Mundo, mundo,
Vasto mundo de Passo Fundo!
Tantas falas de malas!
Tantas malas!
Tantos malas!
Malas com dólares,
Mau agouro;
Malas de ouro,
Ali Babá dos tesouros!
Malas com Reais,
Jamais tanto se viu
Como pode!
Onde o bode?
Mala preta,
Pimenta malagueta.
Upa-upa, gaúcho!
De mala e cuia
Troteias na garupa
Do pingo xucro
Indo à bruta luta
Da guerra perdida
Nas lidas da vida.
E agora, Tatu?
Mala sem alça,
Arrastas as malas de pano
Às malas da memória
Para contar a história
Da guerra inglória
Do gaúcho que não morreu
Pedro de Malas Artes,
Bem-aventurado da prosa,
Carregas nas histórias risórias
As falas das gentes
Malas postais calientes
Marcadas pela esperança
Do grande Rio Grande.
Jeca-Tatu, Blau, eu e tu
Sepé Tiaraju, Tatu-Guaçu
Embalamos malas
Poetizar é preciso
Carregar malas também
Ah, como é vasto o mundo das malas!
Vai além de Passo Fundo!
E como espantam o mundo!