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Depois das eleições: o que pensar?

[dropcap]A[/dropcap]inda não me manifestei sobre o resultado das eleições de 2014. Neste sentido, quero dizer que me sinto muito à vontade para afirmar que estou feliz pela eleição da Presidenta Dilma e que passei meses de angústia e agonia, vendo o sonho de uma geração correndo riscos de retroceder.

Tenho 41 anos e vivi momentos nada favoráveis à classe trabalhadora. Vivi tempos de inflação alta e muito desemprego. Não tive as oportunidades que a juventude de hoje tem para estudar e se qualificar.

Participei da criação de um importante movimento para combater a fome e a miséria no Brasil, protagonizado por Betinho, Herbert de Souza: Comitê da Fome e da Cidadania. Hoje, vejo que o Brasil saiu do mapa da fome.

Semelhante à inflação e à fome no Brasil, a corrupção endêmica e sistemática precisa ser enfrentada no Brasil. A exemplo da inflação e da fome, a corrupção já está sendo enfrentada e divulgada, por isso a sensação de que só há corrupção. Felizmente, o Brasil caminha a passos largos para enfrentá-la. Só assim, deixará de ser uma “chaga nacional”.

Aprendi, mais recentemente, que a principal reforma que deverá ser feita no Brasil é a reforma política. A reforma política é a mãe das outras reformas que este país precisa enfrentar.

Compreendi, ainda, que a população brasileira ainda não conseguiu traduzir pelo voto suas demandas de mudanças ao eleger um Congresso Nacional reacionário e nada renovado. O Brasil precisa afirmar o Estado laico e democrático, para não ceder ao avanço dos radicalismos e fundamentalismos. A nossa democracia ainda está se consolidando e o Brasil não está rachado ou dividido. O Brasil, mais do que nunca, por vontade da maioria, afirma-se como uma nação que quer e precisa vencer as desigualdades sociais construindo maiores oportunidades para todos os brasileiros e brasileiras.

Que a valentia das ideias que moveram esta eleição possam continuar movendo corações e mentes abertas, sinceras e comprometidas com as mudanças que todos nós esperamos do Brasil. Sinto um imenso orgulho de ser brasileiro!

Livro – Conviver, educar e participar: nos palcos da vida

Estou vivendo um misto de ansiedade e alegria, por lançar meu primeiro livro: Conviver, educar e participar: nos palcos da vida. O livro será lançado na 28ª Feira do Livro, dia 28 de outubro, às 18 horas. O livro compõe 85 artigos e crônicas, selecionadas para esta publicação. Possui 183 páginas.

Sinta-se convidado para participar da atividade de lançamento do livro e para apreciar o mesmo nas melhores livrarias de nossa cidade a partir desta data.

Agradeço a parceria de muitas pessoas que nesta caminhada de escritor foram presença e estímulo para a minha criação literária.

Professores de todos os dias

[quote_box_left]As verdadeiras questões da educação resultam de que nas escolas há pessoas jovens, que devem ser ajudadas, tanto quanto possível, a serem felizes. E em que a felicidade dessas pessoas, como a de todas as outras, consiste em satisfazerem a ânsia profunda que têm de verdade, de bem e de beleza. Não em terem coisas e conforto. (Paulo Geraldo)[/quote_box_left]

[dropcap type=”3″]N[/dropcap]ós, professores e professoras de todos dias, mergulhamos no complexo desafio de humanizar crianças, adolescentes, jovens e adultos a partir da construção do conhecimento. Os tempos mudam, mas não mudou o papel da escola. A escola é o grande laboratório onde se geram a socialização e convivência interpessoal, bem como a construção do conhecimento, a partir das ideias e iniciativas inerentes à criatividade humana

Abençoada seja a nossa missão de educar. Abençoados sejam nossos propósitos, mesmo nem sempre compreendidos pelos alunos, pais e comunidade. Abençoadas sejam nossas famílias que se geram neste contexto que exige ousadia, paciência, preparo e persistência, em resumo, em doação à vida dos outros. Abençoada seja a nossa saúde física e mental, pois não podemos adoecer e nem fraquejar. Abençoados sejam todos aqueles e aquelas que, por nossas mãos, mentes e coração aceitaram e aceitam o desafio de fazer-se gente, a partir dos seus potenciais e da superação de seus limites. Abençoados todos aqueles que acreditam no trabalho do professor.

Nada mais gratificante em nossa profissão do que o reconhecimento de alunos e alunas que, mesmo tardiamente, fazem questão de afirmar que a gente fez diferença em suas vidas. Não há como medir, no cotidiano da vida escolar, quando e como realizamos ações ou atitudes que marcaram positivamente a vida de um de nossos alunos. Afinal, a gente nunca foi e nunca será gênio para adivinhar; sempre seremos visionários para arriscar, mudar e ousar. Nisto, sempre fomos mestres.

O que entristece a nossa vida é que tanto cuidamos da vida, dos sonhos e dos problemas dos outros, mas nem sempre somos bem cuidados. Queríamos, sim, reconhecimento por nosso maior feito: preservar a importância da educação e da escola para o nosso país, para o mundo.

Muitos falam de educação, mas não são professores. Arriscam palpites sobre melhorias na educação, mas não perguntam sobre o que a gente tem a dizer. Não se importam com nossos baixos salários, muito menos com nossas dificuldades de lidar com as múltiplas dimensões e necessidades presentes nos nossos alunos. Nestes últimos quesitos, lutamos solitários. Embora não tenha mudado o papel da escola e da educação, mudaram as exigências para que possamos construir uma boa aprendizagem. Temos observado que nem todo aluno e nem todos os pais veem a escola como uma forma de inserção na vida social e científica. Que as necessidades dos nossos alunos estão muito além para aquilo que a escola consegue oferecer. Que escolas e professores nem sempre estão em condições de dar conta de tudo o que está “depositado” neles.

O fato é que, a complexidade de nosso mundo é a complexidade da nossa escola; esta complexidade está nos distintos recantos de nosso país. O que muda de uma escola para o outra é o modo de conduzir os processos de aprendizagem e de interação social, mediados pelo conhecimento. A especificidade de cada escola e de cada contexto é que precisam ser sempre avaliados, reconhecidos e apoiados.

O professor, neste contexto, está fragilizado, exposto e pressionado por resultados e expectativas que não dependem somente de sua atuação. Mas professores e professoras resistem bravamente. Sabem que a dureza dos desafios cotidianos supera-se na disposição de lutar por melhores dias na educação, mas também na sua disposição de amar e sentir compaixão. Como escreveu Paulo Freire,

[quote_center]“não é possível refazer este país, democratizá-lo, humanizá-lo, torná-lo sério, com adolescentes brincando de matar gente, ofendendo a vida, destruindo o sonho, inviabilizando o amor. Se a educação sozinha não transformar a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda.”[/quote_center]

Nossos dias se chamam “muito trabalho”. Nosso alento, “esperança de dias melhores”.

Para quê professor?

O Outubro Educador começou intenso e interessante para um grupo de 20 professores e professoras da rede municipal de Passo Fundo. Sentados, formando uma Ciranda, discutiram “Para quê professor”. Instigante, provocativo e provocante, como todo bom debate e toda Ciranda deve ser, Cleriston Petry, o cirandeiro convidado, aproveitou conhecimentos sociológicos para afirmar que o professor ideal ou o ideal de ser professor não cabe e não serve na escola que a gente tem.

[quote_box_right]A escola, segundo o sociólogo, deveria ser o tempo do não trabalho, da não produção, da não imposição de regras e vivências que remetem à organização do trabalho, que pensa a estruturação da sociedade capitalista e opressora. Disse que na escola de hoje ocorreu a “colonização da produção”, contrariando o “tempo livre” dos gregos. A escola deveria ser um “tempo de suspensão”, único espaço para todos os adolescentes e jovens terem acesso ao maior bem público: o conhecimento. O conhecimento não deveria ter a conotação da utilidade, porque a utilidade remete à dominação. Deveria, sim, permitir o prazer da convivência e das descobertas.[/quote_box_right]

Nada tranquilo este debate. Ele se confronta com a concepção utilitarista que toda a comunidade escolar e também os professores fazem da educação. Todos vão à escola com a finalidade de aprender coisas que realmente importam. Mas o que é que mesmo importa? A vida, a liberdade, a convivência, a felicidade ou o “condicionamento” para aprender? A escola é pressionada por esta visão utilitarista de educação, nem sempre podendo desenvolver ela mesma a função para a qual foi pensada.

Cleriston Petry fez grandes provocações. Sua concepção de escola e de educação pressupõe o “tempo presente”, para não ficarmos ocupados só de futuro. Pressupõe entender que escola e educação deveriam cuidar mais do pedagógico, menos do trabalho burocrático. Para Petry, professor não precisa amar sua profissão, mas deve dar importância para seus conteúdos e para a metodologia que utiliza para ver, analisar e interpretar a realidade. Os alunos deveriam perceber que a gente gosta do que faz e do que ensina (conteúdos). Assinala ainda que nós professores estamos saturados de futuro, porque não pensamos na gente e, demasiadamente, nos outros. Insistiu na ideia de que os alunos passam, mas os professores ficam (às vezes presos a estrutura da sala de aula e das dependências da escola). Restou a imagem do professor preso numa sala de aula e os alunos passeando ao redor da escola, dando-lhe adeus ou acenos pelas aberturas das janelas.

O debate mais denso cedeu lugar a reflexões sobre o verdadeiro sentido da educação. Ao constatar que professores e escolas são tratados com grande indiferença, os participantes da Ciranda reconheceram que não podemos permitir que escola e educação sejam “ lugar comum”. Que podemos, através da educação, fazer a diferença. Que precisamos, como professores, reconhecer a importância de nosso protagonismo na educação. Que a educação se faz na interação e na relação de sujeitos “aprendentes”: alunos e professores. Que não faz sentido afirmar que a escola só ensina, mas ela também educa. Que ninguém nasce professor, mas que todo professor se faz a partir de suas práticas, seus conhecimentos e suas convicções.

[quote_box_left]Saberes em Ciranda é um espaço criado para o protagonismo dos professores e professoras. Professores não são números, são sujeitos de direitos: possuem desejos, direitos e dignidade![/quote_box_left]

Nada cai do céu: a política, condições de vida e dignidade

Conversei, desinteressadamente, sobre a realidade do país numa manhã de domingo, com o dono de um supermercado de um bairro importante de minha cidade. De forma desinteressada, revelam-se grandes verdades. Contava-me o comerciante como vivia a maioria das pessoas humildes, pobres e trabalhadoras de seu bairro antes dos governos de Lula e de Dilma. Elencava suas razões para votar em Dilma e continuar votando em Tarso Genro para governador do estado do RS.

Dizia-me que era dono do supermercado por volta de 30 anos. Que nunca antes na história deste país a população que se serve em seu supermercado comprava carne de boa qualidade, um produto antes destinado apenas para quem tinha muito dinheiro e bons salários. Que o máximo que esta população comprava era “carcaça e ossinho de porco”. Que além de carne, a maioria hoje consegue comprar mantimentos de limpeza, a cervejinha do final de semana, como também frutas e verduras. E que maioria das pessoas tem alta satisfação em comprar mais e viver melhor.

Fiquei pensando que isto sim é que valeu uma vida! Há quanto tempo a população brasileira esperou ter condições, para a partir da renda e de seu trabalho, viver com dignidade, com direitos assegurados e com uma alimentação mais saudável e em quantidade suficiente.

Há quem diga que não mexerá nem diminuirá as políticas de renda e de inclusão como Bolsa Família pelo simples fato de um dia já ter passado fome. Diz ainda que “não é discurso, mas é uma vida”. Uma vida, senhora Marina, é o tempo que o povo brasileiro já esperou para desfrutar de comida, de trabalho, de emprego, de renda, de oportunidades, a partir de políticas públicas.

Nada caiu do céu, como parecem supor os que disputam esta eleição com o propósito de “tirar o PT do poder”. Sem a presença e a forte intervenção do Estado que amplia oportunidades de renda, que promove melhor saúde, mais acesso à educação, mantém os empregos e controla inflação, não teríamos as condições relatadas por um dono de um supermercado de um bairro popular de nossa cidade.

Que o Brasil crescia mais em outros tempos é uma verdade. Em outros contextos e sem a pressão de uma crise internacional. Mas mesmo com maior crescimento, não havia nenhum benefício para as classes mais pobres, humildes e trabalhadoras. Não havia preocupação para erradicar a fome e a miséria neste país e os governos não se preocupavam com a manutenção e qualidade dos empregos e dos salários dos brasileiros. Em consolidar políticas permanentes de cidadania ao nosso povo.

Acabou-se o tempo dos “favores e dos arranjos da economia” para o mercado financeiro e bancos, com o sacrifício dos trabalhadores. Colhemos os frutos de políticas públicas que promovem direitos. O desafio do próximo governo não é de manter, mas sim de ampliar e consolidar condições para que a vida digna e as oportunidades sejam duradouras e perenes. Não vivemos mais de esperança, mas queremos que o futuro não dissolva nossas conquistas com soluções “perigosas e aventureiras”.

Verdade seja dita: quem está incomodado com os avanços crescentes da melhoria das condições da maioria do povo brasileiro, não acredita em justiça social. O Brasil consolida-se como uma nação que promove os direitos humanos, supera as desigualdades, fortalece a sua economia e oportuniza melhores condições de vida e de trabalho para todos.

Caso do Rio Grande do Sul

Quando o Governo acerta e a economia cresce, responsável é o mercado e o setor produtivo. Quando a economia não vai bem e o setor produtivo não desenvolve, responsável único e absoluto é o Governo do Rio Grande do Sul que erra.

Será jogo de cão e gato ou jogo de esconde-esconde?

Méritos e métodos da política

Em recentes conversas com colegas professores, confrontei-me, duramente, com a discussão sobre o objetivo central da política. Para que serve a política? Ela determina a vida da gente ou é determinada pelas circunstâncias de cada momento histórico?

[quote_box_right]Odeio o privilégio e o monopólio. Para mim, tudo o que não pode ser dividido com as multidões é tabu. (Gandhi, líder político e espiritual indiano)[/quote_box_right]

Vivemos, a partir das últimas campanhas eleitorais, uma miscelânea de contradições e composições que atrapalham a verdadeira compreensão da política no cotidiano de uma cidade, de um estado e de um país. Candidatos e candidatas fazem muita demagogia e confusão ideológica, criando a sensação generalizada de que todos os políticos são iguais. Que todos os partidos comungam das mesmas intenções e pretensões. Mas será que é assim? Não existe mais ideologia? Existem apenas ou mais ou menos corruptos, os mais ou menos populistas, os mais ou menos éticos?

 

Além da ideologia, presente em todos os partidos, gostaria de aprofundar duas questões essenciais para a construção da boa política: os méritos e os métodos.

Para início de conversa, é necessário afirmar o objetivo dos partidos políticos: disputar poder. Os partidos disputam o poder político, duelando permanentemente com o poder econômico e com o poder das massas e das organizações da sociedade. Cada partido organiza a sua ideologia, um conjunto de ideias que tem por finalidade determinar o tipo de organização, de sociedade e de economia que pretendem construir. Estas ideologias, em grande medida, definem duas posições: manter o “status quo” (deixar tudo como está, mantendo privilégios de poucos e migalhas para muitos) ou, a partir da luta de classes, inverter prioridades para construir mecanismos e meios concretos para alavancar a cidadania, através da autonomia dos sujeitos e da participação das “maiorias” na vida econômica.

As posições acima relacionadas levam-nos, facilmente, a uma compreensão de que direita e esquerda são as forças que operam estas ideologias. No entanto, as contradições tornam-se mais palpáveis ao analisarmos os diversos e mais contraditórios métodos utilizados pelos partidos e agremiações políticas para obter os resultados. Os métodos também determinam as escolhas. Neste sentido, a complexidade da política atual, na medida em que, nem sempre, os méritos de muitas ações governamentais ou de partidos coincidem com os métodos que são empregados.

Nada está perdido. Vivemos num momento histórico em que se faz necessário resgatar a política como a prática do bem comum, não dos interesses comuns de quem se elegeu. É tempo de debater se determinado partido ou coligação quer chegar ao poder para deixar tudo como sempre está (ou esteve) ou se tem compromissos verdadeiros e autênticos para promover igualdade de condições e oportunidades para a maioria. É tempo de afirmar ideologias.  É tempo de vencer o descrédito na política, superando o analfabetismo político já anunciado por Bertold Brecht:

[quote_center]“O analfabeto político é tão burro que se orgulha
e estufa o peito dizendo que odeia a política.”[/quote_center]

É urgente perguntar se política no Brasil só se faz com eleição? Os brasileiros, sobretudo os mais jovens, desejam manifestar permanentemente os seus desejos e as suas necessidades. Desejam também a democracia participativa onde possam ser ouvidos (e atendidos) por seus vereadores e prefeitos, deputados e governadores, deputados, senadores e presidente da república. Quais são os espaços e as instâncias que darão ouvidos para eles?

É tempo de fundirmos república com ágora! Representação com participação. Protagonismo cidadão com política pública. Controle do estado com controle social da política.

A vida é dura, meu caro, pois não nascemos cidadãos. Vamos sendo cidadãos na medida em que nos interessam os problemas da coletividade!

Mau exemplo para a educação

[quote_box_left]Educação não transforma o mundo. Educação muda pessoas. Pessoas transformam o mundo. (Paulo Freire)[/quote_box_left]

Uma grande rede de televisão não pode usar concessão pública para influenciar negativamente a educação de um país. Os comunicadores William Bonner e Patrícia Poeta, em rede nacional, deram um mau exemplo para a educação no Brasil pelas posturas que adotaram diante dos candidatos à presidência da República, neste mês de agosto de 2014.

Como educadores, devemos reagir para corrigí-los. Os renomados e conhecidos jornalistas estavam diante de pessoas que vem se preparando ao longo de anos de atividades públicas e políticas. São, portanto, detentores de um saber acumulado ao longo de suas trajetórias de vida. Os candidatos, mais do que os jornalistas, conhecem a fundo os problemas do país. Esforçam-se, a seu modo e a partir de suas agremiações políticas, a apresentar ideias e visões de mundo e de sociedade. Por certo, divergem nas soluções. Mas não mereciam e nem precisavam passar por esse “massacre jornalístico”.

O que os jornalistas fizeram foi uma espécie de “inquisição intencionada”. De dedo em riste, sem respeitar o tempo para as respostas, indagaram e afirmaram verdades já previamente concebidas. Em nome de que? Da informação? Do constrangimento? Do desrespeito às pessoas que se dispõem a discutir e enfrentar as soluções para este país? Em nome do prazer pela humilhação?

Imaginem comigo se algum professor ou professora deste país ainda adotasse estratégia semelhante, humilhando seus interlocutores (os alunos) para que estes lhes comprovassem algum saber. Em tempos que se massacra os professores por qualquer motivo ou razão, este professor ou professora seria repreendido e denunciado pela comunidade escolar ou sociedade. Seria duramente questionado e teria de se explicar.

Atitudes desrespeitosas, que promovem agressão e desrespeito para com os interlocutores, sempre serão maus exemplos. Podemos até ser ideologicamente contrários às opiniões e propostas dos outros, mas é injustificável que sejamos mal educados. A mídia tradicional, infelizmente, mostra todos os dias posturas como estas. Muitas pessoas, por ainda acreditarem cegamente na imprensa, acham estas atitudes corretas e as imitam.

Por fim, desejo afirmar que a educação, saúde e corrupção serão prioridades neste país quando a população, a partir de uma cidadania ativa, juntamente com as suas organizações e lideranças, prefeitos, vereadores, governadores dos estados, deputados e senadores tomarem a decisão de enfrentá-las. Simples assim. Cada um, com sua responsabilidade. Não acreditamos mais em salvadores da Pátria.

Depois da superação da fome e da miséria, da elevação de patamares de inclusão social, é tempo sim de fazer outras e novas mudanças. Mas não será com arrogância e prepotência que chegaremos lá. O Brasil fará estas mudanças, mas se fosse caminho fácil, já estaria feito! Nem tudo se resolve hoje, pois precisamos superar primeiro as nossas carências mais imediatas.

A educação, o respeito aos cidadãos e às autoridades e a democracia são os caminhos para o fortalecimento de relações verdadeiramente democráticas. O povo brasileiro sabe disso!

Conselheiros de Marina Silva

Acompanho, com certo interesse, os desdobramentos políticos após a morte trágica do presidencial Eduardo Campos e as implicações da principal envolvida na sucessão dos fatos: Marina Silva. Ela não é minha candidata a presidente, mas considero muito a sua importância na conjuntura atual da política brasileira.

Muitos analistas e conselheiros homens, neste momento, desejam compartilhar pontos de vista que possam influenciá-la, embora suas decisões ainda tenham de passar pelo crivo e aprovação do partido a qual hoje pertence: o PSB. Sou mais um homem que gostaria que meu ponto de vista chegasse a seus ouvidos. Eu lhe diria: Marina, siga a tua intuição de mulher e de mulher militante. Ouça a todos, mas na dúvida, aconselhe-se com outras mulheres.

Nós, homens, temos uma estranha mania de “querer dizer às mulheres o que elas devem fazer, sobretudo na seara da política e da ocupação dos espaços públicos”. Penso que as mulheres devem libertar-se desta nossa imposição e autogovernar-se, vivenciando seus jeitos e trejeitos de fazer a vida e a política. Caso contrário, continuarão sempre exercendo papel de coadjuvantes, quando seu papel deve ser de protagonistas.

Boa sorte, Marina. O seu futuro político está em suas mãos. Se for o caso, mude de ideias, mas não abra mão de seus princípios e da sua intuição feminina. As suas decisões podem encorajar e incentivar outras mulheres do Brasil a serem elas mesmas.

Campanha: promova a compaixão

[quote_center]Se você pratica a bondade, quem deve saber disso é você e quem se beneficiou de sua ação. Quem faz promoção de sua bondade promove o seu egoísmo, não a sua compaixão![/quote_center]

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