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Educação não pode ser reduzida a treinamento

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Será que a escola repleta de tecnologias e alunos adestrados para responder textos de avaliações externas são credenciadas a promover educação de qualidade?

Educação escolarizada, em todos os tempos, sempre foi uma assunto digno de atenção, de apreço e de investimento. Por muito tempo, a educação escolar era privilégio de poucos, geralmente das elites econômicas que tinham condições de contratar e pagar tutores ou preceptores para educar seus filhos para que pudessem acessar saberes e conhecimentos das ciências, das artes, das técnicas e da cultura em geral. Quando a educação escolar se tornou pública, resultante das conquistas do pensamento moderno que se deu conta que a inteligência humana não é definida pelo sangue ou pela genética, temos um salto gigantesco que possibilitou o desenvolvimento em todas as áreas do saber e que resultou o aprimoramento técnico e a prospecção das infinitas invenções que possibilitaram a circulação gigantesca de informações e saberes.

Chegamos ao século XXI com uma infinidade monstruosa de aparatos tecnológicos, invenções científicas e possibilidades infinitas de aprimorar os processos educacionais e as formas de convivência humana.

No entanto, se olharmos atentamente para os dias atuais, percebemos que ainda estamos distante de um tão sonhado mundo educacional onde todos indistintamente possam aprender e se desenvolver como seres humanos íntegros. A educação escolar continua sendo o calcanhar de Aquiles da grande maioria dos países, principalmente, os que continuam ostentando as maiores desigualdades.

Quanto maior a desigualdade, maiores as dificuldades de avançar numa escolarização decente que possibilite, principalmente aos mais pobres, terem acesso a uma educação que promova emancipação e autonomia.

No caso do Brasil, os tecnocratas que se apossaram dos espaços políticos de decisão, passaram a difundir a ideia que a educação de qualidade será conquistada quando houver um pleno acesso as tecnologias e quando os alunos tiverem bom desempenho das avaliações de larga escala. E assim, imensos recursos públicos são destinados para aparelhar tecnologicamente escolas e treinar os alunos para responderem avaliações em larga escala, como se educação fosse sinônimo de treinamento.

Mas será que a escola repleta de tecnologias e alunos adestrados para responder textos de avaliações externas são credenciadas a promover educação de qualidade?

Quando a educação descuida da formação ética, instrumentaliza as artes e encarcera o pensamento, poderá produzir os “bárbaros digitais” que promovem a violência virtual ou física, o discurso de ódio que fortalece e dissemina as diversas formas de racismo, xenofobia, misoginia, aporofobia e tantos outros preconceitos que assistimos cotidianamente? São questionamentos e problemáticas pautadas por muitos pensadores, dentre eles Immanuel Kant (1724-1804).

Kant certamente é um dos filósofos mais conhecidos da modernidade. Nasceu em uma Königsberg, na época, uma das principais cidades do império prussiano oriental, conhecida por ser um grande local portuário, onde eram trocadas mercadorias coloniais da região por manufaturas inglesas. Sua vida não registrou qualquer incidente particular, pois teve uma trajetória serena e laboriosa quanto tantos outros filósofos. Trabalhador incansável, consagrou sua vida ao estudo e produziu uma diversas obras filosóficas amplamente mencionadas e estudas na tradição filosófica da modernidade e ainda revisitadas e reinterpretadas na contemporaneidade. Pode-se até dizer que não se estuda a fundo filosofia sem passar por Kant.

Além de ser um dos mais respeitados e lidos filósofos modernos, Kant deixou também um ligado pedagógico, menos conhecido, mas igualmente importante para compreendermos a educação para além e aquém da vala comum.

Kant tem muito a nos dizer sobre educação, pois nos oferece um painel rico e denso sobre como deve ser a educação das crianças e dos adolescente. Em sua obra Sobre a Pedagogia, discute um conjunto de temáticas incrivelmente atuais e pertinentes para pensarmos a educação de nosso tempo. Já na introdução nos diz que “o homem é a única criatura que precisa ser educada” e que “por educação entende-se o cuidado de sua infância, a disciplina e a instrução com formação”. Diferente dos animais que já possui instintivamente os recursos para se defender, as crianças precisam ser cuidadas para que “não façam uso nocivo de suas forças”.

A disciplina faz parte da educação, pois é ela que “transforma a animalidade em humanidade”, possibilita que o ser humano faça uso da razão e, com isso consiga “formar a si mesmo”. É a disciplina “que impede ao homem desviar-se do seu destino, de desviar-se da humanidade, através das suas inclinações animais”. É a disciplina que submete o homem às leis da humanidade e começa a fazê-lo sentir a força das próprias leis.

Além de disciplina a educação também é “instrução com formação”, pois o homem não pode se tornar verdadeiro homem senão pela educação. Ele é aquilo que a educação fez dele”.

A educação é uma arte, cuja prática necessita ser aperfeiçoada por várias gerações. “Cada geração”, diz Kant, “de posse de conhecimentos das gerações precedentes, está sempre melhor aparelhada para exercer uma educação que desenvolva todas as disposições naturais na justa proporção e de conformidade com a finalidade daqueles”. Para ele, “uma boa educação é justamente a fonte de todo bem neste mundo”.

Uma boa educação do ser humano possui para Kant os seguintes elementos: a) “ser disciplinado”, ou seja, ser capaz de impedir que animalidade prejudique o caráter humano; b) “tornar-se culto”, pois a cultura consiste na criação da habilidade e esta é a posse de uma capacidade condizente com todos os fins que almejamos; c) “cuidar que o ser humano se torne prudente”, ou seja, possibilitar que cada indivíduo se torne cortês, gentil, saber conviver de forma civilizada; d) “cuidar da moralização”, ou seja, que o ser humano tenha condições e disposição de escolher bons fins, aprovados necessariamente por todos e que podem ser, ao mesmo tempo, os fins de cada um.

Educação para Kant não é treinamento ou exercício mecânico. Treinam-se cães e cavalos. Mas o ser humano precisa ser educado, pois “não é suficiente treinar as crianças; urge que aprendam a pensar”.

Talvez esse seja o principal desafio do nosso tempo: passados mais de 200 anos dos escritos de Kant sobre educação e ainda tem-se dificuldade de compreender seus escritos, pois para muitos “educação de qualidade é medida pelo treinamento das crianças e adolescentes para responder avaliações de larga escala”.

Ainda não foram dados passos seguros no caminho do “aprender a pensar”. Talvez precisamos estar mais atentos aos formatos educativos que estão sendo postos ou vendidos em nossas escolas, com a retórica que estamos preparando as crianças para o futuro quando sua efetivação poderá produzir os bárbaros digitais que ameaçam a própria humanidade.

De tempos em tempos, surge uma nova mania na educação. Uma febre sazonal. Toda vez promete-se muito e cumpre-se pouco. E dá-lhe estripulias para render matérias na imprensa, sites e redes sociais.. As salas makers, suspeito, são a moda da vez. Assim mesmo, em inglês, para dar pompa às circunstâncias, à espetacularização do momento. (Aleixo da Rosa)Leia mais: https://www.neipies.com/o-curioso-caso-dos-alunos-que-preferiram-os-livros/

Autor: Dr. Altair Alberto Fávero

Edição: A. R.

A morte lhe assusta? Então viva!

A morte é inexorável, e a lição que podemos aprender é a de que falar sobre a morte é falar sobre a vida, mais do que isso, é resignificar para melhor viver a vida!

Há 3,2 milhões de anos Lucy já andava sobre os dois pés, e, como bípede, caracterizava-se como um ancestral dos hominídeos, os quais, somente mais tarde, há 1,5 milhões de anos passaram a dominar o fogo e, com isso, utilizar da fogueira para aquecer-se, endurecer pontas de lanças e afugentar animais. Mas foi há cerca de 100 mil anos que o homem passou a compreender a morte e a elaborar rituais de despedidas (deixando objetos ao lado do corpo, p.ex.), conforme achados nas cavernas de Qafzeh, em Israel.

O tema Morte é universal e atemporal, e, desde que o homem passou a viver em grupos precisou descobrir uma forma de lidar com esta realidade. 

Vamos encontrar tantas formas de percepção sobre a morte quantas forem as diferentes culturas possíveis de relatá-las; Vestir-se de preto significa luto? Sim, e não… há sociedades onde o branco representa a cor da morte. Chorar, ficar em silêncio, praticar abstinências e jejuns é o correto? Sim, e não… há culturas (como a mexicana) onde o Dia dos Mortos é uma festa, um verdadeiro carnaval com direito a máscaras, música alta, desfiles e a apoteose em um festival de comes & bebes em pleno cemitério!

Há milhares de religiões no mundo; segundo o google – onde  há informações imprecisas de que existem no mundo todo algo entre 10 mil ou 60 mil delas – estas religiões tratam a morte conforme seus dogmas: sono profundo, céu & inferno, reencarnações, levar ou não velas e flores a cemitérios, enfim, buscam uma maneira de confortar aqueles que ficam em luto.

Ao abordar o tema morte em uma sessão de psicoterapia, o psicólogo deve respeitar a crença de cada um (segundo o Instituto Datafolha/2022 cerca de 14% dos brasileiros se diz sem religião), pois estão nas religiões os lugares onde mais se fala sobre o ato de morrer. Então, deve este ater-se à saúde mental de quem o procura, sobre o quanto possam estar sendo afetadas suas funções laborais ou de relacionamentos sociais e de convívio familiar.

Estar enlutado não significa estar doente, é um processo de reação à uma perda e, nas palavras de Freud em seu texto Luto e Melancolia, trata-se de um processo lento e doloroso caracterizado por uma tristeza profunda.

Poder dispor de um ambiente seguro, sem que venha a ser censurado por sua fala, é o primeiro passo para o trabalho de assimilação/superação ao acontecido.

Na mitologia greco-romana, Sísifo, considerado o mais astuto dos mortais enganou a morte, mas não por muito tempo, pois, tão logo descoberto, veio o seu castigo. 

A morte é inexorável, e a lição que podemos aprender é a de que falar sobre a morte é falar sobre a vida, mais do que isso, é resignificar para melhor viver a vida!Então, converse com aqueles que você ama, reaproxime-se de quem esteja distante por algum mal entendido ou por bobagens…

Pare de inventar desculpas e de adiar o que precisa ser feito. Viva o hoje e agradeça o dom da vida a cada dia que acordar. Menos lamúrias e mais atitudes farão a diferença em seu dia.

Autor: César Augusto de Oliveira

Edição: A. R.

Cem anos de 1923

O que para mim fica mais uma vez evidente são os estragos causados pelas nossas guerras, sim foram guerras, os autores usam tanto o termo “revolução” como “guerra”.

Revolução ou Guerra Civil? Pouco importa. O que importa é que se estude este fato, que haja pesquisa, que se escreva. Diante de tanto silêncio do Centenário deste episódio, finalmente podemos ler “Cem anos da Revolução de 1923 – História, mídia e cultura”,  editado agora pela Sulina o livro organizado por Álvaro Nunes Larangeira e Juremir Machado da Silva.

Além dos organizadores, temos textos de Larissa Caldeira de Fraga, Pâmela Chiorotti Becker. Taila Lopes Quadros, Beatriz Dornelles e o posfácio de Marcos Juliano Borges de Azevedo.

Pode ser falha minha, mas vasculho e pouco acho escrito até aqui. Dos atores, de então, temos a biografia de Zeca Neto, “A campanha de 1923”, do General Flores da Cunha. Dos historiadores daqueles tempos um livro citado pelos autores que é do Arthur Ferreira Filho, a “Revolução de 1923” é um escrito sério, porém sabemos que o autor era castilhista.

Poucos estudos mais sérios, de fundo, de pesquisa foram feitos que eu conheça.

Agora, em boa hora, cem anos depois, temos a busca do que se escreveu nos jornais daqueles tempos, como agiram os periódicos de fora daqui, como o Correio da Manhã, do Rio de Janeiro, o Correio Paulistano de São Paulo, até mesmo a revista Time, dos EUA. Pouco sobrou do jornal Gazeta do Alegrete, porém a Beatriz Dornelles consegue recompor boa parte dele e do pensamento de seus donos.

Temos uma lúcida análise de como o imaginário da revolução de 1923 aparece na parte III do seu clássico O tempo e o vento, de Érico Veríssimo.

Não cabe aqui entrar num relato de cada capítulo, mas de instigar a leitura deste livro, louvando a atitude de Álvaro e Juremir, professores e jornalistas que tiveram o tino e capacidade de explorar o tema pelo viés tanto da história, como da mídia e da cultura.

O que para mim fica mais uma vez evidente são os estragos causados pelas nossas guerras, sim foram guerras, os autores usam tanto o termo “revolução” como “guerra”.

A Guerra dos Farrapos é cantada em prosa e verso, de forma ufanista, chegando criar um mito em torno das lutas nas coxilhas. Mesmo com alguns estudos sérios da Guerra Civil de 1893-95, tenta-se de todas as formas apagar as matanças e as degolas. Como também em 1923 se tenta passar a ideia de que foi “mais amena”. Comparativamente, foi menos dolorosa, mas no livro há passagens que mostram o ódio que reinava no Rio Grande do Sul.

Ainda se pede um estudo sobre como estes três episódios puderam contribuir para o  atraso do nosso estado em relação a outros estados da federação.

Neste livro temos uma ideia que não havia “santos” de nenhum lado. Mas fica evidente, mais uma vez, o autoritarismo do castilhismo e os roubos de eleições, feitas pelo borgismo.

Autor: Adeli Sell

Edição: A. R.

Os jovens ainda gostam de religiões

Deus é amor. Para nos ensinar a amar, Ele inspirou o aparecimento das religiões. Deus mesmo não tem religião e Ele pode ser encontrado através de todas elas. (Frei Betto, em Religião é motivo de briga?)

Fui convidado pelo IHR (Instituto Histórico Regional) para uma conversa na arena principal da Feira do Livro de Passo Fundo em 20 de outubro de 2023, dentro da programação oficial. Era uma sexta-feira à noite e a atividade começou às 20 horas (detalhe que a feira fechava às 21 horas). Preparei-me para uma pequena/grande conversa sobre o tema “Religiosidades nas diferentes culturas”.

O assunto da fala, que chamei bate-papo, foi extremamente relevante; afinal, a diversidade religiosa no Brasil é parte da riqueza cultural e constitui nossa brasilidade e identidade. Pensando nas diferentes formas de expressão e em saudações religiosas, expressei-me dizendo Axé, Hare Krishna, Shalom, A Paz de Cristo, Salaam Aleikum/ Aalaikum As-Salaam, Namastê, Aleluia, irmão, Saravá.

Apresentei-me como professor de Ensino Religioso das redes públicas municipal e estadual e como estudioso das religiões. Com orgulho adotei este componente curricular como preferencial, apesar da minha formação ser da Filosofia.

Mais de 30 pessoas que sentaram na arquibancada ouviam-me atentamente. Falei que sigo a religião Católica Apostólica Romana. Contei, também, da minha relação e convivência de quase 20 anos com pessoas de diferentes credos em nossa cidade, através de formação e encontros de professores e de uma entidade que congrega religiões chamada CONER (Conselho do Ensino Religioso Seccional Passo Fundo).  Disse, ainda, que conhecimentos das diferentes religiões não afetaram em nada minha fé pessoal. Falei, brevemente, das diferenças entre fé, religião e espiritualidade.

Com bastante ênfase, ponderei sobre a importância de estarmos, naquele momento, falando sobre religiosidades, sobretudo em tempos em que o mundo convive com diversos radicalismos e guerras. Disse, também, que era extremamente importante uma Feira do Livro estar trazendo as temáticas da religiosidade e da espiritualidade para o debate público, na perspectiva do Estado laico. Afinal, uma Feira do Livro é realizada em espaço público, promovendo a diversidade dos gêneros literários e dos conhecimentos que nos constituem humanos, inclusive, os conhecimentos religiosos. Sugeri, então, que as edições das próximas feiras dialoguem mais com os atores e sujeitos da cidade que queiram promover, com maior fôlego, conversas e debates sobre os conhecimentos religiosos e a necessidade da tolerância religiosa e cultura de paz.

Destaquei, ainda, a importância da formação dos professores e professoras que atuam no Ensino Religioso das escolas da rede pública municipal e estadual. Reafirmei que estes devem ser bem preparados e devem contar com o apoio que precisam para tratarem os conhecimentos religiosos na pluralidade e no diálogo, sem proselitismos e/ou ensino de moralismos. Afirmei, como aprendi há bom tempo, que conhecer diferentes religiões tem o propósito de aprender a respeitá-las.

Disse também que nossa cidade Passo Fundo possui importantes referências religiosas, templos e diferentes atividades públicas de manifestação das principais religiões mas que, também, ainda convivemos com bastante preconceito e discriminação, especialmente para com as religiões de matriz africana e matriz indígena.

Casos de intolerância religiosa causam preocupação em Passo Fundo. 16/03/2023. Município tem registrado ataques contra religiosos. Religiões de matriz africana são o principal alvo dos criminosos. Assista: https://globoplay.globo.com/v/11454744/

Chamou-me atenção que na plateia que me assistia haviam professoras e alguns estudantes. Estavam bem atentos e acompanhavam todas as minhas falas.

Quando abri o microfone para o diálogo, oito pessoas perguntaram e interrogaram sobre diversos aspectos do que eu havia dito. Dentre estes, dois jovens estudantes perguntaram se eu acreditava no meu trabalho e se o ensino das religiões contribuía para a construção de uma sociedade mais humana e fraterna?

Respondi a todos os questionamentos, alguns até um pouco embaraçosos e complexos. Há sempre que se entender a complexidade do universo das religiões e dos seus conhecimentos e práticas. Minha formação, estudos e convivência com diferentes religiosidades recomendam evitar, sempre que puder, o proselitismo e as comparações.

Por fim, depois desta breve atividade de 45 minutos, despedi-me da Feira mas, sem antes perguntar ao senhor que cuidava do som da arena, sobre a atividade transcorrida. Ele me respondeu:

-O senhor foi bem, mas deixa eu lhe dizer uma coisa: eu gostei mesmo foi dos dois jovens que lhe pediram sobre religião. Eu achei que os jovens não tinham mais interesse em religião.

Jovens não desperdiçam oportunidades para manifestar seu interesse pelas religiões, pois estão em busca de respostas e de vivências de espiritualidade. Os jovens não vivem sem fé e nem estão perdidos como muita gente supõe; eles estão em busca, abertos e ávidos por diálogos que valorizem as suas dúvidas, os seus argumentos e as suas inquietações. Vale ainda lembrar que nossos jovens são a primeira geração que tem condições históricas, à luz de informações e conhecimentos, para escolher suas religiões (mesmo que seja a mesma de seus pais) ou mesmo escolher viver sem.

Autor: Nei Alberto Pies

Edição: A. R.

As mulheres vão embora

Cute family in a autumn park. Happy mother with two children. Family in the courtyard near the house.

Toda mulher tem um homem que se foi”. Assim começa um poema que escrevi cerca de 20 anos atrás, reforçando a ideia de que eles saem para comprar cigarro e esquecem de voltar.

A sociedade sempre aceitou como natural a figura do homem que um dia se enrabicha por outra e abandona a família, ou, dizendo de forma menos cafajeste, a do homem que deixa de amar a esposa e reconstrói sua vida. Pertencia só a eles a liberdade de ir e vir. Tinham dinheiro no bolso e eram donos de seus narizes: às mulheres restavam as lágrimas e uma pensão para os filhos, tivessem um bom advogado.

Hoje, as mulheres também vão embora. Não precisam alegar que irão comprar cigarro na esquina, a sinceridade é mais saudável: elas se vão porque a relação se desgastou, se vão para escapar de um parceiro agressivo, se vão porque se apaixonaram por outro, se vão porque evoluíram profissionalmente e novas oportunidades surgiram. Se vão porque assim decidiram.

Diante da secular hegemonia masculina, nossa independência ainda é uma novidade, nem todos se acostumaram. Mas homens esclarecidos e sagazes nos respeitam. Sofrem, como nós sofremos com a partida deles. Choram. A dor da perda é a mesma.

Vez que outra, os mais inconsoláveis rogam praga: “você vai ficar sozinha para o resto da vida!”. Cuidado.

Em vez de inibi-la, a ameaça poderá entusiasmá-la: o que não falta é mulher sonhando em sair de uma relação para viver só para seus livros, filmes e amigos, livre como o vento soprando nas montanhas. Pena que não há poesia na ignorância.

Uma mulher que se vai, para muitos, é uma afronta. Homens mal preparados para a igualdade não sabem lidar com a rejeição.

Em vez de buscarem uma terapia para ajudar, eles buscam a arma que escondem em cima do armário, buscam uma faca na gaveta da cozinha e aumentam os índices de feminicídio. É só ler os jornais, acompanhar as estatísticas. É sempre a mesma razão banal: matou porque ela teve a audácia de largá-lo.

Extra, extra! As mulheres vão embora. Ganham o próprio salário e vão embora. Leem, se informam, se unem, se reconhecem em outras mulheres, e se for necessário, vão embora. São mães e vão embora sem fugir de suas responsabilidades: estão protegendo os filhos de um ambiente hostil. Amaram seus homens, foram felizes com eles, e quando deixaram de ser, foram embora.

Nada de novo, é o que os homens sempre fizeram. Novidade seria se eles fossem assassinados por causa disso. Eduquemos bem nossos meninos de 8, de 10, de 15 anos: mulheres não são propriedade alheia, elas vão embora. Cientes dessa realidade, quando adultos eles se tornarão os melhores companheiros, os mais inteligentes, os mais amorosos, aqueles que darão a suas parceiras todos os motivos para ficar.

Uma mesma pessoa pode aparentar grandeza ou miudeza dentro de um relacionamento, pode crescer ou decrescer num espaço de poucas semanas. Uma decepção pode diminuir o tamanho de um amor que parecia ser grande. Uma ausência pode aumentar o tamanho de um amor que parecia ser ínfimo. Leia mais: https://www.neipies.com/o-tamanho-das-pessoas/

FONTE: https://www.nsctotal.com.br/colunistas/martha-medeiros/as-mulheres-vao-embora

Autora: Martha Medeiros, autora da crônica “O mundo não é maternal”: https://www.neipies.com/o-mundo-nao-e-maternal/

Edição: A. R.

Cartas Pedagógicas como prática de ensino e pesquisa

Por estas Cartas queremos nos comunicar com educadores/as, estudantes, militantes e todos os leitores, desejosos por conhecer um pouco mais a caminhada que fizemos para assegurar e recriar o legado de Paulo Freire em nossas lutas concretas.

Cartas Pedagógicas como prática de ensino e pesquisa é uma obra coletiva, produzida em tempo real, no processo do curso com o mesmo nome, ministrado em 12 aulas, online. Com o alcance da tecnologia, chegamos em 16 estados da Federação.

As Cartas Pedagógicas aqui encontradas resultaram de muito estudo, pesquisas e escrevivências desde as realidades vividas pelos educadores/as participantes do curso. 

Todas as Cartas foram lidas nas aulas, avaliadas e aprovados pelos educadores/as, visando o conjunto deste livro. Elas constroem fio a fio a história de uma experiência educativa em diferentes espaços de lutas por uma educação humana, emancipatória e libertadora.

Por estas Cartas queremos nos comunicar com educadores/as, estudantes, militantes e todos os leitores, desejosos por conhecer um pouco mais a caminhada que fizemos para assegurar e recriar o legado de Paulo Freire em nossas lutas concretas.

Escrever e bordar, são duas tarefas espetaculares, terapêuticas. Cada uma guarda segredos próprios, revelados às mulheres e homens, que souberem desvelar esse segredo. Não se mede, de forma alguma, o trabalho que gratifica e realiza quem o faz, aparentemente oculto ao olhar sem lentes. Leia mais: https://www.neipies.com/entre-a-pena-e-a-agulha/

Contatos para adquirir o livro: Isabela Camini – whatsapp: 51-99281-5114

Autora: Isabela Camini, autora da crônica “Qualidades necessárias ao educador revolucionário”: https://www.neipies.com/qualidades-necessarias-ao-educador-revolucionario/

Edição: A. R.

MARIA PEQUENA

(Homenagem a Maria Meirelles Trindade, a Maria Pequena, morta em 28/11/1894, durante a Revolução Federalista, em Passo Fundo/RS)

Para e contempla

o que se apresenta:

é o vulto de uma santa?

A imagem de uma besta?

Não, é o espírito da Maria Pequena

que a tradição

chamou de santa

que outros

difamaram-na de puta.

Sina da mulher

da mãe

da esposa

que nos idos da Revolução Federalista

em 1894

teve a vida degolada

da maneira mais torta

da forma mais bruta:

como uma ovelha.

E tal como uma

aquela índia se portou

na defesa do filho e do marido

pica-pau

quando o piquete maragato

lhe assediou

às margens do Arroio Raquel:

não deu um pio

do que eles queriam ouvir.

E nem depois de morta

a deixaram descansar

pois seus restos mortais

foram removidos

pelo temor

do que pudessem representar:

a imagem de uma santa

– do cordeiro imolado –

na defesa dos seus.

E, assim, seus ossos

do cemitério dos anjinhos

onde as mães enterravam seus pequeninhos

junto à sepultura azul

foram removidos

de lá para cá.

Até uma alma “piedosa”

a emparedar

sob o altar

da catedral

de forma que culto

só pudessem dar

depois de o autorizar

o clero local.

Mas não puderam apagar

da memória do povo

aquela que até hoje

é considerada

a primeira santa popular

de Passo Fundo.

Quer conhecer mais, acesse: https://www.upf.br/ahr/memorias-do-ahr/2019/28-de-novembro-dias-das-milagreiras

Foto: Arquivo Histórico Regional (AHR)

Autor: Julio Perez, Do livro Agreste Avena/www.julioperezescritor.com Autor da poesia “Ser poeta”: https://www.neipies.com/ser-poeta/

Edição: A. R.

O que nos impacta ao vermos uma mulher idosa revirando lixo?

Não pude andar mais, nem cair ao chão me dei a oferta, vendo a senhorinha com seu passado exposto em frente a um fruto amargo, como se teimasse em continuar viva, mesmo que para estar viva precisasse viver dos mortos.

É noite no Alto da XV. A noite cinzenta de todas as noites em Curitiba. Uma garoa miúda e sem vontade de cair castiga as poucas cabeças que passam apressadas, rumo a suas casas, penso, porque a noite chegando, torna as pessoas mais escorregadias.

Caminho a esmo, tentando recuperar o fôlego de um dia que não termina mais; somente há esquinas de desassossego e perguntas úmidas a fazer. 

O que é isso meu Deus?

Não fosse uma chuvinha fina, que quase transpassa o guarda-chuva, daria para contar os motivos que me levam até as ruas do bairro de nome charmoso e fácil de escrever.

Ele tem o nome do charme…de algum luxo, e, sem mais escolhas para os olhos, vejo uma mulher revirando o lixo, na esquina, a minha frente, à frente do nada, melhor. À frente do luxo.

O que é isso meu Deus?

Uma mulher franzina, de roupas encharcadas e chinelos rotos, revira o lixo, em uma lata inerte e abandonada. Sem sorte, será, esta mulherzinha da minha noite de chuva, revirando a procura de algo, em um latão velho e abandonado na melhor esquina, sabe-se lá o que persegue.

E encontra ela. Saca rapidamente com sua mão e cheira a surpresa. Leva à boca, talvez uma maçã e num gesto relâmpago lhe morde o lado. Mas não dura o prazer e eis que numa cusparada ligeira livra-se da incômoda mordida, precipitada. Não deu gosto, certamente.

Um laranja azeda? Uma maçã traçada? Uma pera moída? Não pode disfarçar sua fome à fruta podre, certamente, que a arremeteu à boca em um gesto pouco pensado, como quem não pode perder nada, pois já que não tem nada e que nada vai lhe restar do dia.

Sua mão lépida lembra uma pessoa desperta e que à noite, o chuvisco vai dificultando tudo. E estragou tudo. Fosse ao dia, poderia ver o torpor no que metia em sua boca e escolheria melhor o resto que foi separado a ela. Quem sabe…refugá-lo com mais elegância.

Está longe de casa e, ao mesmo tempo, muito perto porque leva consigo a sua casa, em um carrinho mambembe, de tábuas tortas e vazantes, que entre pingos e lufadas, fazem-se balançar pedaços de papéis e cartões rejeitados no seu trajeto. Lançados fora pela fúria dos consumidores conscientes, seu carrinho é a mais tênue lembrança do que há de pior a ser inventado para uma mulherzinha fazer abrigo nestas horas.

Nem cachorros andavam no seu entorno, que se comparassem a ela, assim, solto na rua, errante, como seus pares sem rumo andam, sempre apressados, vindo do nada, e indo a lugar algum. Estava pronto a compará-la a qualquer um destes, mas não os via. Iria falar: pelo menos ela ainda é humana e então haveria uma réstia de esperança.

Mas concluí, dentro da lata de lixo em que me encontrava, ser ela mesma o cão perdido numa noite fria e espúria. Sim, ela que nos procurava com alguma mão trêmula, que nos buscava neste latão imundo, chamava-nos no breu da noite, nós que a negamos pelo dia.

Quem dera fosse a minha mão puxada, ao invés de uma fruta podre. Quem dera me subisse deste latão, eu que me encontrava assim que a vi, em meio às coisas abandonadas e desprezadas. Quem dera me estendesse a mão e salvasse para si.

E não pude andar mais, nem cair ao chão me dei a oferta, vendo a senhorinha com seu passado exposto em frente a um fruto amargo, como se teimasse em continuar viva, mesmo que para estar viva precisasse viver dos mortos.

Nossos lixos não mais a sustentam. Sua fome continua, mesmo que se alimente do que mais encontre nesta esquina, com o charme do abandono e dá má sorte: o nada.

Por um momento pensei em trocarmos os papéis, permanecendo imerso de chuva e fome, lodacento com o cinismo de um pobre observador e, ela, embora magra, mas pelo menos com uma refeição a ruminar nestas últimas 24h. Sabe-se lá se passaria por mais esta noite.

Que mundo é este que abandona uma frágil mulherzinha? Idosa, e solitária com seus muitos anos de calçadas e abandonos.

– Estamos nós, ambos abandonados, minha senhora, não se engane! Você que já não encontra nada neste lixo inútil, esbarrando hoje, em um lixo errante.

Nossos olhares se cruzaram por um instante, fartos que estamos de ausências. Eu, com meu vazio temporal e, ela, em sua eterna falta de tudo.

O bem maior que poderia lhe dar seria este: a minha esperança em respirar ainda, por sua promessa de amanhã estar viva. O meu futuro incerto, por um naco de maçã limpa. Deveria propor, pois sua fome poderia salvar a todos.

Mas não foi desta vez. Será preciso sofrer muito, os dois, deverá ter pensado Deus. Nesta noite, pelo menos nesta, que ninguém durma em paz nesta esquina de Curitiba.

Autor: Nelceu A. Zanatta, autor da crônica “Arvores não conversam? Sinos não falam? Nos jardins das rejeições, tudo é possível”: https://www.neipies.com/arvores-nao-conversam-sinos-nao-falam-no-jardins-das-rejeicoes-tudo-e-possivel/

Edição: A. R.

A imagem, a verdade e o eu

Para os adolescentes, o sentido das coisas é dado através da imagética. É a partir dela, mais do que das palavras, que eles organizam suas histórias.

Toda a imagem é o fragmento de uma história. Traz, em si, a potencialidade para uma narrativa. Uma sucessão de imagens forma um enredo e permite a construção do eu, tanto para o sujeito retratado quanto para os que o observam. No entrelaçamento das imagens, funde-se um olhar inusitado.

A imagem, na vida digital, tem valor de verdade. É instrumento para a constituição do eu. Percebe-se isso, principalmente, em relação às gerações mais novas. Para os adolescentes, o sentido das coisas é dado através da imagética. É a partir dela, mais do que das palavras, que eles organizam suas histórias.

Como exemplo, relato a experiência a seguir.

Quando iniciei a dar aulas na EMEF Daniel Dipp, ao deparar-me com uma aluna lendo, fotografei-a com seu livro e postei a foto em minhas redes sociais como forma de valorizar o ato da leitura. Na semana seguinte, vários outros alunos apareceram com obras literárias, exibindo-as.

A intenção era clara: eles também desejavam ser fotografados.

Desde então, quando encontro algum aluno lendo, convido-o para tirar uma foto. Alguns são tímidos e não aceitam. Notei, no entanto, que, após alguns estudantes terem aceitado, outros passaram, inclusive, a pedir para serem fotografados.

Não basta, assim, ler; é preciso que esse momento torne-se um fragmento imagético, postado nas redes. Visto pelos demais, ele é autenticado e passa a ter um status de “verdadeiro”.

É função da escola direcionar os alunos para formas saudáveis de uso das redes, bem como para a criação de bons espaços virtuais. Isso passa pelo correto direcionamento das imagens como forma de criação de relações assertivas.

Na vida digital, uma foto nunca é apenas uma foto. É uma afirmação do eu, algo essencial para qualquer um e, ainda mais, para um adolescente. Uma fotografia, quando postada, pode ser curtida, compartilhada, comentada ou ignorada — formas de acolhimento.

Os mais velhos, talvez, achem tudo isso estranho. Entretanto, em uma vida digital, as coisas funcionam assim.

Sorria para a foto, portanto.

Autor: Aleixo da Rosa, autor da crônica “Apenas dou aulas”: https://www.neipies.com/apenas-dou-aulas/

Edição: A. R.

Filme funde vida e poesia

Esta matéria objetiva despertar em mais professores, professoras e estudantes o desejo de conhecer este importante filme e sugerir que, a partir do mesmo, ocorram novas aprendizagens sobre a importância da escola e a valorização dos sonhos e dos desejos dos jovens estudantes.

O filme Sociedade dos Poetas Mortos marcou gerações que buscavam democratizar o ambiente escolar e trazer para a realidade dos estudantes questões existenciais mais reais e próximas. Conhecemos este filme, recém-lançado, quando estudávamos no antigo Segundo Grau, hoje, Ensino Médio.

Não imaginávamos, no entanto, que, depois de mais de 30 anos, este filme ainda fosse interessar aos jovens estudantes de nosso tempo. Foi quando descobrimos que o professor de literatura da rede estadual, em Passo Fundo, RS, Douglas Pereto, ainda trabalha com este filme em aulas de literatura e que, inclusive, a história nele retratada é parte da sua inspiração na profissão docente.

Com esta descoberta, programamos assistí-lo e trabalhá-lo em sala de aula junto a estudantes do primeiro ano do Ensino Médio, Componente Curricular Projeto de Vida, Instituto Estadual Cecy Leite Costa. Este filme colabora muito para diferentes análises e conhecimentos sobre a importância dos jovens buscarem o seu autoconhecimento, como um dos fundamentos mais importantes para organizarem seus projetos de vida.Após, foram realizadas sinopses e resenhas sobre o filme como uma forma de retomar e ressignificar as aprendizagens nele contidas. Decidiu-se, também, pela produção desta matéria, compondo diferentes percepções dos estudantes sobre os conhecimentos do filme, em forma de pequenas resenhas. Esta matéria objetiva despertar em mais professores, professoras e estudantes o desejo de conhecer este importante filme e sugerir que, a partir do mesmo, ocorram novas aprendizagens sobre a importância da metodologia da escola e da valorização dos sonhos e dos desejos dos jovens estudantes.

Havia assistido a Sociedade dos poetas mortos ainda na década de 1990. Mas foi apenas em meados do ano 2000, quando fui nomeado para Rede Estadual de Ensino que visitei novamente a obra, juntamente com “Sarafina”, protagonizado por Whoopy Goldberg, versando sobre as dificuldades de uma professora em meio ao apartheid sul-africano.

Ambas películas inspiraram em mim um modo talvez quixotesco na percepção literária.  Sociedade ditava o caminho da essência literária: mensagem, recriação da realidade, mimese, sonho. O filme vai além da estrutura poética, narrativa, gramatical.

De lá pra cá adotei como lema que a literatura que fica nos livros não serve para nada. Ela precisa inspirar a vida, estar relacionada ao cotidiano.

Valer-se do carpe diem, da curiosidade natural dos adolescentes, é um prato cheio para a exibição do filme. Assistir, debater, comentar, tornam-se pontos de partida para a leitura de obras e da vida. (Professor Douglas Pereto)

O filme “Sociedade Dos Poetas Mortos” retrata a vida de estudantes em um internato, onde ambos aprendem coisas da vida especialmente com seu professor de literatura. Em geral, é baseado em poetas e poesias que contagiam os alunos com sua beleza. O filme é uma ótima escolha para quem quer refletir sobre os ensinamentos da vida, pois mostra os mais variados assuntos da adolescência de forma trágica, assim como na vida real. A frase mais marcante do filme é “Carpe Diem”, que significa: aproveite o dia; viva intensamente. Recomendo esse filme a qualquer um, é um patrimônio cultural que deve ser explorado, a fim de transmitir demasiado conhecimento para os telespectadores de maneira curiosa. (estudante Camila)

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Bom, assisti ao filme “Sociedade dos poetas mortos” e achei maravilhoso, um ótimo filme de drama, com vários momentos de tensão. Este filme nos proporciona muitos momentos de reflexão e nos deixa várias lições. É uma longa metragem(filme) emocionante e inspirador que destaca a importância da educação, que vai além do acadêmico, encorajando os jovens a serem pensadores, críticos e a abraçarem a beleza da poesia e da vida. (estudante Maiara)

Eu assisti ao filme “Sociedade dos poetas mortos” por 2 vezes. É um filme que inspira jovens a seguirem seus sonhos e não desistirem e acreditarem nos seus potenciais. Esses jovens têm uma mente brilhante. É um filme ótimo para ser visto em sala de aula. O diretor do filme soube abordar um tema que na época era uma coisa normal. O filme é muito bom. Na minha opinião, o final do filme deveria ter uma continuação, os jovens deveriam ter se manifestado antes da morte do seu amigo e da demissão do professor; mas, assim mesmo, o filme é maravilhoso do começo ao fim. Assistiria novamente. Por que é maravilhoso e aborda temas incríveis sobre a luta desses meninos para terem suas escolhas de vida respeitadas. (Estudante Giana)

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Sociedade dos Poetas Mortos é um filme inspirador que questiona as normas sociais e destaca a importância da liberdade de expressão e do pensamento crítico. Além disso, o conceito de ‘Carpe diem’ presente no filme serve como um lembrete constante da importância de apreciar o presente e abraçar o momento, enfatizando que a vida é preciosa e deve ser vivida com paixão e autenticidade. Sua mensagem é atemporal, tornando-o altamente recomendado, mesmo nos tempos atuais. Recomendo a qualquer um que busque inspiração, pois este filme não apenas o entreterá, mas também o fará refletir sobre a importância de seguir seu próprio caminho. (estudante Luís Fernando)

O filme se passa em uma escola preparatória para meninos, tradicional e conservadora, onde o professor John Keating chega com uma abordagem pedagógica única. Ele inspirou seus alunos a questionar as autoridades, a pensarem por si mesmo e a apreciarem poesia. O lema “Carpe Diem” torna-se o mantra dos estudantes, que começam a explorar seus desejos e sonhos, desafiando as expectativas da sociedade. Sociedade dos poetas mortos lida com questões como a pressão e expectativas familiares e sociais, o medo de ser diferente e a busca pela autenticidade. A obra demonstra como a educação pode ser uma força transformadora na vida dos jovens. No filme é notável pela a atuação de Robin Williams que dá a vida para fazer o papel do professor. Também a performance dos jovens atores que também é impressionante, a medida em que os personagens enfrentam dilemas pessoais e sociais. O filme é uma homenagem para a importância da poesia na compreensão da vida e no estímulo a reflexão. (Estudante Sayuri)

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O filme é bastante interessante, falando sobre alguns assuntos mais filosóficos e poéticos, tratados pelo professor de literatura John Keating. O professor usa métodos de ensino não tradicionais, deixando seus alunos assustados e curiosos na sua primeira aula. A primeira parte do filme se torna mais cansativa e entediante, mostrando o jeito de cada personagem e suas personalidades, mas do meio até o final começa um drama com o personagem principal, onde sua família quer escolher seu futuro ao invés de deixá-lo seguir seu próprio caminho. A cena final e chocante da morte do personagem é emocionante, deixando claro o quanto ele estava sofrendo sobre tudo isso. (estudante Pietro)

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O filme “Sociedade dos poetas mortos” passa uma mensagem de busca pela liberdade, a importância da arte e a quebra de padrões sociais. O professor de literatura traz uma abordagem única e inspiradora para seus alunos que acabam descobrindo suas vozes individuais. Com isso, os alunos formam uma sociedade secreta chamada “Sociedade dos poetas mortos”, onde se reúnem para ler, discutir e escrever poesias. Acho o filme muito bom e recomendo. Vemos que, se muitas vezes os pais prendem os filhos de fazerem o que amam, pode levá-los a tomar decisões erradas.

O personagem principal tinha tanta devoção pela arte, que acabava passando por cima das regras dos pais e o estudante mais quieto da turma foi o primeiro a subir na mesa para demonstrar o respeito pelo professor (na cena da despedida deste na escola). Uma cena que mais me marcou foi a parte que o professor pediu para o aluno mais acanhado ler na frente de toda turma; mas acaba travando e não consegue falar nada, mas o professor ajuda ele. E ele consegue falar o que está sentindo, depois de muito tempo com o sentimento guardado dentro de si. (estudante Elizandra)

Edição: A. R.

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