São doze contos com histórias que se passam no ano de 1905, ano miraculoso para Einstein e para todos nós. Os personagens convivem intimamente com pessoas que eram ou se tornaram importantes para a história da humanidade.
Assim lembramos que enquanto Cixi, a mulher mais poderosa que já existiu, via seu domínio de quase meio século sobre a China aproximar-se do fim, Euclides da Cunha, mergulhado quase sem recursos na Floresta Amazonica, tentava demarcar a fronteira Brasil-Peru, Thomas Álvaro Edson acabara de eletrocutar a elefanta Topsy. Osvaldo Cruz, Santos Dumont, Karl May, Freud, Koch, Trotsky, Pio X, Eistein, Eduardo VI e outros são revelados em suas intimidades pelo olhar próximo de personagens ficcionais que criei.
Através dos olhos deles “enxergamos” essas figuras da história humana e revivemos o “clima” predominante em 1905.
O livro está a disposição no site da Physalis Editora (https://encr.pw/physalis-Salton-1905) e nas livrarias Delta Passo Fundo Shopping, Companhia da Leitura do Shopping Bella Cita e Delta Paissandu.
Gostei muito de escrever “1905” e torço que sua leitura seja do agrado dos meus amigos que seguidamente me presenteiam com o carinho de me ler.
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Brindo os leitores e leitoras do site com um resumo de uma das histórias do livro.
Suzanne pergunta a Freud com quem deve casar
No conto 03 do livro “1905” inovadores reúnem-se em Viena no Café Landtmann que, por sinal, segue funcionando até hoje.
Suzanne representa a entrada da mulher na profissão médica, algo raro na época. Uma inovação. Aliás, como professor de medicina há mais de quarenta anos, só nos últimos vi o número de mulheres se sobrepor ao número de homens nos bancos acadêmicos.
Suzanne encontra no Café Koch e Freud. Koch foi quem pela primeira vez na história conseguiu descobrir um microrganismo patológico: a bactéria da tuberculose. Todos sabemos a devastação provocada por essa doença. Merecidamente, recebeu o Nobel de Medicina naquele ano de 1905. Não morava em Viena, mas seguidamente ia até lá para proferir palestras.
Freud, no conto, representa o pesquisador que abandona pesquisas por não serem promissoras. No caso, a sinceridade de Freud ao comentar a expectativa infundada que teve com a cocaína. No ano de 1905, Freud publicou uma de suas obras mais marcantes: “Três ensaios sobre a sexualidade”. Entre um café e outro, Suzane pede um conselho muito especial a Freud. Vou parar por aqui para não provocar spoiler.
Esse é um dos contos que inspiraram o filme “A história de nós três e de nós quatro” do diretor Jaime Lerner.
“1905” será lançado por ocasião da palestra – todos estão convidados – que darei na Academia Passofundense de Letras às 20 horas do dia 15 de junho, uma quinta. Mas o livro já pode ser adquirido pelo site da Physalis Editora e nas livrarias Delta do Passo Fundo Shopping, Companhia Da Leitura do Bella Citta Shopping, Delta Paissandú, Sebo Café e Sebo Papirando.
A indignação de Vinicius Jr empresta voz a tantas outras vozes caladas pelo medo, submissão, pela dor e sofrimento devido ao racismo.
O Brasil tem vários atletas construindo suas carreiras no futebol Europeu. A Espanha tem sido, ao longo de muitos anos, o destino dos promissores atletas, alguns ainda muito jovens, mas com grande talento. Vinicius Junior seria mais um atleta a trilhar esse caminho aparentemente glamoroso se não pairasse sobre ele a ameaça do racismo que pode ameaçar a sua presença naquele país.
Os fatos presenciados no domingo passado (21 de maio) explicitam o que acontece há anos nos estádios de futebol do mundo todo, nos quais a rivalidade futebolística esconde uma prática profundamente enraizada no inconsciente coletivo da maioria da população mundial.
O racismo tem se explicitado de diferentes formas, não só nos estádios estrangeiros, mas também nos estádios brasileiros. Vivemos em sociedades racistas e isto tem se explicitado.
Disse o Papa Francisco: “o racismo é um vírus que se transforma facilmente e, em vez de desaparecer, se esconde, mas está sempre à espreita”. As manifestações de racismo renovam em nós a vergonha, demonstrando que os progressos da sociedade não estão assegurados de uma vez por todas.
Esperamos que a indignação de Vinicius Junior incida em um processo de superação dessa prática perniciosa. E, tal indignação é fruto de várias atitudes negadores da sua dignidade. Parece-nos que o copo transbordou.
O atleta Vinicius Junior, na sua indignação, agiu de duas formas pontuais e extremamente consistentes. Ainda no campo de futebol, no decorrer da partida, ele mostrou ao juiz de futebol, autoridade competente, ao torcedor que o agredira com gestos racistas. Aparentemente não foi ouvido e ainda durante o jogo foi expulso da partida pelo mesmo juiz. Parece ironia. Um atleta em pleno exercício do seu ofício profissional é agredido e ferido em sua dignidade. Minutos depois esse mesmo atleta é declarado, pela autoridade competente com a expulsão, sem condições de continuar na partida. Para os que o poderiam acusá-lo de estar se “vitimizando” sugiro que revejam as imagens do episódio. Devemos louvar o jovem atleta pela atitude corajosa.
A segunda atitude de Vinicius Jr, circulou nas redes sociais. Esta com dois elementos extremamente potentes escritos por ele. Primeiro acusou o presidente da Liga Espanhola de Futebol (La liga) de conivência e omissão.
Em outras palavras, afirmou que a situação chegou àquele ponto devido às atitudes coniventes do dirigente com práticas racistas, já denunciadas pelo mesmo atleta e por outros desportistas. Denunciou-o por omissão pelo fato de não ter tomado nenhuma atitude contra os atos, o que seria próprio do cargo assumido. Quem deveria ter tomado uma atitude em tempo não o fez. O atleta deu nome aos responsáveis ao afirmar: sei exatamente quem é quem. Em seguida manifestou sua convicção quanto à importância da luta assumida com brio e que seja exemplo a tantos outros em semelhantes situações.
Vinicius Junior disse: tenho um propósito na vida e, se eu tiver que sofrer mais e mais para que futuras gerações não passem por situações parecidas, estou pronto e preparado.
O jovem que encantou o mundo com o bom futebol testemunha agora a força e a coragem de enfrentar uma chaga presente em todo o mundo, o racismo estrutural. Este precisa ser descontruído porque, além de ferir a dignidade dos homens e mulheres negros, ameaça o seu futuro.
O racismo estrutural tem sido a causa das mortes violentas de jovens negros, da miséria da população negra, da morte prematura de crianças negras e tantos outros males. O que se afirma não são frases soltas no ar. Pesquisas corroboram esta afirmação.
A indignação de Vinicius Jr empresta voz a tantas outras vozes caladas pelo medo, submissão, pela dor e sofrimento devido ao racismo. Sua voz e a voz do sofrimento por uma perseguição vil e covarde. Quantas crianças e adolescentes negros são prejudicados na escola devido ao racismo entranhado nos espaços escolares.
O bullying, expressão em inglês que significa humilhar, perseguir, assediar moralmente, de forma constante e intensa sobre uma pessoa, é sentido secularmente em forma de racismo pelas crianças e adolescentes negros.
O grito de Vinicius Jr, é o grito da indignação. Não toleraria mais tais atos. Um jovem de 22 anos ensina-nos a lutar e deixa-nos um testemunho valioso. Através de seus pés vemos o bom futebol. Através de sua voz ouvimos: basta de racismo.
Que o clamor indignado do jovem Vinicius Jr, reforce os clamores de tantas outras pessoas e fortaleça a corrente antirracista do mundo todo.
No século passado uma costureira norte-americana chamada Rosa Parker se indignou por ter que ceder lugar a uma pessoa branca como prescrevia a lei. A sua atitude corajosa gerou grande consternação. Ela sofreu pelo ato corajoso. Entretanto, seu gestou gerou uma grande mudança na lei norte americana.
Que a atitude de Vinicius Junior além de gerar comoção no mundo todo, gere também mudanças, começando por atitudes decisivas de punição para quem é racista. Não possível tolerar tais atitudes em estádios de futebol e em qualquer outro lugar.
Lembremos o preceito bíblico. Deus nos criou a sua imagem e semelhança (Gn 1,26). Ofender ao semelhante é ofender a Deus. Os bispos latino-americanos e caribenhos reunidos na cidade de Aparecida – SP manifestaram o compromisso da Igreja na superação do racismo. Escreveram: a Igreja denuncia a prática da discriminação e do racismo em suas diferentes expressões, pois ofende no mais profundo a dignidade humana criada à imagem e semelhança de Deus (DAp 533), uma verdade irrenunciável.
A gravidade da situação lembra a todos que não basta não ser racista. Cabe ser antirracista.
O racismo é histórico e vigora intenso na sociedade brasileira. Ele se multiplica de muitas formas, desde as mais veladas e dissimuladas até as mais escancaradas e violentas, que asfixiam, sufocam e matam. (Autor Dirceu Benincá) Leia mais: https://www.neipies.com/todo-racismo-e-abominavel/
Autor: Ari Antonio dos Reis
(Grupo de Estudos Negritude e Teologia – Itepa Faculdades)
A miséria é fruto da incapacidade do Estado em oferecer as mínimas condições dignas de vida para a sua população. A cidade está sob uma constante cortina de fumaça e de falta de interesse das autoridades.
É evidente que a quantidade de pessoas em situação de vulnerabilidade social em Passo Fundo e em médias e grandes cidades aumentou e a situação foi agravada por conta da pandemia e pelo desgoverno Bolsonaro.
A fome está por todos lados, em muitos lares e destrói famílias afundadas na miséria e na fome. O desemprego e a falta de perspectiva levam milhares de pessoas à depressão, ao submundo das drogas, ao vício em álcool e nas mais variadas formas de violência, o que é especialmente grave quando trata-se de danos contra mulheres e crianças.
Trago este relato para discutir a problemática ambiental causada por estas condicionantes citadas e, infelizmente, invisíveis aos olhares das autoridades. A fome aguda leva ao subemprego, ao furto, ao roubo, a dor, ao sofrimento, a miséria e ao dano ambiental.
Empresas especializadas no ramo da reciclagem e de sucatas compram vários tipos de resíduos: plástico, papelão, vidro, latas de alumínio e o vilão da poluição ambiental: o COBRE. Este item possui valor agregado e isso gera muitos furtos ao patrimônio público e privado para que seja revertido em fonte de renda para pessoas que em último recurso contra a fome e a miséria, usam deste artifício para conseguir uma mínima renda capaz de financiar um prato de comida ou algumas pedras de crack.
O cobre está presente em fios de luz, nos hidrantes e na fiação de telecomunicações. Depois de receptado em ferros-velhos, o cobre acaba indo para fundições, onde é transformado em pequenos fragmentos – grãos -, para facilitar o transporte. Em alguns casos, vira matéria-prima para peças feitas em metalúrgicas locais e até fora do país.
A grande questão ambiental é que os compradores não aceitam o fio encapado, com aquela camada plástica comum nestes produtos cuja finalidade é oferecer segurança contra os choques elétricos. Diante desta condição os vendedores de cobre queimam o plástico para poder vender e acabam cometendo mais um crime, o crime ambiental.
Diariamente em todas as comunidades da cidade é possível identificar a presença de queimadas de fio de cobre, principalmente à noite e nos finais de semana, quando não há fiscalização. A fumaça deste plástico é tóxica e pode causar graves problemas à saúde e ao meio ambiente.
A miséria é fruto da incapacidade do Estado em oferecer as mínimas condições dignas de vida para a sua população. A cidade está sob uma constante cortina de fumaça e de falta de interesse das autoridades.
Autor: Wagner Pacheco – publicitário e membro do Instituto Democracia e Cidadania
A chave para que o processo de humanização pela educação aconteça está nas pessoas e nas trocas que acontecem entre elas. Estas trocas acontecem por meio de um “fio invisível” que se forma na medida que existe uma boa comunicação, respeito e aceitação das diferenças, alegria pelo encontro e confiança no vir a ser de si e do/no outro.
A história da humanidade mostra o quanto as revoluções são necessárias para que hajam saltos no desenvolvimento humano. Passados os períodos da pré-história, o período clássico da Grécia e Roma antigas, a Idade Média, a Renascença – revolução das artes, a revoluções da ciência, da indústria e da tecnologia, faz-se urgente que a revolução da consciência humana se intensifique, caso contrário, tudo que se criou até aqui, pode voltar-se contra nós.
As tecnologias podem nos ensinar, mas não são capazes de nos educar. Nos tornam sujeitos mais informados, mas não sujeitos mais humanos, no sentido de sentir-se integrado a uma comunidade humana que se solidariza com “seus outros”.
A chave para que o processo de humanização pela educação aconteça está nas pessoas e nas trocas que acontecem entre elas. Estas trocas acontecem por meio de um “fio invisível” que se forma na medida que existe uma boa comunicação, respeito e aceitação das diferenças, alegria pelo encontro e confiança no vir a ser de si e do/no outro.
Para sermos humanos, não basta nascermos com a mesma fisiologia do homo sapiens. Precisamos nos desenvolver na maneira de viver em uma comunidade humana. Assim, a educação é o processo de transformação que acontece a partir da convivência, que nos leva a nos reconhecermos, também, no outro. É esta “ecologia” que forma, em nós, a capacidade de justiça, empatia e amor. Para Maturana (2014) é o amor que cria os “fios invisíveis”, pelos quais “desliza” a educação humana entre as pessoas.
Em tempos de alto desenvolvimento tecnológico, de conhecimentos prontos e de fácil acesso, as instituições de ensino de todos os níveis buscam se reinventar.
O momento de transição que vivemos requer o estabelecimento de novos paradigmas que tenham base em concepções mais integrativas, interdisciplinares e complexas – tecidas em rede, em contrapartida ao pensamento fragmentado e até mesmo descontextualizado que caracterizou o último século.
Não cabe mais a transmissão de conteúdos com ênfase na memorização sendo apresentados a estudantes enfileirados, debruçados sobre suas classes. O desafio é que os professores façam tudo aquilo que as máquinas não conseguem fazer, tal como dar sentido ao conhecimento, gerar emoção, ser exemplo de profissional comprometido, criar engajamento, etc… ou, seja, a pessoa que ele é, conta tanto quanto os conhecimentos que ele tem.
Além de ser um provocador e de instigar a curiosidade e a capacidade crítica dos estudantes, a fim de que eles sejam ativos nestes processos de mudança, o professor precisa estar consciente do quanto influencia seus alunos a serem boas pessoas e bons profissionais. Assim, o processo educacional não ocorre apenas no nível do saber, mas como defende Delors (1999), ocorre também com base nos pilares do fazer, conviver e ser.
A era digital chegou para facilitar a comunicação e ampliar a difusão de informações. Contudo, isso não significa que vai favorecer o desenvolvimento humano. O que temos em mãos só ganha sentido quando sabemos utilizar na direção do bem e do bem-estar das pessoas, conduzindo-as, como diz Cortella (2014) a um “Eu maior”, que ultrapassa o individualismo e enxerga o mundo ao redor como uma extensão de si mesmo, a partir da empatia e da sinergia que deve harmonizar as relações entre as pessoas, as coisas e o mundo.
Nós somos o elo que andava perdido. No entanto, ele sempre esteve na nossa frente. Basta-nos mirar no espelho. O verdadeiramente humano é ainda um projeto de futuro.
Há tempos a ciência investiga o elo perdido entre o macaco e o homem. Já há consenso de que Darwin tinha razão. Até o papa João Paulo II, que não era de dar o braço a torcer, admitiu a pertinência do darwinismo. O que obrigou os bispos da Argentina, adeptos fundamentalistas do criacionismo, a suspender, nas escolas católicas, o ensino de que entre Deus e nós não houve outros intermediários senão Adãoe Eva.
Os criacionistas não podem ir além da ideia de um deus oleiro que, tendo brincado com argila e soprado o barro, deu vida às maquetes humanas. Se dessem um passo a mais na genealogia do primeiro casal ficariam encalacrados. Se Adão e Eva tiveram apenas filhos machos, Caim, Abel e Seth, como se explica essa vasta descendência da qual fazemos parte? Seríamos todos filhos e filhas de um paradisíaco incesto?
Como os antigos hebreus não frequentaram a universidade e, portanto, estavam isentos da linguagem acadêmica, abstrata, em toda a Bíblia não há uma só aula de doutrina ou teologia. Sua linguagem é a do mineiro, à base de “causos“. Vê-se o que se lê.
A linguagem figurativa, própria dos povos semitas, transforma conceitos em imagens. O vocábulo hebraico ‘terra’ deu origem a Adão, e ‘vida’ a Eva, numa configuração plástica da noção de que Deus criou o mundo e a humanidade. O curioso é que o autor bíblico sugere que a vida veio da terra, o que só foi constatado pela ciência no século XIX, quando foram descobertas as leis da evolução do Universo.
A Bíblia quer ensinar apenas que Deus é o criador do Universo, incluídos os humanos que, embora obra divina, padecem de duas limitações intransponíveis: têm prazo de validade e defeito de fabricação. O que a doutrina cristã chama de pecado original.
Isto é óbvio: todos morrem um dia, malgrado as academias de letras repletas de imortais, e não são poucos os que demonstram grandes defeitos de fabricação – ao longo da vida tornam-se corruptos, mentirosos, criminosos, oportunistas, segregadores, machistas, homofóbicos, cínicos. Em suma, homens sem qualidade, diria Musil. E muitos com uma curiosa tendência para a política.
Quando teria se dado o salto do símio ao humano? No dia em que um macaco utilizou um pedaço de pau como extensão das mãos, como mostra Stanley Kubrick, no filme “2001, uma odisseia no espaço“? Ou no dia em que o orangotango decidiu, ao contrário de toda a família zoológica, deixar de comer quando tem fome e marcar hora para as refeições? Teria sido naquela tarde de sábado em que o macaco temperou a caça com pimenta e assou na brasa que restara de uma queimada produzida pelo relâmpago, sem saber que inventava o churrasco?
Um verdadeiro humano seria uma pessoa dotada de criatividade. Quem já viu uma casa de joão-de-barro com uma varandinha ou um puxadinho para abrigar o filho recém-casado? Ocorre que a criatividade é também um atributo dos bandidos. Talvez seja melhor caracterizar o humano por suas virtudes: uma pessoa generosa, altruísta, ética, solidária, amorosa, capaz de partilhar seus bens e dons. Isso existe?
Se estivermos de acordo que isso ainda é um projeto, uma perspectiva, um sonho, então há que aceitar: o elo perdido entre o macaco e o homem somos nós, essa cadeia de mamíferos que começa com a curiosidade de Adão e Eva, que foram meter o nariz onde não eram chamados, à geração atual contemporânea de Biden e Putin! Aliás, dois bons exemplos da espécie pré-humana que tem o rabo preso; onde mete os pés cria uma bananosa e vive invadindo o espaço alheio.
Nós somos o elo que andava perdido. No entanto, ele sempre esteve na nossa frente. Basta-nos mirar no espelho. O verdadeiramente humano é ainda um projeto de futuro. Caso contrário, o próprio elo haverá de se romper e o projeto humano quedará como uma utopia. Talvez realizável em algum outro planeta onde haja abundância disto que tanto falta por aqui: vida inteligente.
Ou quem sabe o Criador decida passar a limpo sua criação pela segunda vez. Duvido que vá destruí-la com um novo dilúvio. A água é, hoje, um bem escasso. Deus é generoso, não perdulário. Talvez o aquecimento global seja o primeiro indício de que tudo haverá de virar cinza. Ou, quem sabe, nós mesmos apressaremos o apocalipse desencadeando uma guerra nuclear. Então um novo Gênesis terá início.
Desconfio que, no sexto dia, Deus criará animais inaptos a desenvolver uma cadeia evolutiva. E, no sétimo, se recostará em sua rede no Jardim do Éden, porque ninguém é de ferro, e contemplará a beleza do Universo – agora livre da ameaça de um perigoso predador descendente dos macacos, o elo entre o que já não é e o que nunca foi.
“Nossa meta é nossa origem”, a clássica sentença antropológica de Karl Kraus, continua mais atual do que nunca. Para chegarmos a ela, talvez tenhamos de deixar de lado as preocupações com o umbigo de Adão e as certezas do macaco”.(autor Gilberto Cunha) Leia mais: https://www.neipies.com/entre-deus-e-o-macaco/
O paradoxo da educação é que se ela acaba por reproduzir desigualdades, sem ela não há a menor esperança. Políticas públicas é que podem e devem tornar a corrida mais igualitária.
Educar para quê? O tema é clássico. Emancipação ou reprodução das desigualdades vigentes?
Odiado pela direita, Paulo Freire apostava todas as suas fichas na emancipação. Pierre Bourdieu e Jean-Claude Passeron também trataram disso, em “A reprodução” (1970). De lá para cá, tudo mudou? Não. Basta ler os jornais para saber que tudo muda para não mudar tanto assim.
Os adeptos da ideologia tecnicista acreditam que basta a tecnologia mudar para que tudo mude, surgindo democracia virtual e educação igualitária. Triste ilusão.
Um título da Folha de S.Paulo do último domingo joga uma pá de cal em cima do otimismo de muita gente desinformada ou cruel: “Elite brasileira capturou até 65% dos ganhos com educação nos últimos 40 anos”.
Em poucas palavras, um mesmo diploma premia de modo diferente os mais pobres e os mais ricos, os homens e as mulheres, os brancos e os não brancos. Resumo da tragédia: os 10% mais ricos ganham 50% mais do que os mais pobres mesmo com a mesma formação.
Quem quiser saber mais sobre isso, que dê um Google e procure a pesquisa de Guilherme Lichand e Maria Eduarda Perpétuo, da Universidade de Zurique (Suíça) e Priscila Soares, da Universidade de São Paulo. Está tudo lá.
Houve um tempo em que se podia sonhar com um efeito quase automático da educação para gerar igualdade. Uma declaração de Guilherme Lichand, destacada pela Folha de S.Paulo, dá o tom: “Pelos resultados, podemos observar que, se duas pessoas conseguem um diploma de ensino médio, ambas vão ter recompensas pelo investimento de tempo e dedicação, mas essa diferença é 50% maior se uma delas for da elite”.
Como dizia Pierre Bourdieu, nas suas aulas no Collège de France, para desespero de muitos: “O dinheiro costuma procurar o dinheiro, a elite tende a se reproduzir”.
Parece, de certo modo, a corrida entre a lebre e a tartaruga no sentido inverso ao abordado pelo escritor argentino Jorge Luis Borges: a tartaruga corre um centímetro, a lebre salta um metro.
Lichand faz a demonstração: “De 1980 até 2021, vimos saltos nos anos de estudo. Uma fatia maior da população em idade produtiva concluiu o ensino fundamental (passando de cerca de 20% para 80%), médio (de 15% para 65%) e superior (de perto de zero para cerca de um quinto). Como mais gente começou a se escolarizar, o prêmio pela formação diminuiu na média”.
Na fábula hiperlógica de Borges, era a tartaruga que, por ter largado na frente, ganhava. Se a lebre corria um metro, a tartaruga movia-se um centímetro e continuava levando a melhor. Na dita vida real, as lebres da elite, mesmo quando carregam o mesmo diploma na pasta, correm sempre bem na frente. É o que se chama de vantagem estrutural.
O sistema privilegia os donos do sistema por mecanismos de transferência oficiosa de vantagens. Ainda bem que existem brechas.
O paradoxo da educação é que, se ela acaba por reproduzir desigualdades, sem ela não há a menor esperança. Políticas públicas é que podem e devem tornar a corrida mais igualitária.
Não é suficiente fazer discurso sobre a política e a democracia, não é o bastante deixar registrado em projetos educativos a exaltação da política para que, de fato, a instituição de ensino atinja este objetivo. É preciso eliminar a diferença e a distância entre a intenção e a ação. (Autor José André da Costa) Leia mais: https://www.neipies.com/a-dimensao-politica-da-educacao/
Em tempos de negacionismos e de certa desesperança ambientalista, vale a releitura do texto de Giono ou assistir a história em vídeo.
Um dos textos ícones do movimento ambientalista mundial é o clássico “O homem que plantava árvores”. Nessa obra, de 1953, originalmente intitulada “L’homme qui plantait des arbres”, o romancista francês Jean Giono (1895-1970) retratou, por intermédio do trabalho do personagem Elzéard Bouffier, a recuperação ambiental, via florestamento, da região de Provença, que não por acaso é a terra natal do escritor.
A força do texto de Jean Giono, que foi internacionalmente divulgado por grupos ambientalistas nos anos 1970, ganhando traduções para vários idiomas, fez com que muita gente, ainda hoje, pense que o pastor Elzéard Bouffier, vivendo isolado nas montanhas após a morte da mulher e do único filho, em meio a cabras e colmeias de abelhas, selecionando sementes e plantando árvores sem qualquer preocupação de quem eram aquelas terras, na primeira metade do século XX até a sua morte, aos 87 anos, em um asilo, em 1947, realmente existiu.
Giono, que se traveste de narrador da história, inúmeras vezes teve de publicamente esclarecer que Elzéard Bouffier nunca passou de um personagem criado por ele. Mas, em tempos de negacionismos e de (certa) desesperança ambientalista, vale a releitura do texto de Giono ou assistir a história em vídeo.
O filme a que me refiro, com narração em francês e legendas em português, pode ser livremente acessado no Youtube (https://www.youtube.com/watch?v=cLajBygxwOk) e, tanto pela plástica das imagens quanto pela qualidade da mensagem, é considerado por muitos, em todos os sentidos, como uma verdadeira obra-prima.
A história de Elzéard Bouffier pode ser encontrada em livro, no Brasil, entre outras edições de “O homem que plantava árvores”, no lançamento de 2018, pela Editora 34, com tradução de Cecília Ciscato e Samuel Titan Jr.
Jean Giono, na minha visão, foi muito feliz ao retratar, pelo caminho da literatura, o funcionamento do sistema climático, antes mesmo deste conceito ter sido criado. Tratou, indiretamente ou nem tanto, da intervenção humana, para o bem e para o mal, na mudança do espaço físico, a influência do comportamento das pessoas, o papel da preservação/recuperação ambiental na regulação do clima e as possibilidades de exploração econômica das paisagens, passando pela história europeia dos primeiros 50 anos do século XX, e sem deixar de lado as duas Grandes Guerras.
No final dos anos 1980, mais do que o conceito convencional de clima, definido pela geografia como o conjunto das variáveis meteorológicas que caracteriza o estado médio da atmosfera em um determinado ponto da superfície terrestre, ganhou força o conceito de sistema climático global, que envolve, além da atmosfera, também os oceanos e a superfície das terras e o seu uso.
Indubitavelmente, a interação entre os processos que acontecem na atmosfera, nos oceanos e na superfície da terra causa impactos no clima global.
Entender a mudança e a variabilidade do clima global e suas interações com a atividade humana não prescinde da compreensão do sistema climático global e suas funcionalidades. E, para esse entendimento, a ficção de Giono pode ser um bom começo.
Discutir criticamente esse filme (30 minutos de duração), em sala de aula ou em qualquer outro espaço, embora ciente de que se trata de uma peça de ficção, não creio que seja apenas uma sugestão desmesurada do autor. Assista ao vídeo, pelo menos, antes de tecer qualquer juízo de valor!
(Do livro Ah! Essa estranha instituição chamada ciência, 2021.)
Em quem ou no que pensamos quando postamos um texto no Facebook, uma frase no Twitter, uma imagem no Instagram, um vídeo no YouTube ou no TikTok?
Quem, supostamente, verá esses conteúdos? E como nós somos afetados pelos incontáveis vestígios deixados por outras pessoas todos os dias nas redes sociais, com os quais nos deparamos por acaso ou segundo os cálculos dos algoritmos?
Essas perguntas constituem um dos fios condutores da série Infernet, apresentada pelo jornalista francês Pacôme Tiellement, no canal Blast – Le souffle de l’info, site francês independente de notícias e Web TV.
Em uma série de doze episódios, o jornalista mostra histórias reais de pessoas envolvidas em realidades paralelas nas redes sociais com desfechos, não raras vezes, trágicos.
Disponível no site do Blast e em seu canal no YouTube, a série Infernet traz alguns elementos que podem contribuir para o debate que ocorre neste momento no Brasil a respeito dos fenômenos das fake news e da criação e alimentação de realidades paralelas que vão da terra plana à suposta influência de alienígenas na política nacional. Fenômenos, como a série aponta, que viraram uma espécie de pandemia global.
Para além da dimensão dos conteúdos que alimentam essas patologias informativas e sociais, os produtores da série recomendam um olhar especial para a própria natureza e lógica de funcionamento das redes sociais e de como elas podem afetar sentimentos como tristeza, solidão e infelicidade, ou enfermidades mentais que nos acompanham desde o início dos tempos.
O que fazer com todos esses signos que vemos cintilar diariamente diante de nós como estrelas frágeis no céu obscuro de uma tela? – pergunta Pacôme Tiellement na abertura do 11º episódio da série, Teleka Patrick: o que virá de toda essa tristeza?, que conta a incrível e triste história da filha mais nova de uma enfermeira e de um pastor da Igreja dos Adventistas do Sétimo Dia.
Estudante destacada, leitora voraz e talentosa, Teleka sonhava em ser psiquiatra de crianças. E seu sonho torna-se realidade. Ela se torna uma médica brilhante, descrita por seus colegas como “luminosa, alegre, inteligente, gentil e incrivelmente talentosa em sua profissão”.
Até que, um dia, a vida de Teleka Patrick começa a colapsar, como “do nada”, e uma dimensão oculta de sua vida acaba vindo à tona por meio da investigação de suas postagens em redes sociais. Investigação provocada pelo final trágico da vida da jovem.
A escolha das histórias contadas na série é acompanhada por uma tese forte a respeito das redes sociais, a saber: se elas, ao longo de seu desenvolvimento, assumiram o objetivo de conter a progressão da incomunicabilidade entre os seres humanos, até aqui fracassaram e contribuíram para tornar ainda mais complexo o problema que se propuseram resolver.
As redes sociais, assinala Tiellement, acompanharam e talvez tenham intensificado a progressão da incomunicabilidade. O jornalista lembra a pergunta feita por James Baldwin, no livro A próxima vez, o fogo, que trata dos movimentos de emancipação dos negros norte-americanos: “O que surgirá de toda essa beleza?”.
E propõe uma adaptação à pergunta.
Para ele, a questão colocada pela realidade engendrada pelas redes sociais é: “O que virá de toda essa tristeza? O que faremos com toda essa solidão?”.
Os episódios da série Infernet são como ilustrações a essas perguntas, todas elas retiradas de vidas reais que, por diferentes motivos, se mesclaram com realidades paralelas, de modo que a fronteira entre “real” e “irreal” tornou-se extremamente tênue.
A humanidade futura, questionam os produtores da série, perceberá ainda as redes sociais como espaços de troca, compartilhamento e de livre socialização? Ou verá essa promessa de felicidade como uma promessa que não pode ser cumprida? Seremos capazes de ler o que os seres humanos tentam desesperadamente dizer uns aos outros por meio de suas publicações no Twitter, Facebook, Instagram, TikTok, YouTube e outras plataformas digitais?
Para tentar responder a tais questões, a série lembra que algumas coisas são muito mais antigas do que as redes sociais e estão sendo profundamente impactadas por elas.
A história de nossas patologias, nota Pacôme Tiellement, está intimamente ligada à história de nossas práticas sociais.
A internet não inventou a loucura, a solidão ou a infelicidade, mas as redes sociais deram a elas um nutriente que parece inesgotável: uma emissão quase permanente de signos de natureza ambígua, capazes de alimentar tanto nossas alegrias e euforias, quanto nossos medos, delírios e tristezas.
Adoecer por manipulação só é factível a quem estiver cego para a realidade, e a cura lhes custará um alto preço. Mantenha-se saudável, converse mais e pessoalmente, brinque, caminhe, desligue-se um pouco da tecnologia. (Autor: César A. R de Oliveira) Leia mais: https://www.neipies.com/somos-manipulados-nas-redes-sociais/
Qual a profundidade e a extensão do seu olhar para o outro?
Você consegue enxergar para além da pele e seus infinitos tons? Para além da roupa que o outro usa e para além do peso que tem? Para além de seu gênero e orientação sexual?
Em que parte começa a pessoa com o “jeito” que ela tem?
Você “enxerga” o que ela pensa e percebe o que ela sente?
Como está a sua visão? É curta e tão superficial quanto a pele no corpo humano, ou você é capaz de enxergar além, com a consciência e o coração, aquilo que os olhos não veem?
Você já estudou a história da humanidade?
Sabia que cada nova geração carrega os erros e os acertos dos seus antepassados e pode ajudar a curar as feridas que foram deixadas?
Você sabia que quem você é não nasce no dia da concepção ou do parto? Que você nasce como sujeito psíquico a partir dos paradigmas e preconceitos, ou dos princípios e valores que seus pais, avós e bisavós cultivaram e cultivam? Sabia?
Você já tinha parado para pensar sobre isso? Já se deu conta de algo que não devemos repetir?
Você tem espírito crítico, consciência e conhecimentos suficientes para se libertar dos erros dos seus antepassados e não ficar amarrado, repetindo e repetindo sem se dar conta?
Em caso afirmativo… Parabéns!
Liberte-se dos erros tentando corrigi-los, e seja mais humano. Seja bem-vindo à Revolução da Consciência Humana! Se não acontecer agora, tudo o que se criou até aqui vai voltar-se contra nós mesmos!
Vamos juntos corrigir os erros dos nossos antepassados, tais como a escravidão, a segregação e a exclusão (para exemplificar) e construir uma nova mentalidade mais humana, empática, proativa, agregadora, acolhedora, positiva, leve e inclusiva. Vamos?
É por meio dos nossos pequenos atos do dia a dia que mudamos a nossa vida e a dos que estão à nossa volta. Será que assim seremos mais felizes?
Os caminhos para a mudança “não escutam gritos”. É na aceitação das diferenças e na suavidade das vozes que nos tornamos mais congruentes em nossos modos de ser e, assim, mais empáticos e humanos.
Manifesto minha alegria em fazer parte deste grupo de Convidados do site. Sou Marilise Brockstedt Lech, doutora em Educação pela PUCRS e Mestre em Educação pela UPF – Universidade de Passo Fundo. Especialista em Educação Infantil, em Psicologia da Educação e Psicologia Positiva, Ciência do Bem-Estar e Autorrealização. Graduada em Educação Física e Psicologia, ambas pela Universidade de Passo Fundo.
Professora por 37 anos da rede estadual e privada, sendo 24 anos na Universidade de Passo Fundo, onde desenvolvi atividades como docente dos cursos de Educação Física e Psicologia, coordenação adjunta de graduação e coordenadora de pós-graduação, supervisão de estágios e assessoria pedagógica.
Autora, coautora e organizadora de onze livros, dentre os quais “Agressão na escola: como entender e lidar com esta questão” e “Educação pelo movimento na infância: reflexões e ações humanizadoras” e ” Humanização pela Educação: a influência da pessoa do professor”, capítulos de livros e de artigos publicados em revistas científicas. Autora de crônicas e poemas, ocupa a cadeira 39 da Academia Passo-Fundense de Letras, entidade esta que, atualmente, está presidindo (gestão 2022-2023).
Essas mulheres que decidiram ser mães estão no início do processo do viver, unificam o amor e o cuidado, como mãos que se cruzam e se tocam para sustentarem a continuidade de pessoas no mundo. São mãos que cuidam.
Pensemos na rima da emoção, a que vincula māe e cuidado. Não dá para imaginar de outra forma. Pensar em māe e nas diferentes formas de maternidade é trazer à cena a palavra cuidado. Isto se explica, porque amar é cuidar e o amor de māe é incondicional, tal como a palavra cuidado. São sentimentos sem limites objetivos. Eles dançam juntos, no coração das mães.
Amar é cuidar, síntese de maternar.
O cenário do mundo, as fases da história, os tempos do cotidiano expressam, de várias formas, o amor de mãe como amor de cuidado. Ainda que as mulheres vivessem inúmeros anos de forma submissa, nas famílias e sociedades ancestrais, não deixavam de expressar os ritos do amor e do cuidado com sua prole.
Seja em cenários de guerra, no palco da festa ou na despedida dos filhos que partem em busca de seus projetos, as mães são a presença de cuidado. Partilham seus conselhos, seus alertas, seus abraços, suas lágrimas, seus sorrisos, suas preces. Apresentam-se no palco do mundo, nessa valsa da vida, que dança em seus corações como seres de cuidado. Esse cuidado exige resistência, carinho, serenidade, firmeza, paixão e compaixão com todas as nuanças que aparecem no limiar dessas emoções e atitudes.
A mãe não é uma super mulher, nem pode ser, pois sua humanidade é plena. Ela é uma pessoa com todos os limites e grandezas, como todos os humanos. Sua singularidade é o fato de acolher no seu corpo a vida em gestação, vidas que saltam de seu ventre para viverem a própria vida, construindo suas histórias.
As mães são desafiadas a navegar na direção de seus medos com resistência, ousadia e serenidade. Desafio de uma maternidade lúcida e louca, em tempos convulsionados até mesmo pelas novas versões da inteligência artificial, mais artificial que inteligente.
Essas mulheres que decidiram ser mães estão no início do processo do viver, unificam o amor e o cuidado, como mãos que se cruzam e se tocam para sustentarem a continuidade de pessoas no mundo. São mãos que cuidam.