incertezas. São sentimentos próprios destas situações. Contudo, não percamos a
esperança, a vontade de ajudar, a coragem de coletivamente superar esta
travessia. Deus está conosco. Sintamo-nos instrumentos do seu agir nestes
tempos difíceis que exigem coragem e esperança.