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Qualidade do sono e alimentação

A qualidade do sono é capaz de
evitar problemas como depressão, obesidade,
melhora a imunidade, pressão arterial e até doenças de pele.

 

Uma boa noite de sono é fundamental para a saúde e qualidade de vida, mas para 40% da população é sinônimo de preocupação. A qualidade do sono é capaz de evitar problemas como depressão, obesidade, melhora a imunidade, pressão arterial e até doenças de pele.

As causas podem ser diversas, desde estresse ou até mesmo má alimentação, pois a falta de nutrientes pode afetar a produção de alguns hormônios, entre eles a melatonina que regulariza o sono e contribui para o controle de peso. Por isso, evitar alimentos estimulantes como refrigerantes, chimarrão, café ou chá preto, branco e verde, principalmente após as 16 horas, pois são estimulantes.

Por outro lado, incluir aqueles alimentos que estimulam a produção de melatonina favorecem ainda mais a qualidade do sono, alimentos que são ricos em triptofano, convertem-se em serotonina (neurotransmissor responsável pelo bem-estar ) e facilitam a produção de melatonina (hormônio do sono).

Incluem-se :

  • Aveia: por ser fonte de triptofanoajuda a manter um sono contínuo, além de ser rica em antioxidantes e fibras.
  • Alface: essa hortaliça possui uma substância chamada lactucina que tem efeitos calmantes.
  • Banana: além de ser fonte de vitaminas como o complexo B, B6 e magnésio, a banana ainda é rica em triptofano, favorece também a continuidade do sono.
  • Linhaça: além de ajudar no processo de emagrecimento, a linhaça melhora o sono, o humor, a ansiedade, a irritabilidade e a depressão. Rica em ômega 3, ela ainda ajuda na regulação dos neurotransmissores.
  • Maracujá: além de ser fonte de vitaminas do complexo B, o maracujá tem efeito calmante e pode auxiliar no relaxamento antes de dormir.
  • Leite: também é fonte de triptofano, aminoácido que se converte em serotonina, o leite relaxa e induz o sono.
  • Couve: por ser fonte de magnésio, cálcio e vitamina B, a couve é essencial no sono e no relaxamento muscular.

 

10 alimentos que ajudam a dormir melhor.

 

Outros fatores podem favorecer a manutenção do sono como colchão e travesseiro adequados para seu biotipo, alimentação equilibrada, evitar carne vermelha a noite, a prática de exercícios físicos. Favorecem para melhorar os níveis hormonais e qualidade de vida.

Realidade habitacional de Passo Fundo: ausência do poder público e invisibilidade das famílias

Foto de Erviton Quartieri Jr

Marco Weissheimer, jornalista respeitado no RS do Sul 21, em passagem por Passo Fundo, sua cidade natal, declarou, de forma breve e consistente, como vê a realidade das milhares de pessoas que não tem garantido o direito humano à moradia adequada.

Acompanhado por Erviton Quartieri, estudante do Curso de Publicidade e Propaganda da UPF (Universidade de Passo Fundo), percorreu as principais ocupações da cidade realizando uma rica, séria e instigativa reportagem que gerou três publicações no Sul21.

Gentilmente, Marco Weissheimer respondeu a três questões que a ele formulamos.

 

Como foi a experiência de produzir uma reportagem audiovisual de uma triste realidade social de sua cidade natal?

Foi uma experiência especial. Eu iniciei meu trabalho como jornalista, no jornal O Nacional, cobrindo a ocupação da Fazenda Annoni pelos sem-terra. Até hoje, não havia tido contato direto com a realidade das ocupações urbanas em Passo Fundo. É uma realidade impactante e, me parece, desconhecida por boa parte da população da própria cidade.

 

Conhecendo a realidade social (e habitacional, neste caso) da grande região metropolitana, quais são os desafios comuns destas diferentes realidades?

O primeiro dele é resolver o problema de moradia das pessoas. É um direito básico e o fato dele não estar sendo concretizado é um indicador do grau de atraso da sociedade brasileira. Para isso possa ocorrer é preciso, entre outras coisas, tirar essas famílias da invisibilidade (daí a importância de produzir reportagens, documentários, textos, etc.) e envolver a população em um debate sobre a cidade.

 

“Outra tarefa é denunciar e combater a criminalização dos movimentos sociais envolvidos na luta por moradia e de seus ativistas. Esse último ponto exige uma mudança profunda na mentalidade do Poder Judiciário que segue, em muitos casos, tratando problemas sociais como caso de polícia”.

 

Por que os direitos sociais, no caso específico direito humano por moradia adequada, ainda tem enfrentado tantos desafios para sua implantação?

Porque o Brasil tem uma elite violenta e racista que não está nem aí para o povo pobre. Esse direito, como em geral acontece, terá que ser conquistado enfrentando essa elite e as suas estruturas de poder.

 

Veja mais sobre o tema.

http://www.sul21.com.br/jornal/com-mais-de-50-ocupacoes-passo-fundo-vive-um-dos-maiores-conflitos-fundiarios-urbanos-do-rs/

Documentário “Terra Ocupada”.

Ocupação Pinheirinho Toledo.

 

 

 

Precisamos desmistificar a África

Em lugar de negar-lhes a história,
faríamos melhor se ouvíssemos
as história que têm para contar.

 

Recentemente ganhei uma máquina fotográfica nova aqui na missão. Por isso, um amigo me provocou: “Aí na África tem muitos bichos legais. Você tem que começar a postar fotos dos leões e elefantes também”. Decidi na hora que precisamos falar sobre isso.

O questionamento me despertou para dois pontos importantes. Primeiro, o conceito de que em todo lugar da África existem grandes feras selvagens prontas a comer o que aparecer pela frente – especialmente pessoas. E, segundo, a ideia de que a África é um lugar só. Um pequeno país cheio de animais e gente sem roupa.

Para começar, minha escolha por tirar e postar fotos de pessoas não acontece apenas porque eu acredito que elas são a melhor maneira de expressar a real beleza do local que vivo mas, também, porque não tive, em 10 meses, absolutamente nenhum contato com algum animal “legal”. Isso mesmo. Sinto decepcionar, mas não vi nenhum leão, nenhum elefante e muito menos uma girafa ou uma zebra. Nem sequer um crocodilo ou uma cobra maior que 30cm.

Além disso, precisamos lembrar que a África é um continente imenso, com 54 países e, assim como o continente americano ou o europeu, possui uma vasta variedade de tradições, idiomas, culturas, climas, vegetações, povos e realidades.

Temos que concordar que falar de qualquer coisa em relação a África neste tom reducionista é como resumir a América pelos Estados Unidos.

Sem conhecer muito, baseados naquilo que nossos livros de história nos apresentaram, muitas vezes falamos de cultura africana sem perceber que, na realidade, não existe uma cultura única na África – ainda bem, porque é tanta riqueza em cada uma delas, que muita coisa se perderia se fosse assim! Quando você percebe que na realidade são mais de 1 bilhão de pessoas e cerca de 3 mil grupos étnicos, não dá para imaginar muita uniformidade.

Acontece que a África (o continente!) nos foi (im)posta como um lugar tão distante e tão impossível de chegar – e também tão desinteressante -, que toda a má reputação que ganhou ainda é muito viva em nós. Visualizamos em nossas mentes apenas um lugar sem conserto, tomado pela miséria, onde corvos aguardam a morte de crianças para devorá-las.

Não posso negar que muitas pessoas ainda morrem por falta de comida, medicamentos e água em muitos lugares do continente. Mas a África não vive só de pobreza, safaris e tambores.

Em Moçambique, uma pequena porção da Terra-Mãe, convivemos com um povo que não cansa de trabalhar e lutar por uma vida melhor, seja nos grandes centros ou nos distritos do interior, nas pequenas propriedades rurais familiares ou nas grandes empresas (estrangeiras). Por aqui, em muitos lugares já chegou a energia, o computador, a internet e até o Facebook. Em outros, é claro, a televisão ainda é novidade e carro é coisa para criança curiosa correr atrás.

No local onde vivo, norte de Moçambique, os recursos são realmente poucos. Mas isso não acontece porque é um lugar esquecido ou castigado por Deus.

A precariedade na alimentação, na saúde, na educação e na habitação aqui é resultado de um sistema corrupto, que vende medicamentos já pagos com recursos estrangeiros e literalmente come multas de trânsito, impostos e contribuições sociais.

Apesar disso, sabemos que o trabalho diário de cada moçambicano é regado pelo sonho e pela crença de um país melhor. A esperança é o grande ânimo deste povo, em um contexto de mudanças rápidas, cheio de inovações e estranhezas de uma África cheia de novidades e diferenças.

O pequeno astronauta

1
O pequeno astronauta
Uma nave criou
Com caixa de papelão
Nela decolou.

2
O pequeno astronauta
Chegou à lua
Na sua nave
De lá viu a sua rua.

3
Na lua tinha buracos
Ela parecia um queijo
Era muito bela
Ele deu-lhe um beijo.

4
O pequeno astronauta
A lua foi explorar
Saiu a dar pulos
Atrás de algo achar.

5
Era lua cheia
Muito gigante
Que a gente da terra
Se faz seu vigilante.

6
O pequeno astronauta
Na lua encontrou
Um homem grandão
Que lá também chegou.

7
Foram os dois
A passear
Pela lua
No seu brilhar.

8
O pequeno astronauta
E o homem grandão
Amavam a lua
Tinham por ela gratidão.

9
O homem grandão
Colocou uma bandeira
Plantada na lua
Como uma brincadeira.

10
O pequeno astronauta
Ficou a olhar
O homem grandão
E o seu pisar.

11
Onde pisava
O homem grandão
Deixava marcas
Do seu pezão.

12
O pequeno astronauta
Só queria saber
Onde a lua começava
Como era o seu nascer.

13
O homem grandão
Não soube responder
Preocupado estava
Se vida podia ali haver.

14
O pequeno astronauta
Achou o homem grandão
Muito esquisito
Com aquela preocupação.

15
Quem já ouviu falar
Que na lua vida tem
Só há buracos
Lá não há ninguém.

16
Mas, o homem grandão
Ao pequeno astronauta
Explicou a sua ciência
E o que tinha em pauta.

17
A ciência quer descobrir
Se o homem pode viver
Aqui na lua
Ou nela crescer.

18
O pequeno astronauta
Olhou o homem estranho
Com conversa meio torta
De quem parece ter sonho.

19
Ele um pequeno menino
Sabia muito bem
Que na lua
Não tinha ninguém.

20
Como um homem grandão
Cientista se dizia
Acharia que na lua
Gente haveria.

21
Se até para respirar
Ali não se podia
Da terra trouxe o ar
Isso todo mundo sabia.

22
O pequeno astronauta
Na sua curiosidade
De menino pequenino
Só queria uma novidade.

23
Era saber se na lua
Um coelho havia
Vivo ou desenhado
Como a vovó dizia.

24
O pequeno astronauta
Só queria ter a certeza
Se estava apaixonado
Ver o coelho sua alteza.

O sonho da igualdade social não acabou

O sonho de sociedade onde não escolarizados, adolescentes,
jovens, mulheres, representantes da diversidade sexual, negros,
trabalhadoras domésticas, estudantes das classes sociais sem condições materiais,
sem casa, sem-terra e trabalhadores em geral tenham prioridade na atenção social
vem sofrendo duros golpes nos últimos três anos.

 

As pessoas sem as mínimas condições materiais não devem ser caracterizadas como problema, mas como ponto de partida para o aperfeiçoamento da vida humana. Esta tese foi testada no Brasil, no início do século XX e seu resultado foi positivo não apenas na dimensão material, mas especialmente na constituição de um clima (espiritualidade) positivo e otimista.

Nos últimos anos se avolumou a antítese, afirmando que os espaços de poder com maior reconhecimento social são para quem passou pelos critérios do mérito ou da meritocracia. Além disso, esta antítese, que se transformou em nova tese, responsabilizou as camadas sociais, que não possuem condições materiais mínimas, pela instabilidade moral e insegurança institucional que infestou nosso cotidiano.

Em outro artigo, defendo que “a sociedade atual está desintegrada e se desintegrando com o aumento dos conflitos e dos confrontos nas relações. Estes confrontos contribuem para o aumento da insegurança na dimensão pessoal e são indicadores de um declínio da nossa civilização.

Cuidados com as relações e comportamento humano – Israel Kujawa

 

O sonho de uma sociedade em que os não escolarizados, os adolescentes, os jovens, as mulheres, os representantes da diversidade sexual, os negros, os trabalhadores domésticos os estudantes das classes sociais sem condições materiais, os sem casa, os sem-terra e os trabalhadores em geral, tenham prioridade na atenção social, vem sofrendo duros golpes nos últimos três anos.

A vinculação entre crise moral e as camadas sociais, historicamente desatendidas pelo mercado e pelo estado, foi etiquetada, impregnada em grupos de pessoas e líderes que representam a defesa do aperfeiçoamento da vida social, a partir da inclusão incondicional e universal.

A substituição, polêmica e contraditória do comando político brasileiro, em 2016, e as reformas aprovadas no último ano são a materialização do divisionismo e da equivocada responsabilização moral dos setores que vinham tendo atenção prioritária.

A melhora da vida em sociedade passa por recolocar o foco das atenções e das prioridades nas pessoas, especialmente nas pessoas que não atingiram as condições materiais básicas para um desenvolvimento humano saudável.

Ao longo da história humana, muitos são os personagens que direta ou indiretamente focaram seus projetos de vida vinculados com a defesa de um justo compartilhamento dos bens materiais e espirituais.

Em decorrência da quantidade e do anonimato não é possível citar estes personagens, contudo, entre todos, um personagem localizado na mudança da época antiga para a medieval, merece ser destacado: Jesus Cristo. Este personagem marca a cronologia do nosso tempo, indicando que estamos no ano 2017 e seu representante máximo, no momento, é um argentino reconhecido pelo simbólico nome de Francisco.

A escolha em 2013 deste nome teve por finalidade identificar um dos personagens máximos do cristianismo, São Francisco de Assis, que esteve ao lado dos pobres.

A responsabilidade pela atual crise moral, que afeta o conjunto das pessoas, que afeta o conjunto das instituições vinculadas com a igreja, com o mercado e com o estado, não é causada pelas classes sociais com menos acesso material e cultural, muito menos por seus defensores.

Os últimos episódios indicam que um novo patamar da vida social, com um nível satisfatório de administração das instabilidades e das crises deve estar, portanto, com a centralidade das atenções nos setores sociais menos privilegiados, apontando caminhos que nos aproximem do sonho de uma vida social com condições igualitárias.

Antonio Mesquita Galvão afirma que “a ética, como ethos (bom comportamento moral vivido à luz do direito natural), não é vivida nem buscada, e, por configurar-se uma situação de injustiça, não há paz. “A justiça produzirá a paz!” (Is 32,17), ensinou o profeta. A falta de paz numa sociedade é indicador da ausência de justiça. E, nesse particular, ética e moral funcionam como colunas de justiça”.

Crise da ética e ausência de justiça: reflexões de 20 anos

 

Leitura e literatura: pelo prazer de ler e contar histórias

Um autor e autor, um estudante universitário e um menino de apenas 11 anos dividem, em programa televisivo Literatura Local, seu prazer de ler e compreender o papel da literatura em suas vidas.

O professor Eládio Weschenfelder, dentre outras coisas, declara-se como professor universitário, ativista cultural e autor do Livro Histórias Preciosas.

“A leitura gera, com o tempo, necessidade de imitar, escrevendo como aqueles que a gente aprendeu a ler”.

Declarando-se estudioso de Machado de Assis, afirma que o mesmo dá à nossa literatura a brasilidade, a brasa. Negro, epiléptico e autodidata Machado é hoje reconhecido um grande autor da literatura brasileira.

“O leitor vai passando por várias fases, assim como os autores. Grandes autores são cânones, referências para os que os lêem. Machado foi um grande escritor porque antes foi também um grande leitor.

“A Escola está adoentada e o maior paciente é o professor, mas ninguém quer saber de tratá-lo, como se ele fosse um Deus. Professor é criatura humana, que tem de vivenciar sua vida com intensidade e tentar mostrar o caminho, caminhar lado a lado com o estudante, sem perder de vista o tipo de vida que o estudante está levando na família, na sociedade e na própria escola”.

Adelar Lescano, universitário, fala de sua vivência no Projeto de Extensão da UPF Bando de Letras:

“A gente pensa como nosso interlocutor, aquele que ouve a nossa poesia, reage à nossa entonação. Somos só uma caixa acústica, que damos vida e entonação, mas a beleza está mesmo na poesia. A leitura e literatura tem de ser feitas com prazer”.

Luís Gustavo Dalchiavon Pies, menino de 11 anos, há 05 anos no Projeto Bandinho de Letras, destaca como este projeto estimula para o gosto pela leitura, bem como a superação da desinibição em crianças como ele: “Bandinho de Letras é um projeto que estimula crianças e adolescentes no gosto e prazer de ler. Com o projeto, despertei ainda mais o gosto pela leitura e literatura”.

Alimentação no tratamento da ansiedade

Muitas pessoas que sofrem com a ansiedade
possuem deficiências vitamínicas e de minerais,
o que induz ao desencadeamento do transtorno.

 

A ansiedade é um distúrbio do sistema nervoso central que mais afeta a saúde da população atualmente, comprometendo diretamente a qualidade de vida.

O tratamento para esse problema envolve uma série de fatores: tratamento psicológico, atividade física, atividades manuais, alimentação equilibrada, entre outros.

Reportagem especial Globo Repórter sobre Ansiedade e alimentação, em 2011.

 

Uma dieta desregrada pode agravar o problema, pois o consumo de gorduras do tipo trans e doces em geral desestabilizam a atividade dos neurônios agravando o quadro clínico.

Muitas pessoas que sofrem com a ansiedade possuem deficiências vitamínicas e de minerais, o que induz ao desencadeamento do transtorno. Geralmente essas deficiências estão envolvidas com diminuição nos níveis de Vitaminas do Complexo B, vitamina C, Zinco, selênio e cromo.

Em outro artigo, publicado no site, Jureci Machado defende a relação entre alimentos e saúde emocional: “Quanto maior a necessidade de aplacar o estresse, mais comida se ingere. Quando se conta, buscou conforto na comida”.

Fome emocional: pode?

 

Deve-se evitar dietas restritivas, pois estas podem desencadear compulsão alimentar e ainda agravar as deficiências nutricionais .

O cardápio deve ter como base alimentos coloridos, ricos em fibras, cereais integrais, verduras, frutas em geral especialmente abacate e banana, pois ativam os controles do sistema nervoso favorecendo o bem-estar.

A saúde do corpo depende da saúde da mente. Lembre-se disso!

 

Rosa dos Rumos: contos em palco

O Grupo Ritornelo de Teatro traz a cena seu mais novo espetáculo de rua: Rosa dos Rumos, dando sequência a sua trajetória de pesquisa e trabalho voltado para o popular, o espetáculo visa contribuir para o fortalecimento da identidade cultural regional e brasileira.

Este será o primeiro espetáculo em que o Grupo se utilizou de crowndfunding, uma forma de financiamento coletivo, que vem ajudando grupos, coletivos e empresas de todo o mundo a realizarem suas ideias.

O projeto alcançou 20% do objetivo com doações de pessoas físicas que, conjuntamente com outros apoios, como o Fundo Diocesano de Solidariedade, da Cáritas de Passo Fundo, conseguiram viabilizar a montagem.

O espetáculo “Rosa-dos-Rumos” é uma deliciosa farsa, onde os contos “Trezentas Onças”, “O Boi Velho” e “Jogo do Osso” de João Simões de Lopes Neto, são apresentados através de músicas, de elementos acrobáticos e de técnicas de palhaçaria; inserindo seus personagens no universo da cultura popular gauchesca, trazendo a cena diversos tipos e situações peculiares ao povo riograndense.

A montagem promove alguns reencontros no elenco; após anos trabalhando juntos no Grupo Viramundos, Carlinhos Tabajara, Miraldi Junior e Guto Pasini, voltam a trabalhar em um espetáculo de rua. Carlinhos e Miraldi como atores e Guto na direção.

Além disso, o espetáculo traz Jandara Rebelatto, atriz passofundense, que está de volta a sua terra natal, depois de anos atuando no grupo “As Maricotas”, de Florianópolis e Ricardo Pacheco, músico e compositor passofundense, que pela primeira vez vai atuar em um espetáculo teatral. A peça também conta com os figurinos de Betinha Mânica e a dramaturgia de Miraldi Junior.

A peça tem o patrocínio da Comercial Zaffari, o apoio da RBS TV – Passo Fundo e da Rádio Atlântida. Conta também com o apoio cultural da CNG Vídeo Produções, Nelson Ribeiro – Terapias Integradas e a parceria institucional da Fundação Beneficente Lucas Araújo e o Instituto Superior de Filosofia Berthier (IFIBE).

Conheça mais sobre o Grupo Ritornelo.
Acesse o site aqui.

 

 

“Tirem da minha vista a Cracolândia”

Mais de 80% das pessoas apoia a prefeitura no seu
ato insano de quebra do próprio liberalismo,
querendo internar viciados à força.
Todo o desejo dessas pessoas é realizar o que
já realizaram em seus locais privados, que foi o de
retirar o problema da vista, e não resolvê-lo.

 

Mais de 50% dos usuários de drogas que agora estão espalhados pelas novas cracolândias de São Paulo, ainda possuem relacionamento com os seus familiares. Todavia, não podem mais voltar para casa. O consumo exige permanência no local da chegada das drogas, tamanha é a necessidade pela qual o corpo drogado reclama. Além disso, em casa, se tornam inconvenientes o suficiente para que algum membro da família se sinta realmente incomodado.

Ação na Cracolândia foi ‘desastrosa’, avaliam especialistas.

 

As drogas atuais, especialmente o crack, quebra com o pacto contemporâneo do individualismo caracteristicamente moderno, que foi construído a duras penas pelas “egotécnicas”, para citar aqui um termo especial de Peter Sloterdijk. (Ver: “O apartamento”, capítulo do Para ler Sloterdijk, editora Via Verita).

Ler e escrever, vida em célula (ou cela) monacal, advento do espelho, vida no apartamento single contemporâneo que, enfim, vem equipado com recursos para recriação artificial de nosso duplo interior, nossa capacidade de sermos dois-em-um; eis aí no percurso desses elementos toda a história das egotécnicas. Assim criamos um ego e junto dele a imagem de nós mesmos que acreditamos ser o que somos. Estão nisso os elementos e práticas que nos deram um “eu”, e também subterfúgios para que pudéssemos pensar que ganhamos um ego.

No caso dos subterfúgios temos, principalmente hoje, eletrodomésticos, TV e Internet, para recriar falsamente relações sociais. Com isso podemos acreditar que temos um eu reflexivo, o que seria um eu completo.

No mundo atual, de império das normas liberais e de sua inflação, todos deveríamos ter um apartamento single, onde, solitários, sem relações sociais, pudéssemos recriar, ainda que falsamente, a interioridade que requer o dois-em-um para que alguém possa de fato ser um “eu”. Essa interioridade depende de relações. Se não as temos mais, então, o aparato do apartamento single deve nos dar elementos que nos faça acreditar que as temos.

Ora, a droga nos expulsa dessa célula ou cela monacal e, portanto, nos devolve ao “fora”, nos joga para longe do apartamento single que, mal ou bem, nos promete um útero, onde um dia estivemos junto da companheira placenta. A droga nos tira o quarto privado, o nosso apartamento single reproduzido na casa.

É por conta da quebra desse pacto forjado a partir do resultado das egotécnicas, que a droga gera suas “cracolândias” e, então, começa a fazer o poder público se mobilizar. A droga não é um curtir a si mesmo como a masturbação. Ela não é uma egotécnica, embora tenha êxito exatamente porque promete ser uma, ou mais ainda, promete ser a melhor. Promessa não só falsa, mas errada mesmo, pois causa exatamente o contrário.

Não devolve às pessoas a condição de dois-em-um autêntico, nem forja o falso dois-em-um do rapaz no apartamento single se masturbando diante da Internet ou conversando com a TV ou se autopoliciando na frente do espelho ou falando com seu liquidificador. E também a droga de nossos tempos não nos conduz, ao nos jogar para fora do lar, a nenhuma “casa do ópio”. O século XIX acabou.

O poder público que temos e o povo que temos são os mesmos que criaram a quebra das egotécnicas, jogando os jovens na rua. Somos os mesmos. Então, uma vez evocando o poder público, vamos apenas reproduzir o que já produzimos, que foi a quebra das egotécnicas.

Por isso que mais de 80% das pessoas apoia a prefeitura no seu ato insano de quebra do próprio liberalismo, negando Locke, e querendo internar viciados à força.

Todo o desejo dessas pessoas é realizar o que já realizaram em seus locais privados, que foi o de retirar o problema da vista, e não resolvê-lo.

O quadro aqui está pintado por Quino, criador da Mafalda. Uma de suas tirinhas mostra Mafalda e uma coleguinha vendo um pobre na rua. Mafalda acha que o poder público deveria cuidar daquele pobre, enquanto que a coleguinha da Mafalda, rainha da futilidade e de posições conservadoras, opina dizendo que não era necessário tanto, que bastava que se tirasse o pobre da vista. Ou seja, o pobre, o mendigo, o drogado de rua atrapalha as vitrinas. É realmente isso que importa.

A frase “a prefeitura deveria mesmo tirar o drogado da rua, contra a vontade dele, e interná-lo” quer dizer, para muitos paulistanos que a expressam, o seguinte: “que se tire essas pessoas da minha vista”.

 

Publicado originalmente aqui

Para o amor durar…

O amor é uma das qualidades humanas
que se comunica sendo.
Como tudo o que é cultivado na intimidade,
o amor detesta portas escancaradas.

 

Não exponhas o amor às extravagâncias. Sê discreto e manterás o amor seguro.

Esquece as declarações públicas, as faixas em aviões. Deixa o amor na alma, no coração e na mente, onde estão suas três raízes. Amor exposto é presa fácil às pragas.

Não te perguntes por que na floricultura as plantas têm folhas tão brilhantes e flores tão suaves. Pensa um pouco e lembrarás das estufas onde cresceram. Nenhuma flor delicada suporta a intempérie.

Por qual razão deixarás o amor sofrer ao relento? Como tudo o que é cultivado na intimidade, o amor detesta portas escancaradas.

Não ames para os outros. Ama para a pessoa amada. Apenas a ela interessa o teu desespero e a tua insegurança. Apenas ao ser amado interessam tuas declarações.

 

Canção Eu sem você, Paula Fernandes.

 

Deixa que os outros descubram o ser sutil. O amor não se revela em alto-falantes, nem em outdoors. O amor se diz em pequenos gestos, em espelhos tênues. É meia-luz o grande sol do amor. É o silêncio seu maior teatro.

Deixa os outros se espantarem com o amor, mas nunca pelo fiasco. O amor é feito de alma e, como ela, existe mas não pode ser tangido. Sente o amor como uma brisa anunciando mudança de tempo. O amor tem um corpo de aura que se esmigalha ao ser exposto sem finesse.

A maior prova que o amor nos faz para ver se dele somos dignos é incitar-nos a contá-lo ao mundo. Por isso, o primeiro impulso do apaixonado é sair gritando aos quatro ventos.

O que interessa ao mundo se amas? O amor interessa ao amado. Fala em seu ouvido, mostra com teus gestos, muda tua vida.

Teu amor não interessa aos vizinhos, ao pessoal do shopping, aos frequentadores de um jogo de futebol, aos telespectadores de um programa de televisão. Não mostres ao amor que não o mereces. Não consumas teu amor na indiscrição.

Quando quiseres amar, entra na tua alma e na alma que te encanta. O amor é uma das qualidades humanas que se comunica sendo.

Receita do Papa sobre a duração do amor:

“Mas se o amor é uma relação, então é uma realidade que cresce, e também podemos dizer, por exemplo, que se constrói como uma casa. E a casa é construída em companhia do outro, não sozinhos! Não queiram construí-la sobre a areia dos sentimentos, que vão e vêm, mas sim sobre a rocha do amor verdadeiro, o amor que vem de Deus.”
Veja mais aqui.
 

 

Quando amares, sê diferente sem escândalos. Deixa as loucuras de amor para o teu lar, para o teu quarto, ante os olhos e a boca. Uma intimidade exclusiva é o maior presente a ser dado a quem jogou o amor em ti.

Que teu amar seja tão exclusivo que apenas o amado ou a amada o reconheçam. Dá a ele ou a ela essa surpresa. É a única maneira de conservar o amor sempre com brilho de folhas novas e com a suavidade das pétalas.

O amor extravagante sofre as intempéries, desgasta-se com a poluição, fica ao risco das pragas, e ao expores ao mormaço as raízes sem o esmero da sutileza causarás, embora indesejado, o seu ressecamento.

Então, para sempre, terás perdido os instrumentos com os quais buscamos nas dimensões mais profundas da intimidade a seiva de nossas alegrias. Ao amar, sê como um monge oração.

Gerson Schmidt em texto: “O amor no tempo eterno do agora”: “Não nos permitimos mais perder tempo para celebrar o amor verdadeiro, para parar no tempo. Não queremos mais perder tempo nas pequenas coisas mais simples e cotidianas. Temos grandes negócios a resolver, a decidir, e precisamos correr atrás de uma máquina. Somos robôs de uma engrenagem que nós mesmos criamos.

O amor no tempo eterno do agora

 

 

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