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Por que as guerras não nos comovem?

“Se você sente dor, você está vivo. Se você sente a dor das outras pessoas, você é um ser humano.” (Leon Tolstói)

Amigo, cronista e jornalista Celestino Meneghini escreveu reflexões sobre a Utopia da Paz: “estamos em plena escalada da guerra em sua configuração mundial. As mulheres, crianças, velhos, doentes e homens guerreiros, que morrem ou são lançados na dor da violência, reduzem-se a uma explicação genérica, de que a guerra sempre existiu. Esse é o sentimento que se pulveriza na consciência humana. Abandonamos a utopia da paz”. (Leia mais: https://www.neipies.com/a-utopia-da-paz/)

Ao publicarmos estas reflexões, restou-nos algum incômodo sobre a veracidade das afirmações acima descritas, pois sempre acreditamos que o horror da guerra deveria mobilizar o que de mais nobre pode habitar um coração humano: a compaixão e a solidariedade com o sofrimento alheio. As guerras deveriam ser motivos suficientes para o mundo insurgir-se pedindo e exigindo a paz, através da tolerância e do diálogo, capazes de persuadir os briguentos.

No contexto da guerra na Ucrânia, em andamento, ouvimos colegas professores e professoras afirmarem que já temos suficientes problemas para nos preocupar com a realidade brasileira, com a situação das famílias de nossos estudantes, com as complexidades das nossas famílias e de nossas escolas; de que a guerra é uma realidade distante da vida da gente. Diante destas narrativas, vimos sentido e razão em suas percepções, amigo Meneghini. Entendemos, intuitivamente, que esta percepção deve ser recorrente em significativa parte da população brasileira, que vive longe de guerras.

É verdade que há muitos que lutam, incansavelmente, para evitar as guerras e proteger as suas vítimas. Mesmo com interesses escusos, muitos que estão próximos dos poderosos da guerra manifestam preocupação humanitária. No entanto, suas forças e manifestações não conseguem, efetivamente, trazer resultados mais objetivos para evitar os conflitos e as guerras.  Neste sentido, resta-nos problematizar sobre o que estaria por trás de tanta passividade diante da estupidez das guerras.

Por que as guerras não nos comovem?

Não somos especialistas do assunto, mas queremos apresentar modestas hipóteses para enriquecer a compreensão desta temática, que pretende, antes de mais nada, suscitar novas e mais profundas reflexões. Há elementos que podem nos ajudar na compreensão sobre tanta passividade diante da estupidez das guerras.

1. Saída pelas armas: quando vivemos uma sociedade que apela para o uso de armas como forma de controle social, é porque as tragédias das mortes injustificadas já não perturbam mais o imaginário das pessoas;

2. Cultura da violência: a cultura da violência, altamente disseminada em alguns jogos virtuais, faz uma desconexão absurda com a realidade cruel a que estão submetidos os povos e grupos em guerra. As crianças e adolescentes, por exemplo, revelam com relativa naturalidade esta reverência às mortes e eliminações dos outros, sem escrúpulos.  A tolerância da sociedade com o uso violência é sinal de que a mesma pode ser utilizada para resolver conflitos, sem escrúpulos;

3. Cultura individualista: hoje, as saídas para os problemas da humanidade, modo geral, invocam o individualismo. As mídias e as redes sociais invocam os mais sublimes desejos individualistas que se sobrepõem aos aspectos coletivos e comunitários. As saídas raramente apontam a solidariedade e a compaixão (atitude de colocar-se no lugar do outro) como molas propulsoras de uma convivência respeitosa e fraterna.

4. Cultura brasileira: pacífica ou passiva? Vivemos uma cultura nada pacífica e, sim, de muita violência no nosso cotidiano. Basta observarmos os números diários da violência do trânsito, contra as mulheres, homicídios e suicídios, a violência fruto das mais variadas formas de preconceito e discriminação. Nossa cultura é passiva diante da crueldade da violência e da violação dos direitos de cada um e cada uma e de todos nós. Raramente reagimos exigindo mudanças de posturas que agridem a nossa dignidade e a nossa liberdade.

5. Indiferença com o sofrimento alheio: por razões diversas, muitos de nós tomam distanciamento do sofrimento dos outros, a não ser que estejam envolvidas pessoas de sua família ou comunidade. O que é de outro país, de outra cultura, parece não pertencer à mesma humanidade que todos carregamos.

6. Guerras recorrentes fazem parte da “paisagem contemporânea”: importante dizer que a existência perene das guerras parece “suavizar” o sofrimento que todas elas provocam. Em diferentes países, e por diferentes motivações, ocorrem guerras, perseguições e mortes todos os dias. Parece, então, estarmos acostumados com as diferentes e injustificadas atrocidades cometidas pelos senhores da guerra.

7. “Se queres paz, prepara-te para a guerra” (provérbio romano). Parece que, para muitas pessoas, justifica-se a guerra porque ela pode trazer a paz. Será? Esta parece ser também a máxima que levou os EUA e países europeus, através da OTAN, a armar o exército e a população da Ucrânia mesmo sabendo da superioridade do exército russo.

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Para compreender um pouco melhor a relação dos brasileiros diante da violência urbana e das guerras, tomamos estas ideias de Helena Simonard-Loureiro, ao descrever em texto “Cenas de uma guerra que não comove ninguém”:

“…vivermos neste fatalismo estúpido. Qualquer um sabe que amanhã alguém vai morrer no trânsito, depois de amanhã também e assim por diante, sempre. Não há protestos, não há solidariedade e não há soluções à vista para reverter o quadro. O que há é cada vez mais a multiplicação de meios para que estas mortes não apenas continuem como aumentem. A perda não é sentida pela sociedade com o mesmo horror de um atentado terrorista, que se transforma num temor coletivo. A perda, neste caso, é quase individual. A dor fica circunscrita à família, aos filhos, aos pais, aos amigos. Se há indignação é contra o motorista que avançou o sinal. A responsabilidade tem que ser apurada, mas o problema como um todo é de natureza coletiva, porque não foi apenas uma morte. Ela se soma às milhares de outras. Todos os anos. Uma carnificina hedionda”. (Leia mais: https://tribunapr.uol.com.br/blogs/comer-e-viver/cenas-de-uma-guerra-que-nao-comove-ninguem/)

Cultura de paz e papel das escolas

A esperança é a força mobilizadora que nos faz olhar para o nosso lado (e para a história), com o propósito de perceber quem luta e quem já lutou por uma cultura de paz. Cremos que a cultura da tolerância e da paz nasce justamente nos esforços diários e perseverantes que afirmem o diálogo como pressuposto maior dos entendimentos humanos.

Martin Luther King, líder negro, religioso e pacifista, afirma que“nós não podemos nos concentrar somente na negatividade da guerra, mas também na positividade da paz”.

A paz não está e nem se realiza em contextos sem conflitos. Os conflitos fazem parte da natureza humana, mas cabe à sociedade e, às escolas, de modo particular, estabelecerem dinâmicas de convivência onde se experimentem a resolução de conflitos e diferenças pelas vias da escuta, do diálogo, do respeito mútuo e da aceitação das diferenças.

Escolas no pós pandemia

A pandemia que colocou muitas coisas em cheque, inclusive o papel das escolas e da educação, poderia ter deixado lições que apontem mais para o horizonte da coletividade, superando a visão fragmentada do individualismo. Como escreve o professor Everaldo Reis, em texto “Escolas mais solidárias pós pandemia”,

as escolas só serão locais de profusão de solidariedade se fizerem de seus espaços, locais onde se alimenta sonhos. Há muito as escolas deixaram de ser o local onde se vive sonhos. É comum encontrar estudantes no ensino fundamental e nos primeiros anos do ensino médio que não se identificam com nenhuma causa, engajamento cultural, propósito de vida, profissão, ou mesmo nutre o desejo de ir a faculdade. No máximo se sonha ou se nutre a ideia de uma ida a faculdade quando se está concluindo o ensino médio. As escolas como locais de sonhos é mais que isso. É ir eticamente promovendo experiências e conectando os alunos aos seus interesses e desejos. (Leia mais: https://www.neipies.com/escolas-mais-solidarias-pos-pandemia/ )

Reafirmamos nossas convicções por um mundo de paz, de respeito e de tolerância, ao invés da brutalidade da violência. Temos que continuar lutando pela paz, sombreada pela onda de consumismo que suplanta a existência da alma.

Acreditamos que a escola deve ser um lugar que permita aos estudantes olhar para o mundo, a partir das suas realidades. Neste sentido, as guerras interessam para o estudo, para discussão e discernimento com os estudantes e para afirmação de valores que promovam a dignidade e a liberdade humanas. As mulheres, crianças, velhos, doentes e homens guerreiros, que morrem ou são lançados na dor da violência, não podem ficar reduzidos a uma explicação genérica de que a guerra sempre existiu. A guerra é evitável, sim!

Como disse Albert Einstein: “A paz é a única forma de nos sentirmos realmente humanos”. Se quisermos viver a humanidade que está presente em cada um de nós e em todo mundo é preciso fortalecermos uma cultura de paz, alicerçada em valores mais solidários e mais fraternos.

O filme egípcio “L’altra par” durou só 3 minutos e ganhou o prêmio de melhor curta metragem no festival de cinema de Veneza. O diretor tem 20 anos. O filme descreve como as pessoas se isolam na tecnologia e perdem a convivência. Assista: https://youtu.be/bpQMsc0EpjE?t=20

Sugestão de leitura e aprofundamento temático:

  1. “Se você sente dor, você está vivo. Se você sente a dor das outras pessoas, você é um ser humano.” (Leon Tolstói). Assista vídeo sobre obra Guerra e Paz, Leon Tolstói. https://youtu.be/uZ1fHezR8p8?t=476

Autor: Nei Alberto Pies

Edição: Alex Rosset

Somos mesmo todos irmãos?

Somos todos irmãos! Esta é a mensagem do Evangelho! Temos todos o mesmo Pai que nos ama incondicionalmente e jamais desistirá de Seus filhos.

Perguntaram-me numa postagem em rede social se um umbandista deveria ser considerado meu irmão. Sim. Não apenas o umbandista, mas também o candomblecista, o kardecista, o budista, o hinduísta, e até o ateísta.

Somos todos irmãos! Pelo menos é o que leio na passagem em que o apóstolo Paulo se dirige aos atenienses no areópago e afirma que “nele vivemos, e nos movemos, e existimos; como também alguns dos vossos poetas disseram: Pois dele também somos geração” (Atos 17:28). Ser “geração de Deus” não é outra coisa que não seja ser filhos de Deus.

Foi o próprio Jesus quem nos ensinou a chamar a Deus de Pai. Ele não é Pai de alguns, mas Pai de todos os espíritos (Hebreus 12:9).

Alguns poderão objetar alegando que de acordo com João, somente os que cressem em Jesus poderiam ser chamados filhos de Deus, os demais seriam apenas Suas criaturas. Ledo engano. O que João diz é que “a todos quanto creram, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus” (João 1:12).

Não nos tornamos Seus filhos quando cremos, mas quando nascemos. Porém, ao crermos, somos regenerados de modo que a imagem de Deus nos é restaurada. Recebemos, então, o poder de sermos o que somos, abraçando, assim, nossa vocação existencial em sua plenitude.

Já que Paulo cita filósofos gregos em seu sermão, tomo a liberdade citar Nietzsche: “Torna-te quem tu és”.

Não deixamos de ser criaturas para sermos filhos, como se ser criatura fosse menos que ser filho. Se assim fosse, Paulo não teria dito que em Cristo somos “novas criaturas” (2 Coríntios 5:17). Logo, somos tanto filhos quanto criaturas, de modo que tudo quanto Deus criou também desfruta da mesma irmandade. Por isso, São Francisco de Assis se dirigia aos astros como “irmão sol” e “irmã lua”.

Deus é Pai até de quem não tem consciência disso.

Ora, se Jesus não se envergonha de nos chamar de irmãos (Hebreus 2:11), por que cargas d’água eu me recusaria a reconhecer a paternidade universal de Deus?

Somos todos irmãos! Esta é a mensagem do Evangelho! Temos todos o mesmo Pai que nos ama incondicionalmente e jamais desistirá de Seus filhos.

Autor: Hermes C. Fernandes

Edição: Alex Rosset

Instituições brasileiras solicitam posicionamento da ONU pela omissão do governo brasileiro na pandemia

A omissão do governo brasileiro no enfrentamento à pandemia da Covid-19 e a falta de estratégias de prevenção para evitar as mais de 650 mil mortes registradas, impulsionaram instituições brasileiras a solicitar junto às organizações internacionais a responsabilização e a punição ao governo do Brasil. O Brasil detém a maior mortalidade média mundial, de 4,5%.

Para tratar do assunto, um conjunto de organizações realizou um Evento Paralelo da 49ª Sessão Ordinária do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas nesta terça-feira, 29 de março. O tema do debate foi: “As Violações dos Direitos Humanos no contexto da Covid-19 no Brasil”.

O objetivo foi apresentar a situação de violações dos direitos humanos no país, mostrando aspectos, análises e casos que caracterizam violações e apontando caminhos que responsabilizam o estado brasileiro no enfrentamento da crise sanitária e recomendando aos organismos internacionais um posicionamento. A atividade teve como base o Relatório que contém 21 requerimentos detalhados ao Conselho de Direitos Humanos da ONU.

A atividade foi proposta pela Articulação para o Monitoramento dos Direitos Humanos no Brasil – AMDH; Movimento Nacional de Direitos Humanos – MNDH Brasil; Fórum Ecumênico ACT Brasil – FE ACT Brasil; Processo de Articulação e Diálogo para a Cooperação Internacional – PAD e Sociedade Maranhense de Direitos Humanos – SMDH.

As organizações parceiras foram: Conselho Nacional de Saúde – CNS; Centro de Educação e Assessoramento Popular – CEAP; Conselho Nacional de Direitos Humanos – CNDH; Associação Brasileira de Juízes pela Democracia – ABJD; Rede de Povos e Comunidades Tradicionais do Brasil – RPCT Brasil; CDES Direitos Humanos; SOS Corpo – Instituto Feminista pela Democracia; FLD-COMIN-CAPA; Vida e Justiça – Associação Nacional em Apoio e Defesa dos Direitos das Vítimas da COVID-19; MISEREOR e PPM.

Romi Bencke, secretária geral do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (CONIC), da coordenação da AMDH e coordenação do Fórum Ecumênico ACT Brasil, afirmou que “o atual panorama dos Direitos Humanos é de graves violações, em especial no Brasil onde a pandemia demonstrou o descaso do governo em tratar da questão sanitária, o que se deve a fatores como a falta de estratégia eficiente, junto com o processo sistemático de sucateamento e sub financiamento do SUS, que vem se sustentando desde as medidas de austeridade fiscal e a aprovação da EC95, que prevê a limitação das despesas primárias do orçamento público por 20 anos. Essa Emenda leva o país a reduzir investimentos em políticas públicas que visam garantir direitos básicos da população, sobretudo para a população mais pobre. Ante a tragicidade do número de vítimas em 2020, em plena aceleração da pandemia no início de 2021, ao invés do governo federal garantir vacinas já oferecidas ao país no ano de 2020, o Brasil vivenciou o período mais dramático da pandemia, alcançando picos de mais de 3 mil mortes por dia. Entre janeiro e junho de 2021 morreram mais de 320 mil pessoas de Covid-19. A pandemia continuou vitimando milhares de pessoas e ainda vítima. Atualmente o número de vidas perdidas é de mais de 659 mil, o que coloca o Brasil no segundo lugar do ranking de países com maior número de mortes, atrás somente dos EUA cuja população é mais numerosa que a do Brasil”.

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Mércia Alves da Silva, do SOS Corpo – Instituto Feminista pela Democracia, da coordenação do Processo de Articulação e Diálogo e da coordenação do AMDH, afirmou que o governo brasileiro falhou na aquisição de vacinas e não fez qualquer campanha formativa e de mobilização para fortalecer o processo de imunização, acentuando a crise sanitária. “Esse é um quadro que mostra como os DH vem sendo desrespeitados, com violações de forma massiva, atingindo a população em geral, especialmente as mais vulneráveis como povos indígenas, população de rua, população encarcerada, moradores de periferia, negros e negras, mulheres, PCDs, LGBTQIA+, entre outros grupos”.

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Para Flávio Valente, médico, mestre em Saúde Pública, pesquisador da AMDH, da Sociedade Maranhense e um dos especialistas que contribuiu para a elaboração do documento, 480 mil mortes pela Covid-19 poderiam ter sido evitadas se fossem tomadas as medidas necessárias. “Temos centenas de milhares de órfãos e milhões de sequelados. O estado brasileiro, liderado pelo presidente Jair Bolsonaro, teria condições para conter a pandemia, mas ao contrário do esperado ignorou o que vinha ocorrendo, como passou a contestar as informações prestadas por especialistas da área, avalizadas pela OMS, assim como ignorou ações que pudessem ser feitas para conter o vírus. Demanda-se que justiça seja feita pelas famílias que sofreram perdas e que o governo e o presidente Jair Bolsonaro sejam responsabilizados”, explica o médico, ratificando o descumprimento do Marco Legal de Saúde do Brasil.

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Darci Frigo, presidente do Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH), afirmou que o país vive um retrocesso dos direitos humanos, com a inexistência com um Plano Nacional de Direitos Humanos, omissão do governo federal frente à pandemia e ainda divulgação de mensagens que confundiram a população. Além disso lembra que as violações aos DH remontam ao período da ditadura militar. “O governo revogou o plano de DH, um compromisso público do estado brasileiro e que não está sendo implementado, além de estar descontruindo o período democrático que vivemos e não cumprir a Constituição. É importante levarmos esta denúncia de violações para que as instituições internacionais reconheçam o genocídio que vivemos”, disse.

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Fernando Pigatto, presidente do Conselho Nacional de Saúde, informou que desde o início da pandemia o CNS emitiu, em média, um posicionamento público a cada três dias. Reforçou que, caso o governo federal tivesse seguido as recomendações feitas pela Organização das Nações Unidas e entidades, como o próprio CNS, o número de pessoas que perderam a vida devido à doença no país poderia ter sido reduzido. “Centenas de milhares de mortes poderiam ter sido evitadas se o governo tivesse seguido as devidas orientações, inclusive, as emitidas pelas Nações Unidas. As ações e omissões do governo brasileiro levaram à violação dos direitos humanos, especialmente o direito à saúde e à vida. Isso porque não forneceu orientações adequadas e nem a proteção necessária contra a pandemia. Ao contrário, atuou em favor do vírus”, disse.

O presidente do CNS defendeu a ampliação dos investimentos na saúde como parte essencial para a manutenção do SUS. “Foi o Sistema Único de Saúde que garantiu o atendimento à toda a população. Fazem da saúde mercadoria visando os lucros, onde o custo são as vidas dos mais pobres, pretos, quilombolas, mulheres e indígenas. Buscamos a responsabilização daqueles que agiram de forma criminosa na pandemia. Queremos reparação para as vítimas. Buscamos proteção e cuidado das pessoas com sequelas, órfãos e familiares. As vítimas da Covid-19 clamam por justiça”, finalizou.

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Valdevir Both, coordenador executivo do CEAP e membro do Fórum Nacional de Defesa do Direito Humano à Saúde, lembrou que ainda no início da pandemia pesquisadores e lideranças apontavam para possíveis números alarmantes de mortes caso não fossem tomadas medidas necessárias. “Estes especialistas foram ridicularizados pelo governo Bolsonaro e hoje vimos estes números se tornarem reais, com mais de 659 mil mortes.

A gravidade do contexto vai além, e está traduzido em números. Nós temos hoje quase 30 milhões de brasileiros infectados e recentemente a OMS disse que 10% a 20% dos curados desenvolverão sequelas. Pesquisas recentes mostram que ainda em 2020 deixamos de fazer no Brasil 30 milhões de procedimentos em relação a 2019. Em 2020 deixamos de fazer 19 milhões de exames, 8 milhões de procedimentos clínicos, 1,2 mil pequenas cirurgias e mais de 210 mil transplantes, uma consequência dramática para o povo brasileiro”. Ou seja, como as medidas para conter o vírus não foram tomadas, os casos explodiram e todo o sistema de saúde precisou voltar-se ao tratamento clínico de modo a negligenciar as demais necessidades da população.  E tudo isso piorado pelo efeito da Emenda Constitucional 95, que congelou os gastos sociais por 20 anos. “Em 2018, 2019 e 2022 foram quase R$ 40 bilhões de perdas em função da EC95, consequência direta do golpe no Brasil em 2016”.

Valdevir citou a importância do Sistema Único de Saúde (SUS) para evitar que a tragédia fosse ainda maior. “Se não fosse o SUS esses números seriam duplicados, triplicados, por isso a defesa do SUS é imprescindível neste momento. O SUS é um sistema público universal, de acesso a todos e todas e não queremos uma cobertura universal, um pacote básico de saúde para a população como propõem alguns organismos internacionais e o governo Bolsonaro. Por isso, temos dois grandes desafios: lutar para que tenhamos o SUS fortalecido, com mais financiamento. Outro desafio é responsabilizar os o presidente Bolsonaro e todos os responsáveis por esse genocídio no Brasil. É um imperativo ético, político e pedagógico. Para isso precisamos do sistema internacional de direitos humano, da ONU, para agilizar isso.

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Jymena Reyes, representante da Federação Internacional de Direitos Humanos, afirmou que o governo Bolsonaro atingiu o direito humano à vida, à saúde e à informação no contexto da pandemia da Covid-19.

“Temos que responsabilizar o estado brasileiro na administração da pandemia de Covid. Não existe uma obrigação de resultado, não se pode pedir ao estado que previna todas as mortes, mas existe obrigação de diminuir, o que significa que o estado deve fazer todas as medidas possíveis para que o vírus não seja espalhado. É a chamada diligência, padrão de conduta que mede que o Estado deve fazer os melhores esforços para diminuir os riscos. Se olharmos para o direito à vida descrito no Pacto Internacional de Direitos Civis da ONU temos o Direito à Vida protegido através da Lei e isso é dever dos países. O governo Bolsonaro, com sua atitude populista, realizou ataques contra a ciência no contexto da pandemia, atuando com clara negligência. Na nossa avaliação o governo atuou com clara negligência, as respostas das autoridades à pandemia foi combustível e agravou a crise sanitária. O presidente agravou o contexto da pandemia quando chamou de ‘gripezinha’. Ele utilizou a pandemia como oportunidade para diminuir a expertise, incluindo as orientações da OMS, além de humilhar especialistas e ainda reduziu o orçamento de medidas sanitárias relativas à Covid, isso causou muito mais mortes”, finalizou.

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Enéias da Rosa, da Articulação para o Monitoramento dos Direitos Humanos no Brasil, lembra que a sociedade civil tem se organizado para levar denúncias aos organismos internacionais. “Estamos esperando e precisando manifestações mais concretas dos organismos internacionais dos direitos humanos com relação às ameaças à democracia e às violações de DH que nossa população tem sofrido, em especialmente pelos grupos historicamente mais vulneráveis e com direitos violados”. Eneias lembra que a agenda de denúncias irá seguir nas próximas semanas com entidades nacionais e internacionais. “Já estamos com previsão de agenda de diálogo com o escritório do Brasil da ONU e representação do alto comissariado para as Nações Unidas na América Latina, além de agendas em nível nacional”.

Acesse o relatório: https://bit.ly/relatorioviolacoes

*Esta matéria foi produzida pela Jornalista Rosângela Borges

Edição: Alex Rosset

Horta residencial é uma alternativa para quem quer economizar

Em tempos de preços elevados, saiba como planejar e implantar um canteiro com frutas e hortaliças em casa.

O cenário econômico de incertezas enfrentado nos últimos anos, e que foi agravado pela pandemia, gerou um aumento no preço dos produtos vinculados não só às atividades agrícola e pecuária, mas em todos os setores da economia. No caso da horticultura, os consumidores se deparam com preços elevados de frutas e hortaliças ao fazer compras nos supermercados.

Essa alta nos preços também foi observada nos dados divulgados pelo Centro de Pesquisa e Extensão da Faculdade de Ciências Econômicas, Administrativas e Contábeis da Universidade de Passo Fundo (Cepeac/Feac/UPF). Entre os dez itens da cesta básica de Passo Fundo que acumularam maiores altas de preços em fevereiro, quando comparado com o mês de janeiro, estão cenoura, maçã e tomate, com preços elevados em 58%, 43% e 28%, respectivamente.

Diante disso, os consumidores, muitas vezes, por não conhecerem os aspectos envolvidos nos sistemas de produção adotados na horticultura, apontam que os produtores são os responsáveis pelos preços elevados desses produtos. Mas como ocorre esse processo?

Aumento que afeta do produtor ao consumidor

Para facilitar o entendimento por parte dos consumidores, o professor do curso de Agronomia da UPF, Dr. José Luís Trevizan Chiomento, ressalta que é importante compreender o funcionamento dos agroecossistemas hortícolas. Conforme explica, o cultivo de frutíferas e de hortaliças se caracteriza pelo uso em larga escala de insumos, representados por sementes ou mudas, fertilizantes, agrotóxicos (químicos ou biológicos), água, combustíveis, mão-de-obra intensiva, entre outros.

“Para o cultivo do tomateiro, por exemplo, os produtores precisam realizar vários manejos e tratos culturais no meio de crescimento, como escolha do local de cultivo ou do substrato, preparo de solo, adubação e fornecimento de água e na planta, como produção de mudas, transplante no local definitivo de cultivo, tutoramento, amarrio, desbrote, desponte, desfolha, raleio, colheita, etc. Todas essas atividades desenvolvidas demandam o uso de insumos e de mão-de-obra. Isso condiciona a produtividade da lavoura à aquisição desses insumos necessários e também da captação de pessoas que desenvolvam essas atividades”, afirma.

Como a elevação dos preços também atingiu o mercado de insumos agrícolas, os horticultores acabam por pagar preços elevados para adquirir tais insumos e contratar funcionários. “Consequentemente, para terem saldo positivo, os horticultores precisam valorizar seus produtos. Como as redes de supermercados são ‘mediadoras’ entre horticultores e consumidores, o valor do produto final disponível nos mercados é mais elevado em relação ao valor pago aos produtores”, destaca Chiomento.

Uma das alternativas aos consumidores quanto à elevação do preço das hortaliças corresponde ao planejamento e implantação de hortas em casa. Para quem opta pelo cultivo de seus alimentos, o professor avalia que alguns aspectos devem ser considerados antes de iniciar o processo, já que a atividade demanda investimentos como tempo e dinheiro.

Dicas para quem quer fazer uma horta caseira

Para quem deseja produzir uma horta residencial, a primeira etapa é planejar as hortaliças que serão cultivadas, as épocas de plantio e colheita, o local de inserção da horta e as dimensões desse espaço. Fazendo isso você está planejando seu modelo agroalimentar sustentável. Mas, uma série de outros fatores devem ser considerados.

1) Horta deve ter uma boa iluminação

O local de instalação da horta deve ter boa ventilação, principalmente para as hortaliças de clima quente, cultivadas na primavera/verão e receber luz solar de quatro a seis horas diárias. Se a horta for implantada em ambientes internos, garanta que as plantas tenham acesso à luz solar. Em ambientes externos, a horta não deve ser inserida em locais próximos a árvores. Isso porque, além do possível sombreamento ocasionado pelas árvores, pode haver competição por recursos (água, luz e nutrientes) entre as hortaliças e as outras espécies vegetais.

2) Cuide da condição ideal de desenvolvimento de cada cultura hortícola

Apesar de existirem cultivares de hortaliças que são produzidas o ano todo, a exemplo da alface, cada espécie requer condições térmicas ideais ao seu desenvolvimento. Hortaliças de estações frias (outono e inverno) desenvolvem-se melhor em ambientes com temperaturas médias de 15ºC a 18ºC, como é o caso do alho, da beterraba, da cebola, da couve-flor, do morangueiro, do repolho, dentre outras.

As hortaliças de estações quentes (primavera e verão) requerem, durante a maior parte do seu ciclo, temperaturas médias de 18ºC a 30ºC, a exemplo da batata-doce, da berinjela, do coentro, do espinafre, do pepino, do pimentão, entre outras. Já as hortaliças de meia estação ou de clima ameno são variedades que toleram um pouco mais o frio ou o calor. Na maioria das vezes são cultivares de clima frio que foram melhoradas para cultivo em condições de temperatura média mais elevada, como é o caso do agrião, da alface, do almeirão, da batateira, da cenoura, da chicória, da rúcula, da salsa e do tomateiro.

3) Atente-se ao consumo diário de água

O fornecimento de água para as hortaliças está vinculado às condições de solo e clima do local de inserção da horta, às espécies cultivadas e às fases de crescimento e desenvolvimento das plantas. Para se organizar, você pode prever um consumo diário de aproximadamente 7 litros de água para cada metro quadrado de canteiro e de 3 a 5 litros em cada cavidade. Isso, num período de 15 a 20 dias após o momento de inserção da hortaliça em seu local definitivo de cultivo e, para hortaliças folhosas (agrião, alface, almeirão, rúcula, etc.), sugere-se que as irrigações ocorram diariamente. Para hortaliças tuberosas (bulbos, raízes, rizomas e tubérculos) e de frutos, as irrigações podem ser escalonadas, a cada 2 ou 3 dias.

De modo geral, você deve realizar irrigações mais frequentes e com menor volume de água em cada aplicação nas seguintes situações: em fases iniciais de desenvolvimento das hortaliças; em hortas onde as plantas foram cultivadas em solos arenosos ou em substratos com menor retenção hídrica; em dias mais quentes e ensolarados, onde ocorre maior perda de água do solo por evaporação e perda de água da planta por transpiração. Já em situações de metade-final de ciclo das hortaliças, solos argilosos e em dias mais frios, opte por irrigações menos frequentes e com maior volume de água em cada aplicação.

4) Adubação é um passo importante

Quando as plantas forem cultivadas no solo, a adubação pode ser feita em dois momentos:  durante o preparo do solo, nos canteiros ou covas, antes do plantio das hortaliças; e durante o crescimento e desenvolvimento das hortaliças, após o plantio. A quantidade necessária de adubo orgânico que deve ser incorporada no solo depende da fertilidade desse meio de crescimento (determinada pela análise química feita em laboratórios). A adição de composto orgânico no solo varia de 4 a 7 quilos por metro quadrado e usa-se de 0,5 a 3 kg/m2 de húmus. O uso de adubo orgânico diretamente nas covas de plantio varia de 2 a 4 kg por cavidade para composto orgânico e de 0,5 a 2 kg/cova para húmus.

A nutrição das hortaliças cultivadas em substratos pode ser realizada com biofertilizantes adquiridos em lojas do setor agropecuário (doses recomendadas nas informações do produto) ou podem ser produzidos na propriedade, a exemplo do Bokashi. Mas atenção: caso o substrato usado tiver em sua composição a presença de esterco curtido, húmus ou composto orgânico, você deve evitar o uso excessivo de biofertilizantes para não prejudicar o crescimento e desenvolvimento das plantas.

Canteiro em recipientes é opção para quem tem pouco espaço em casa

Quando alguém opta pela construção de uma horta em casa, mas o local não permite que o cultivo seja realizado diretamente no solo, seja por falta de espaço, por inconvenientes de solo, por estruturar uma horta em apartamentos, dentre outros fatores, uma alternativa é a inserção das hortaliças em recipientes.

Os recipientes de cultivo, que funcionam como pequenos canteiros, podem ser à base de pneus, copinhos de café, garrafas PET, canos de PVC, baldes, latas, vasilhames de manteiga, floreiras de alvenaria, tambores de latão ou de plástico, vasos, entre outros materiais. Independente do recipiente escolhido, o professor Chiomento atenta que ele deve ser higienizado antes do cultivo e deve ser furado em sua parte inferior para permitir a drenagem de água fornecida via irrigação. “Esses tratos culturais aplicados nas hortaliças são práticas que proporcionam melhores condições para o crescimento e o desenvolvimento das plantas. Essas atividades auxiliam na otimização do espaço cultivado porque, quando realizadas corretamente, possibilitam melhorar a produção e a qualidade das hortaliças produzidas”, ressalta o professor.

Fotos: Nei Alberto Pies,  de sua horta familiar.

AUTOR: Assessoria de Imprensa

Universidade de Passo Fundo

Edição: Alex Rosset

Curso de extensão on-line: Educação, espiritualidade e fraternidade

Diálogos de esperança a partir da Fratelli Tutti

A Campanha da Fraternidade de 2022, promovida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, é um convite à Igreja, às instituições educativas e à própria sociedade, a refletir  sobre a importância da EDUCAÇÃO na construção da Fraternidade e dos valores que dão sustentação à vida em sociedade, de forma saudável e democrática. Considera-se a Educação uma ferramenta imprescindível na formação humana e no processo de transformação permanente de cada pessoa, durante a vida toda.

Compreende-se também que esta é uma tarefa da família, da escola, da Igreja e da sociedade. “É preciso toda uma aldeia para educar uma criança” cita o Papa Francisco ao lançar, em 2019, o Pacto Educativo Global, onde propõe elementos constitutivos para uma educação humanizada que forme pessoas abertas ao diálogo e à compreensão de que estamos todos integrados e interligados na mesma caminhada.

Propõe assumir o cuidado como uma forma corresponsável de ser e de estar juntos, nesta Casa Comum que habitamos. Mais recentemente, na sua carta Encíclica “Fratelli Tutti – sobre a fraternidade e a amizade social”, o Papa Francisco retomou e reforçou perspectivas para o aprofundamento dos conceitos valorativos que estão presentes e orientam todo o seu magistério: a educação, a fraternidade e a espiritualidade vividas comunitariamente e orientados para a construção dos sonhos possíveis de transformação social, como ele mesmo explicita: “Desejo ardentemente que neste tempo que nos cabe viver, reconhecendo a dignidade de cada pessoa humana, possamos fazer renascer, entre todos, um anseio mundial de fraternidade… é juntos que se constroem sonhos”[1].

De fato, neste tempo prolongado de pandemia, que nos fez viver diversos conflitos, distanciamentos e polarizações, constatamos o quanto é importante retomar os sonhos de transformação rumo a uma sociedade renovada. Neste sentido cumpre um papel fundamental a educação humanizadora, que se alimentando dos conhecimentos produzidos pelas ciências humanas, conjugados à riquíssima experiência da tradição bimilenar da Igreja que se encontra compilada na sua Doutrina Social, pode muito contribuir nesta travessia e transformação.

A proposta deste curso se coloca e ganha relevância neste cenário realçado pela Campanha da Fraternidade em sua proposta de ação. Em consonância com ela, deseja mobilizar educadores e lideranças eclesiais, especialmente as da Arquidiocese de Passo Fundo, oferecendo-lhes a oportunidade de estudos, diálogos, partilhas e reflexões sobre os sentidos mais profundos da Educação, tendo por fundamento e horizonte o Humanismo integral e Solidário proposto pela Igreja. Busca-se que cada pessoa seja educada a viver a espiritualidade e a fraternidade na construção do Reino de Deus. O curso é proposto pela pastoral da Educação e Cultura da Arquidiocese de Passo Fundo e a ITEPA Faculdades.

Modalidade: Curso de Extensão (40h) a ser oferecido de forma híbrida presencial/virtual, a ser realizado no primeiro semestre de 2022, prevendo um encontro semanal a acontecer nas segundas-feiras à noite (das 19h30 às 21h), nos meses de abril, maio e junho, com a previsão de 13 encontros virtuais.

Assessoria: prof. Carlos Rodrigues Brandão e outros convidados

Legenda: Carlos Brandão, em atividade em Passo Fundo, 2015. SeminárioEducação, Espiritualidade e Cultura do Bem Viver.

Público participante: Educadores(as) que atuam em escolas, universidades, instituições de ensino em geral, lideranças eclesiais, catequistas, educadores sociais e demais interessados(as).

Promoção: Pastoral da Educação da Arquidiocese/Itepa Faculdades/ECOPAZ

Outras informações:

Duração: 12 encontros (11 de abril a 27 de junho de 2022);

Periodicidade: Segundas-feiras, das 19h30min às 21h;

Carga Horária: 40 h/a com certificado desde que tenha a frequência de, no mínimo, 75% de participação;

Valores: Inscrição de R$ 50,00 + 2 mensalidade de R$ 50,00;

Coordenação e monitoria Silvio A. Bedin, Regiano Bregalda e Lisiane Ligia Mella.

OBJETIVO GERAL

Promover a formação continuada de educadores e lideranças eclesiais que,  no contexto e em ressonância à Campanha da Fraternidade, queiram se aprofundar no estudo da Carta Encíclica Fratelli Tutti – sobre a fraternidade e a amizade social,  e do Pacto Educativo Global,  do Papa Francisco 

ESPECÍFICOS

  1. Promover estudos da Encíclica Fratelli Tutti – sobre a fraternidade e a amizade social estabelecendo relações com o Pacto Educativo Global e o magistério do Papa Francisco.
  • Ressoar a Campanha da Fraternidade na Arquidiocese de Passo Fundo;
  • Favorecer a escuta sensível e o diálogo com educadores e lideranças eclesiais visando identificar carências e desafios nos diferentes âmbitos, níveis e modalidades da educação, e abrir perspectivas de reciprocidade em ações em prol de uma educação humanizadora.
  • Promover a articulação e intercâmbio entre Pastorais ligadas à educação, especialmente, as pastorais que atuam com juventudes, crianças  e com a família.
  • Mobilizar educadores das Paróquias da Arquidiocese de Passo Fundo, visando constituir comissões da Pastoral da Educação em suas respectivas  áreas Pastorais;
  • Articular e fortalecer a Rede a Pastoral da Educação e Cultura na Arquidiocese de Passo Fundo.

Programa e Cronograma:

TEMÁTICADATA HORÁRIO
I – Introdução ao Curso Educação, Fraternidade e Espiritualidade: Por uma pedagogia da Esperança11/04 19h30 às 21h
II – Sobre o Papel da Educação na perspectiva humanista da formação integral e solidária18/04 19h30 às 21h
III – Educação e Fraternidade: Olhares para a realidade
As sombras de um mundo fechado
25/04 19h30 às 21h
IV – Educação, Direitos Humanos e Justiça Social: As sombras de um mundo fechado02/05 19h30 às 21h
V-  Educação e espiritualidade: A pedagogia samaritana (Lc 10, 25-37) Um estranho no caminho09/05 19h30 às 21h
VI – Esperança e solidariedade: Pensar e gerar um mundo aberto16/05 19h30 às 21h
VII – Fraternidade e aldeia global  Um coração aberto ao mundo inteiro23/05 19h30 às 21h
VIII – Educação e política como obra de arte A melhor política30/05 19h30 às 21h
IX – A construção de uma nova cultura Diálogo e Amizade Social06/06 19h30 às 21h
X – Os artesãos da paz e da espiritualidade Caminhos da fraternidade13/06 19h30 às 21h
XI – Religiões, espiritualidade e fraternidade:
por um Pacto Educativo Global
20/06 19h30 às 21h
XII –  Ousar sonhar: por uma Pedagogia da Esperança27/06 19h30 às 21h

LINK DA INSCRIÇÃO:

ahttps://itepa.unimestre.com/projetos/concurso/inscricao/index.php?&tid=0&lid=0&&cd_concurso=12&pid=concurso


[1] FRANCISCO. Carta encíclica Fratelli Tutti – Sobre a fraternidade e a amizade social, nº 8. São Paulo: Paulus, 2020. Pg. 14.

Edição: Alex Rosset

Sobre a amizade e sobre soberba

Que possamos buscar viver uma vida com menos soberba, mais empatia e em companhia de boas amizades.

Sobre a amizade

Você já parou para pensar o que significa ser amigo?  O que é a verdadeira amizade?

Como distinguir amizade e oportunismo, afeto e estratégia, vínculo real e jogo de conveniência?

Epicuro, filósofo helenista, certa vez disse que “a amizade coroa uma vida feliz”. Pois, no plano individual não basta dominar as próprias paixões, vencer os medos, desenvolver apreciação e contentamento, expressar seus talentos e sentir-se capaz e útil. É preciso ter alguém para reconhecer e partilhar, alguém que acolha como somos e nos ajude a sermos melhores. Você tem alguém assim? Você é assim para alguém? Você inspira confiança, partilha alegrias e tristezas sem julgamento, acolhe os problemas, você melhora a vida de alguém?

Como tudo na vida, na amizade é preciso primar pela qualidade mais do que quantidade, pela verdade mais do que a utilidade.  Cultive boas relações, esteja aberto a fazer novos amigos e, ao mesmo tempo, atento aos vínculos que você já nutre. Avalie continuamente a sinceridade, confiabilidade e reciprocidade de seus amigos, pois empatia e responsabilidade devem andar juntas.  Assim como uma trilha na mata, o caminho entre as pessoas tem de ser mantido limpo e claro pelo próprio caminhar, para que os corações conversem e visitem um ao outro.

Sobre a soberba

Todos os dias, busco não cultivar o sentimento de soberba. Cada pessoa deve aspirar e potencializar seus sentimentos da maneira que quiser e eu não julgarei. Mas posso, com muita humildade, dizer que o sentimento de soberba é um dos mais desprezíveis do Ser Humano. Soberba, em sua etimologia, significa pretensão de superioridade, julgando o outro como sendo inferior.

A Soberba caminha muito próximo da arrogância, pois para o soberbo tudo que não é feito por ele tem algum grau de defeito ou deformidade. Freud dizia que “ao Pedro me falar de Paulo, sei mais de Pedro do que de Paulo”. Esta frase de Freud é emblemática e difícil de entender, mas se pararmos para pensar é simples: tudo aquilo do qual falamos do outro e repudiamos é um julgamento ou uma característica da qual não gostamos, não queremos… porém, ao mesmo tempo, quando se julga alguém busca-se a justificativa para fugir de nossos próprios problemas, de nossas próprias derrotas pessoais… Tá vendo aquele cara… porque ele não faz isso ou aquilo… (tá vendo aquele cara, ele não faz aquilo que eu também não sou capaz de fazer)…

O professor Silvestre Grzibowski me apresentou Edith Stein e o tema da empatia para estudo do meu mestrado e eu agradeço o professor por me apresentar a esta autora e esta temática, pois ela nos ensina como se dá a empatia e como podemos perceber a dor do outro sem misturar as nossas vivências…

Também quero citar uma frase do autor de Imitação de Cristo, Tomás de Kempis: “Se vires alguém pecar abertamente e ainda cometer faltas graves, nem por isto te deves ter por melhor, porque não sabes por quanto tempo poderás preservar no bem. Somos todos fracos, mas a ninguém tenhas por mais fraco que tu”.

Ao ler esta passagem um filme passa em minha cabeça e me lembro também das aulas do Professor José André da Costa, que me ensinou que diante de situações extremas a nossa racionalidade pode se perder e podemos nos transformar em algo que jamais poderíamos imaginar, tirar forças de onde não parecia haver…

Que possamos buscar viver uma vida com menos soberba e mais empatia…

Autor: prof. Rudimar Barea

Edição: Alex Rosset

Os cuidados com os dentinhos das crianças

Desde a tenra idade a criança deve ser acostumada a visitar o dentista, seja para aplicar flúor, cuidar dos dentinhos de leite, aprender a escovar bem os dentes e, principalmente, se acostumar com esse profissional tão necessário aos dias de hoje.

Para dra. Sebastiana e dra. Ione, minhas dentistas amadas.

É preciso cuidar dos dentinhos das nossas crianças com muito cuidado. As crianças ainda pequeninas não sabem direito a importância de dentes saudáveis e de um belo sorriso, por isso os pais e responsáveis devem ajudá-las na escovação sempre depois de comer qualquer coisa, das refeições e antes de dormir. Que não se torne um exagero, mas um cuidado dedicado e atencioso.

Quando a gente ama alguém quer vê-la feliz e com saúde. Sem desconfortos do corpo e da alma. Logo, o cuidado com os dentes das nossas crianças se faz necessário porque se tem algo que dói muito é um dente careado. Vejo crianças com 10 ou 11 anos de idade que já perderam parte dos seus dentes e isso é muito triste.

Ainda com as nossas criancinhas que não nasceram os dentinhos já podemos fazer a higiene bucal com um paninho limpo ou fraldinha de tecido umedecida passando na gengiva e língua da criança para que ela vá se acostumando com a limpeza da sua boca.

Quando o primeiro dente da sua criança nascer, dê de presente uma escova de dentes para ela. A primeira escova da sua criança deve ser escolhida com muito cuidado. Ela deve ter cerdas bem macias. Compre um bom creme dental e não use enxaguantes que contém álcool, eles são prejudiciais à saúde bucal se usados incorretamente.

Escovas de dentes com cerdas macias são encontradas sempre nos bons estabelecimentos comerciais. Não economize na escolha da escova de dentes da sua criança. Sempre compre a indicada para a idade dela e a que tem a cabeça pequena fica melhor para escovar os dentes da criança.

No início, você precisará ajudar a criança a escovar os seus dentes. Coloque-a em uma posição confortável ao seu lado ou no seu colo e peça para que abra bem a boca. Tente ir até o final da boca e limpe com cuidado para não machucar a gengiva. Seja cuidadoso e paciente porque a criança pode não gostar desse movimento na sua boca, mas diga para ela que é muito importante manter a boca limpa para que as bactérias não venham nos visitar e deixar os nossos dentes doentes.

Se a criança tiver curiosidades em falar mais das bactérias converse com ela sobre o que sabe ou pesquise na internet juntos. Vai ser estimulante adquirir conhecimentos que a criança pode passar para outras.

A criança pode não gostar da escova de dentes, achar difícil a escovação, achar chato, reclamar, porque ela não tem ainda uma coordenação motora completa, mas você deve auxiliá-la neste momento. As reclamações por parte das crianças são as mais diversas, porém com o tempo elas se acostumam.

Comece escovando os seus dentes ao lado da sua criança. Mostre para ela como você faz, os movimentos necessários, o bochecho e peça para que ela imite os seus gestos. Assim ela vai se sentir confiante e feliz em participar dos cuidados do seu corpo com você.

Distrações na hora da escovação dos dentes da sua criança são bem-vindos e deixam a tarefa mais alegre e o que poderia ser chato, pode se tornar uma rotina legal. Coloque músicas infantis para a criança ouvir, deixe-a escovar os dentes embaixo do chuveiro ou na banheira. Recompense a criança com uma história contada antes de dormir ou outra recompensa que ela venha gostar por estar se saindo bem com a higienização da sua boca.

Nunca deixar restos de comida na boca da criança, principalmente, entre os dentes. Quando ela estiver maiorzinha começar a ensiná-la no uso do fio dental. Lá para a idade dos 11 ou 12 anos de idade. Ainda pequeninas existem as cerdas interdentais pequenas que conseguem chegar nos espaços entre os dentes, fale com o dentista da sua criança em como adquirí-las.

Desde a tenra idade a criança deve ser acostumada a visitar o dentista, seja para aplicar flúor, cuidar dos dentinhos de leite, aprender a escovar bem os dentes e, principalmente, se acostumar com esse profissional tão necessário aos dias de hoje.

Os dentes das crianças devem sempre estar bem limpinhos para evitar a placa bacteriana, o tártaro e outras doenças bucais, por isso é bom visitar o dentista regularmente para aplicar o flúor e se necessário fazer uma limpeza nos dentes.

Cada vez mais se faz necessário um sorriso bonito. As crianças que perderam os seus dentes, principalmente, os da frente muitas vezes sofrem bullying e ficam tímidas diante dos seus amiguinhos. Até mesmo as pessoas adultas atualmente se sentem envergonhadas quando ficam sem os dentes da frente por uns tempos.

Antigamente, os dentistas por qualquer coisa extraíam o dente de uma criança. A minha mãe, filha de pais pobres, menina arruaceira que vivia fazendo favores a um e a outro para ganhar um pedaço de pão perdeu todos os seus dentes logo cedo. Hoje com 77 anos ela reclama, tristonha, a falta dos seus dentes e briga comigo sempre que esqueço de escovar os dentes. Se dependesse do cuidado dela meus dentes eram perfeitos e lindos.

A criança deve ter uma escova de dentes também na escola para depois do lanchinho escová-los. A professora ou professor deve ajudar na escovação e quando a pia for alta colocar a criança com cuidado num banquinho ou até mesmo no colo se for o caso.

Chamar sempre um bom dentista para fazer uma palestra na escola mostrando às crianças a importância de dentes saudáveis também é uma boa ideia.

Se os dentes da sua criança são tortos ou sobrepostos é bom que se procure um dentista logo cedo para que seja feita uma avaliação e os cuidados necessários básicos e precisos sejam tomados logo no início.

Não devemos responsabilizar somente as crianças quando aparecerem cáries nos seus dentes. A falta de higiene bucal, o constante consumo de doces e outros fatores emocionais podem levar a dores de dentes profundas. Faz-se necessário visitar o dentista regularmente, pode ser de seis em seis meses ou para quem tem dentes frágeis seria bom de três em três meses.

Sempre preparar a criança para visitar o dentista tirando-lhe o medo do barulho do motorzinho que trata a cárie. Hoje em dia, as anestesias são tão precisas que não sentimos mais nenhum tipo de desconforto quando vamos restaurar um dente. Isso também serve para as crianças. Os pais devem ter o cuidado de sempre procurar um bom dentista para os seus filhos.

Todas às vezes que visitar o dentista leve a escova de dentes que a sua criança usa, ele pode dar dicar importantes e dizer se realmente ela atende aos cuidados necessários para os dentinhos da sua criança. O dentista também poderá aproveitar a escova de dentes do seu filho para ensinar-lhe a escovar bem os dentes.

O bom profissional não é aquele que cobra mais barato, mas o que se preocupa com a criança.

É preciso fazer uma pesquisa antes de escolher o dentista do seu filho, pedir indicações, procurar saber o histórico de clientes do profissional a ser contratado etc. Todo cuidado é pouco ao entregar os dentes da sua criança a um dentista.

A criança com halitose deve também ser tratada por um dentista que investigará se a causa é da falta de higienização e cuidados com os dentes ou se trata de um outro problema. Muitas doenças podem causar a halitose. Como também angústias, ansiedade e até mesmo depressão na infância podem prejudicar as gengivas criando o que chamamos de gengivite e periodontite.

Os pais e responsáveis devem pedir para as crianças fazerem bochechos quando estiverem escovando os seus dentes, assim a limpeza minuciosa ficará mais completa. As doenças da boca são diversas e devemos ter cuidado para evitar que bactérias se acomodem nas das crianças.

As crianças com Síndrome de Down necessitam de mais cuidados por parte dos pais e responsáveis porque elas muitas vezes não sabem como manusear a escova de dentes e nem têm noção do cuidado que devem ter com os seus dentes, por isso é necessário evitar que elas comam doces e comidas enlatadas, levando-as periodicamente ao dentista, fazendo a higiene bucal sempre que necessário.  Manter uma boa dieta com frutas e legumes também será bom para essas crianças.

A prevenção ainda é o mais importante na hora de cuidar dos dentes da sua criança, por isso não poupe esforços para que ela esteja sempre com os dentes limpinhos e com um belo sorriso no rosto mostrando felicidade e que criança veio ao mundo para ser feliz e deve apenas brincar até os seis anos de idade. Sorria, criança!

Em outra publicação, escrevemos sobre a alimentação da criança, observando que “precisamos mudar os nossos hábitos alimentares para que as nossas crianças possam nos imitar, isso é importante. Sempre digo que as crianças costumam imitar os adultos com quem convivem e isso é uma grande verdade”. Leia mais: https://www.neipies.com/como-ensinar-as-criancas-a-se-alimentarem-bem/

Autora: Rosângela Trajano

Edição: Alex Rosset

Filosofia para Viver Intensamente o Presente

O futuro depende da forma como conduzimos nossas escolhas no presente. Viver a falsa esperança de que o universo conspirará para que no futuro as coisas estejam sintonizadas com o que gostaríamos de ter é alimentar um modo conformista de enfrentar a vida, é esperar que o destino se encarregue de ajustar os caminhos para termos uma vida melhor.

Em seu livro Aprendendo a viver, Luc Ferry nos adverte sabiamente que os filósofos gregos pensavam no passado e no futuro como dois males que pesam sobre a vida humana, dois centros de todas as angústias que vêm estragar a única e exclusiva dimensão da existência que vale a pena ser vivida, simplesmente porque o Instante Presente é o único tempo real que podemos vivenciar com intensidade. O passado não existe mais, e o futuro ainda não existe e talvez não existirá para muitos de nós. No entanto, paradoxalmente, vivemos quase toda nossa vida entre “lembranças” e “projetos”, entre nostalgia e esperança.

Neste processo paradoxal de lembranças e projetos ou de nostalgia e esperança, ficamos imaginando que seríamos muito mais felizes se tivéssemos algo que não possuímos, ou se tivéssemos muito dinheiro para comprar o que quiséssemos, um carro novo, sapatos de marca, casa num bairro nobre, viagem para lugares lindos, férias no Caribe e assim vai ….

Ao mesmo tempo, ficamos lembrando de decisões tomadas lá atrás que poderiam ter mudado nossa vida e assim nos sentimos infelizes por estar vivendo algo que poderia ser diferente se a escolha fosse outra. De tanto lamentar o passado ou de esperar por um futuro que talvez nem aconteça, esquecemos de viver intensamente o presente e a oportunidade de dar qualidade a essa vida que é única e real.

Assim, enquanto estamos presos a lembranças ou projetos, perdemos a oportunidade de conversar com nossos amigos, degustar uma boa comida, realizar aprendizagens interessantes e importantes, conviver com pessoas, amar intensamente os que estão próximos.

Muitas vezes, abraçamos uma ideia de uma falsa esperança que as “coisas” serão diferentes no futuro. Assim, ficamos na expectativa que o próximo ano será melhor, que nas próximas eleições o povo irá escolher o candidato certo, que o próximo emprego nos trará realizações e uma vida melhor. Mas tudo isso pode ser ilusório se não temos a coragem de viver o tempo presente.

O futuro depende da forma como conduzimos nossas escolhas no presente. Viver a falsa esperança de que o universo conspirará para que no futuro as coisas estejam sintonizadas com o que gostaríamos de ter é alimentar um modo conformista de enfrentar a vida, é esperar que o destino se encarregue de ajustar os caminhos para termos uma vida melhor.

Talvez deveríamos esperar um pouco menos e amar um pouco mais, porque quando vivemos continuamente na dimensão de projetos, correndo atrás de objetivos postos no futuro e pensando que nossa felicidade depende da realização completa de finalidades medíocres ou grandiosas, estamos fadados a esquecer que a vida depende das escolhas que fazemos o tempo todo.

Quando colocamos como meta de vida comprar algo e condicionamos isso como projeto de uma vida feliz, estamos fatalmente condenados a miragem da felicidade, pois quando o objetivo é alcançado, quase sempre temos a experiência dolorosa da decepção. Igual a criança que se desinteressa do brinquedo no dia seguinte ao Natal, a posse de bens tão ardentemente desejados não nos torna nem melhores nem mais felizes do que antes. Sobre isso tem razão o filósofo Sêneca quando dizia que “enquanto se espera viver, a vida passa”.

Isso reforça o provérbio budista de que “é preciso aprender a viver como se o instante mais importante da vida fosse aquele que você está vivendo no exato momento, e as pessoas que mais contassem fossem as que estão diante de você”. Um bom assunto para filosofar.

Uma das novidades do Novo Ensino Médio é o componente curricular Projeto de Vida. Entenda: “Trazer o projeto de vida como competência na dinâmica escolar é um dos desafios propostos pelo novo ensino médio. Existem diversas abordagens a serem exploradas por professores e instituições de ensino, desde que o foco esteja no reconhecimento das potencialidades dos alunos. Avaliações contínuas devem ser adotadas a fim de mensurar a evolução de competências que fogem do currículo tradicional. Interação, comunicação, escuta, cooperação, partilha e realização devem ser estimulados pela abordagem da escola”. Leia mais: https://www.intersaberes.com/blog/novo-ensino-medio-o-que-e-projeto-de-vida/

Autor: Dr. Altair Alberto Fávero

Edição: Alex Rosset

Sucateamento do IPE Saúde se intensifica por incompetência do governo Leite

Há uma clara intenção de Eduardo Leite (PSDB) em sucatear ainda mais o IPE Saúde, fragilizando o controle social da autarquia e centralizando o poder ao governo.

O CPERS vem a público conclamar que o governo Eduardo Leite (PSDB) cumpra o seu papel e não permita a fragilização do IPE Saúde.

Na noite desta quarta-feira (16/03/2022), diversos hospitais do Rio Grande do Sul notificaram o Instituto sobre uma possível rescisão contratual e suspensão de atendimentos após anos de problemas históricos, como atrasos nos pagamentos e a falta de reajustes.

A rescisão contratual prejudicará milhares de sócios e sócias do CPERS, que dependem dos serviços do IPE Saúde para atendimentos básicos, mas, também, para casos mais graves e que sem o convênio sofreram consequências inimagináveis.

A diretora do Departamento de Saúde do Sindicato, Vera Lessês, que compõe o Conselho Administrativo do IPE Saúde, ressalta que não houve uma notificação oficial aos conselheiros sobre a rescisão contratual, mas que medidas estão sendo tomadas.

“Ficamos sabendo da notícia pela mídia de que houve essa reunião das entidades médicas e que oficiaram o IPE Saúde. Nós, enquanto conselheiros, nos reuniremos na próxima semana com a Casa Civil para cobrar a responsabilidade que o governo precisa ter com o plano de saúde”.

Vale ressaltar que o pagamento patronal – do governo – tem sido repassado com atrasos frequentes e que o IPE Saúde sobrevive com os 3,1% da participação dos servidores(as), que amargam quase oito anos de salários corroídos em mais de 50% da inflação, enquanto os altos salários estão debandando do Instituto. Essa falta de incremento na receita tem ingerência direta na falta de recursos para atualizar o valor repassado aos médicos, honorários hospitalares e prestadores de serviço.

Há uma clara intenção de Eduardo Leite (PSDB) em sucatear ainda mais o IPE Saúde, fragilizando o controle social da autarquia e centralizando o poder ao governo.

Essa crise está se refletindo de uma maneira muito cruel nos servidores(as). É necessário achar uma saída para que os mais de 1 milhão de beneficiários não sofram com a incompetência do governo.

O Sindicato seguirá firme e pressionando em todas as frentes para barrar mais esse ataque.

CPERS SINDICATO

Edição: Alex Rosset

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