A estudante russa Mariana Smirnova, de 18 anos,
está em Carazinho através do programa de intercâmbio do Rotary Club.
Ela compartilhou com a gente como está sendo essa experiência –
e também nos contou muitas coisas sobre o seu país.
Fazer um intercâmbio era um dos sonhos de Mariana Smirnova. Ela sempre acreditou que estudar em outro país seria uma oportunidade muito boa para ela, que adora conversar e conhecer novas pessoas.
Através do programa de Intercâmbio do Rotary Club, que acredita que a exposição a novas culturas e costumes é uma excelente maneira de promover a paz e a compreensão mundial, Mariana poderia escolher entre o México e o Brasil para fazer o intercâmbio.
“Eu achei que aprender português no Brasil seria muito legal porque é uma língua única, o português do Brasil é diferente do português europeu. Na minha cidade apenas uma pessoa consegue falar e entender português e pensei que seria legal se eu também pudesse falar essa língua. Essa foi uma das razões de porquê escolhi o Brasil e eu também amo esse país, as pessoas, são todas muito generosas, divertidas, comunicativas, e também tem muitas comidas boas (risos), há uma similaridade entre a comida tradicional russa e a brasileira”, conta.
A mãe de Mariana estava bem interessada no programa de intercâmbio e na oportunidade que a filha teria, mas seu pai tinha um pouco de medo, afinal, o intercâmbio tem a duração de um ano. “Eles entendem que é a minha vida e que eu tenho que aprender coisas. Esse conhecimento pode me ajudar em um trabalho futuro e faz parte dos meus interesses”, diz.
Os pais de Mariana não precisariam ficar tão preocupados, afinal, em Carazinho, ela foi acolhida por uma bela família: João Rafael Dal Molin e Nubia Schutt, que se tornaram seus pais brasileiros. “A minha família aqui é a melhor das melhores! Eu gosto muito de passar meu tempo com eles, às vezes sinto falta da minha família na Rússia, mas me sinto em casa aqui no Brasil. Com eles não sinto tanta saudade de casa”, comenta Mariana.
Para que Mariana pudesse vir ao Brasil, um brasileiro teria que ir para a Rússia, afinal, o intercâmbio é uma troca. Para a alegria de Mariana, o carazinhense Enzo Fulber tinha interesse em conhecer o seu país e, assim, os dois conseguiram realizar o intercâmbio para o país que gostariam de viajar.
Alguns registros fotográficos de Mariana no Brasil e na Rússia (slides com fotos)
Uma das preocupações da estudante era se ela conseguiria fazer amigos no Brasil, pois, apesar de ser muito comunicativa, viveria em um país novo, com novas regras. “Consegui muitos amigos aqui, vamos caminhar, jantar, bem como os adolescentes na Rússia”, conta.
Em Carazinho, Mariana estuda na escola Sorg, apesar de na Rússia já ter concluído seus estudos na escola, e faz aulas de língua portuguesa no Yázigi. Ela diz que aprender a nossa língua é difícil, mas que existem similaridades entre russo e português e, como ela também conhece a língua inglesa e francesa fica mais fácil. Mariana consegue entender o que falamos em português, mas ainda é difícil para ela falar, então, em boa parte do seu tempo, se comunica através da língua inglesa.
Mariana ressaltou que uma das principais diferenças do Brasil com o seu país, é que aqui comemos com muita frequência! “Aqui tem muita comida e eu gosto muito de comer, mas para mim é terrível porque sou uma garota esportiva (risos). As sobremesas, as novas comidas… É tudo muito bom. Já me sinto como uma brasileira típica”, conta.
A estudante era nadadora profissional há dois anos e, pela carreira esportiva, teve a oportunidade de ir para a Alemanha, Finlândia, Estônia e Bulgária. “Tenho muito interesse em países e culturas estrangeiras, é tão diferente e incrível para mim, pois existem muitas diferenças entre a Rússia e os outros países”, comenta.
No mês de março de 2018, contamos também a história do professor da UPF Rogério Silva que também nos contou como sua viagem e intercâmbio na Espanha mudou a sua vida.
Veliky Novgorod, Rússia
A cidade natal de Mariana é uma das mais antigas em toda a Rússia, e fica a 155 km de São Petersburgo e a 552 km de Moscou, capital do país.
A Rússia tem invernos rigorosos, com temperaturas negativas e neve, mas a estudante conta que é possível viver normalmente em meio ao frio – bem diferente do calor que ela encontrou nessa época do ano no Brasil. “Aqui estamos na primavera, mas para mim é como se já fosse verão porque é muito quente. Eu gosto desse clima, posso ficar bronzeada (risos), mas esse calor é demais para mim”, diz.
Veliky Novgorod é considerada uma cidade pequena, mas guarda muito da história da Rússia em seus prédios históricos e monumentos. Um dos principais atrativos é o Monumento ao Milênio da Rússia (Памятник Тысячелетия России), erguido em 1862, por ordens do Czar Alexandre II (Александр II), em comemoração ao início do estado russo, quando o príncipe Rurik e seu exército, foram chamados para governar os eslavos. O monumento é formado por diversos símbolos, capítulos e personagens dos mil anos russos. Além dele é preciso destacar o Kremlin, a Catedral de Santa Sofia e o Rio Volkhov (Peка Волхов), que foi uma das principais rotas comerciais da idade média, ligando o norte europeu ao oriente.
Mariana conta que em sua cidade há várias atividades interessantes para se fazer no tempo livre, e ela, como uma típica adolescente, gosta de sair com seus amigos, ir ao cinema e caminhar pelos parques.
Esta matéria é assinada por Camila Docena, recentemente publicada na Revista impressa Contato Vip. A revista Contato VIP foi fundada em abril de 1993, circulando mensal e ininterruptamente até hoje. Sua sede está localizada na cidade de Carazinho, mas sua circulação se dá em toda a região do planalto médio e região noroeste do Rio Grande do Sul, através de assinaturas, venda em bancas e divulgação dirigida.
Conheça mais: http://www.contatovip.com.br/norte/