Valorizando a vida com Taekwondo

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André Régis, desde muito novo, manifestou interesse nas artes marciais, nos desafios das lutas e no conhecimento da cultura oriental como um todo.  Ensinado e acompanhado por mestres na arte marcial do Taekwondo, percorreu e morou em cidades do Brasil, participou de competições fora do país e de treinamentos na Coréia do Sul.


André fez também a Faculdade de Educação Física, onde aprendeu a conciliar a aprendizagem que obteve como atleta, nas competições, com o conhecimento do corpo humano e suas potencialidades físicas.

Estas experiências únicas, de um jovem de nossa cidade Passo Fundo, que conheceu o mundo em busca de sabedoria e conhecimentos do mundo oriental, permitiram a ele construir um método de ensino que alia a arte marcial do Taekwondo ao conhecimento da educação física, tendo em vista colaborar para a formação do ser humano na sua integralidade.

Sua academia, apresentada por uma bela logomarca e um interessante portfólio, apresenta “a filosofia do Taekwondo baseada em cinco princípios fundamentais: cortesia, integridade, perseverança, autocontrole e o desenvolvimento de um espírito indomável. Através da mesma, procuramos atingir o nosso objetivo final: construir um mundo melhor e mais pacífico, tornando-nos campeões da justiça e da liberdade”.

Conheçamos André Régis por ele mesmo, em entrevista que concedeu ao site, organizada em 3 momentos: história e vida pessoal, vida de atleta e mestre; estruturação da Academia e sua compreensão do Taekwondo para uma formação humana integral.

NEI ALBERTO PIES: Conte-nos um pouco de sua história de vida pessoal envolvendo, desde novo, sua vontade de conhecer as lutas e as artes marciais, como também a filosofia oriental.

Desde pequeno eu gostava de filmes de artes marciais e então, através de um convite da minha irmã, comecei a treinar Taekwondo. Nunca mais parei.

Como eu morava em um lugar bastante violento e perigoso, o taekwondo foi uma oportunidade que me ajudou a encontrar uma forma de enfrentar o medo e canalizar essa energia em algo positivo. Assim aprendi valores que iam formar a minha conduta moral e mudar a minha vida dali em diante.

Ainda criança, também, gostava muito de saber sobre o poder da mente e sempre que possível, lia algo sobre o assunto ou fazia cursos relacionados a isso. Comecei fazer mentalizações positivas de autoafirmação e que as coisas dariam certo. Mais tarde vim a descobrir que a filosofia oriental está totalmente ligada a isso.

NEI ALBERTO PIES: Passastes por Rio Grande, Porto Alegre, Florianópolis e Blumenau/SC, morando em Academias de Artes Marciais e convivendo com consagrados mestres. Qual é a importância desta experiência na formação pessoal e como Mestre de Taekwondo?

O Taekwondo foi tão significativo para mim que adotei isso como objetivo maior da minha vida. Fui atrás do meu sonho de ser atleta.

Como tive muito destaque em competições esportivas, fui convidado a morar nestes outros lugares, sempre vivendo como atleta e desenvolvendo minhas habilidades como lutador.

Passei por várias dificuldades neste percurso. Desde dormir em academia, mal alocado, ter dificuldades para me alimentar… Eu era um jovem que tinha um sonho, porém, fui ludibriado por pessoas que estavam ali para me ajudar (muitos atletas passam por isso). Mas essas experiencias me serviram de base para uma evolução ainda maior, pessoal e profissional também.

Minha dedicação exclusiva e integral ao taekwondo me fez um excelente atleta marcial e essas experiências me fizeram um Mestre melhor, mais humano, pois aprendi inclusive como NÃO SER com as pessoas.

NEI ALBERTO PIES: Fizeste passagem pela Seleção Brasileira de Taekwondo. Que aprendizagens carregas desta experiência?

Após anos sem competir, cursando a faculdade de Educação Física, resolvi colocar em prática os conhecimentos científicos do treinamento esportivo e assim, fui representar a UPF no Campeonato Brasileiro Universitário, em Salvador/ BA. Lutei com o atleta Marcio Wenceslau. O Marcio era um atleta modelo, ia representar o Brasil nas olimpíadas.  Foi uma luta muito acirrada então, o técnico da seleção brasileira, naquela época, Carlos Negrão convidou-me a treinar com seus atletas, no centro de treinamento em São Paulo.

Passei um tempo treinando com atletas de excelente nível técnico, aprendi muito como lutador. Porém, optei por seguir o caminho do taekwondo como arte marcial, para a formação de pessoas melhores. Voltei para Passo Fundo e segui com minha academia. Desta experiência, carrego a felicidade pelo reconhecimento do técnico. Me senti lisonjeado, especial e muito orgulhoso pelo convite.

Como passei a maior parte da minha vida treinando, boa parte dos aprendizados que eu tenho vieram mesmo das competições. A competição é um momento extremamente rico para a formação do atleta e do ser humano.

Para entrar em uma quadra e enfrentar alguém que vai te dar chutes e socos, você precisa desenvolver muitas habilidades, dentre elas pode-se destacar:

  • a coragem (vencer o teu medo e conseguir reagir em uma situação adversa);
  • a humildade (aprendemos que fazer reverência não é um simples gesto, pois muitas vezes quando você começa a vencer nas competições você se torna arrogante e algumas vezes acaba perdendo para adversários inferiores);
  • o autocontrole (manter o seu controle e equilíbrio emocional, reagir somente dentro das regras e normas, respeitando os árbitros e o adversário);
  • a concentração (manter um estado de atenção plena. Observar atentamente o adversário, o juiz, o treinador ou técnico, a área de luta e não ser influenciado pela torcida) e
  • o espírito indomável (é o que um lutador tem que ter acima de tudo. Ele não pode desistir nos momentos difíceis. Mesmo quando está cansado ou não está indo bem na luta, deve seguir em frente mantendo seu espírito aguerrido e superar as dificuldades que se apresentam, sempre em direção ao objetivo).

Todos esses ensinamentos servem para a competição, mas também, para nossa vida cotidiana.

NEI ALBERTO PIES: Conheceste e te tornaste um seguidor da filosofia Seicho-No-Ie. Qual foi o conhecimento que agregaste desta filosofia para compreender o mundo e os fundamentos da cultura oriental?

Aqui no ocidente, geralmente, se ensina luta com uma visão estereotipada (visão ocidentalizada), que se resume aos movimentos físicos/externos (luta e defesa pessoal), esquecendo da parte essencial que é a filosofia.

Tive a oportunidade de visitar a Coréia do Sul algumas vezes e presenciei na prática que lá se ensina a arte marcial com uma visão global, levando em conta os aspectos físicos, educacionais, sociais, afetivos e espirituais. Por isso a conduta deles é extremamente cortês e respeitosa em todos os momentos.

Eu, particularmente acredito que o ensinamento da Seicho-No-Ie é a filosofia da arte marcial que geralmente é esquecida de ser ensinada no ocidente. Por isso agreguei esse ensinamento ao meu trabalho, tendo em vista que a Seicho-No-Ie, falando de uma forma simples é um ensinamento de amor que acredita que Deus vive dentro de todas as pessoas, e, por isso, elas possuem bondade dentro de si.

Um exemplo prático disso é quando um pai ou uma mãe leva seu filho até a academia dizendo que seu filho tem déficit de atenção, hiperatividade, ou quando um adolescente ou adulto vem através de indicação de psicólogo/psiquiatra com transtornos de humor, dificuldade para lidar com suas raivas e emoções, alto nível de estresse… consigo prestar atenção e observar pelo ponto de vista científico porém, ao mesmo tempo eu nego esses aspectos e acredito firmemente que estes possuem uma Imagem Verdadeira que é perfeita e maravilhosa.

A partir do conhecimento que fui adquirindo na Seicho-No-Ie, fui mudando a minha vida e a visão que eu tinha do mundo e por perceber que essa filosofia funcionou na minha vida prática, não tive como não agregar isso ao meu trabalho, algo que eu realmente amo e acredito.

NEI ALBERTO PIES: Qual é a diferença entre briga, luta e arte marcial?

A maioria das pessoas desconhece a diferença e acredita que é tudo a mesma coisa. Mas não é bem assim. Constantemente sou convidado a ministrar aulas e palestras em escolas, faculdades e universidades para falar sobre isso. Então vamos lá!

Falando de um jeito simples, a Briga acontece entre uma ou mais pessoas, pode envolver objetos como pedras, paus, facas e inclusive arma de fogo. Geralmente tem como motivação a vingança. Pode machucar os envolvidos gravemente ou mesmo, levar a morte.

Lutas são disputas que acontecem sem uso de armas de fogo, em um espaço e local determinado, devem respeitar as regras da competição e a integridade física do adversário;  

Já, a Arte Marcial que também é um sistema de combate aprimorado onde um adversário deve sobrepujar o outro com técnicas de torção, imobilização, chutes e socos, semelhante ao da luta, tem características extremamente relevantes que a diferenciam: a filosofia, a religião e a conduta.

Por exemplo: Você pode ensinar Taekwondo, Karatê, Judô, etc, que são artes marciais sem ensinar a filosofia, porém, assim você estará ensinando uma luta, e não uma arte marcial. Algumas lutas como o Boxe, Muay Thai e o MMA, tem como finalidade o desenvolvimento do golpe, a velocidade e potência dos chutes e socos, sendo assim, consideradas somente um esporte de combate.

É importante que se dissemine aqui no ocidente a arte marcial que mantenha a sua ideia original, de expressão cultural e busca pela evolução do ser humano. Sabe-se que os conhecimentos milenares da cultura oriental relacionados a saúde, alimentação e ao estilo de vida são extremamente necessários para vivermos mais e, porque não, melhor!?

NEI ALBERTO PIES: O que significa ser Mestre?

Mestre, em coreano, é SABONIM que significa “um exemplo”. Um Mestre é uma pessoa que tem posição de muito respeito e que deve procurar, literalmente, fazer jus a palavra, em tudo que faz, para que através da sua própria vida, possa ensinar o caminho correto.

NEI ALBERTO PIES: De volta ao Passinho, como carinhosamente muitos chamam Passo Fundo, sobreviveste trabalhando em academias de musculação como professor. Quando, como e porque surgiu a vontade de fazer a tua academia?

Eu estava morando em Porto Alegre e treinando com um renomado mestre, aliás, um dos responsáveis por introduzir o taekwondo no Brasil, o Grão Mestre Te Bo Lee. Nessa época eu já conhecia a Seicho-No-Ie e participei de uma palestra que falava sobre a formação do destino. A partir disso decidi retornar à minha cidade natal e recomeçar a minha vida aqui.

Comecei ministrando aulas em algumas academias e fui percebendo que os alunos gostavam muito das minhas aulas. No decorrer do tempo recebi um convite para montar uma sociedade em uma academia de arte marcial. Mais tarde dividimos a sociedade e compramos uma academia de musculação também. Nesse processo todo percebi que tinha capacidade para conduzir meu próprio negócio, da forma que eu entendia ser mais adequado. E surgiu assim a Academia André Régis Taekwondo.

Como já existiam várias academias, com diversos focos e objetivos, algumas inclusive, nem tão bem vistas, quis dar destaque para meu diferencial e desejava que as pessoas soubessem que era eu quem estava ali, cuidando de tudo. Então optei por colocar meu próprio nome, iniciando assim um novo momento da minha vida.

NEI ALBERTO PIES: Pode nos explicar o símbolo (logomarca) e a concepção de trabalho de tua academia que já existe há 16 anos?

Através de rabiscos, criei uma primeira ideia do que eu queria para a logomarca. E até usei esta, impressa em algumas camisetas e materiais. Mais tarde, percebendo a necessidade de evoluir, busquei auxilio em uma agência de publicidade. Geralmente quando existe uma logomarca de artes marciais logo se vê um dragão, um tigre, uma caveira ou um punho… coisas que fazem alusão a violência. E não era isso que eu queria transmitir. Nessa época eu já cursava Educação Física e meu desejo era passar um conceito de movimento, leveza, educação e valorização da vida. Por isso pode-se ver na minha logomarca essa ideia. Daí também surgiu de forma muito natural o nosso slogan “Valorizando a vida”.

NEI ALBERTO PIES: Como fundiste os conhecimentos da arte marcial com os conhecimentos da educação física e do desenvolvimento do corpo humano?

A Faculdade de Educação Física foi fundamental para mim e para o meu sucesso pois eu já tinha sido atleta e era professor de taekwondo já a muitos anos. Trazia comigo o conhecimento empírico, transmitido pelos meus professores e mestres, da forma rígida e tradicional. Também acreditava que todo aluno era um atleta.

Através da faculdade percebi que precisava rever meus conceitos, adotar mudanças na forma de executar meu trabalho. Entendi, por exemplo, que crianças, adolescentes e adultos têm necessidades e objetivos diferentes, sua constituição física, características hormonais e emocionais são distintas e necessitam de estímulos específicos para que possam desenvolver o potencial que já possuem, que eu deveria respeitar a individualidade biológica e as características pessoais de cada um. Entendi também que poucas pessoas nascem com o perfil e a vontade de ser atleta e desta forma iria limitar muito o meu público. Sendo que se eu ensinasse o taekwondo como forma de exercício físico e educação, meu trabalho seria muito mais abrangente e eu poderia ajudar um número muito maior de pessoas a melhorarem suas vidas. A partir daí nascia o método André Régis Taekwondo Sistem. Um método que alia o conhecimento científico ao conhecimento tradicional da arte marcial.

Conheça os programas de treinamento:

  • Pequenos Ninjas: para crianças a partir de 4 anos, com foco na formação integral do ser humano.
  • Bem-estar: exercícios para adultos com foco na qualidade de vida e bem-estar
  • For Women: exercícios específicos para mulheres. Aulas que procuram respeitar as características físicas e emocionais da mulher.
  • V.I.P.: exercício para alunos com alto grau de exigência, que buscam um treinamento individual e personalizado.
  • Black Belt: treinamento específico para alunos que já possuem ou que tenham o objetivo específico de conquistar a Faixa Preta.

NEI ALBERTO PIES: Que outros conhecimentos buscaste para lograr êxito e sucesso tanto na organização como na gestão de sua academia?

Após alguns anos de trabalho com acertos e também erros, na condução da academia, percebi que precisava aprender mais sobre a gestão do negócio. Assim, fui buscar auxílio no SEBRAE, onde realizei vários cursos sobre a gestão e organização da empresa e obtive também, assessoria empresarial. Pudemos realizar um diagnóstico da empresa (os pontos fortes e fracos) e, a partir disso, realizamos um planejamento.

Mais tarde, quando a academia já estava mais estruturada, consegui buscar assessoria em uma empresa particular, chamada APORT Empresarial. Com eles pude identificar a Visão, Missão e os Valores da minha empresa. Algo que foi fundamental para a remodelação da Academia e a consolidação de um projeto de sucesso.

NEI ALBERTO PIES: Como o Taekwondo é uma arte e uma ferramenta para a prática de uma educação na dimensão integral do ser humano?

O taekwondo é muito mais do que um exercício físico para desenvolver habilidades motoras e características físicas. Ele é uma ferramenta de transformação humana pois nele agregamos o conhecimento milenar oriental e os conceitos atuais da educação.

Trabalhamos a corporeidade do aluno com a educação pelo movimento e não apenas do movimento, por exemplo, quando ensinamos um golpe não estamos pensando apenas em melhorar a amplitude, força, coordenação e a velocidade. Através do ensino desse golpe, trabalhamos a perseverança do aluno, a persistência, a paciência, a determinação, o autocontrole e a postura, dentre outras características do comportamento humano. Assim a simples prática de um golpe, tem uma dimensão muito maior.

Ensinamos a luta esportiva, que tem o contato físico e o confronto, porém, usamos isso para que o aluno tenha uma vivência e possa compreender questões fundamentais como empatia, autocontrole e respeito ao próximo. Pois se um golpe recebido, dói em mim, um golpe desferido, dói no outro também. Nesse sentido a luta que aparentemente é algo agressivo, torna-se um excelente instrumento de educação.

Além disso, usamos todas as situações acontecidas em aula para esclarecer a filosofia da arte marcial e reforçar a importância de uma conduta correta em todos os momentos da vida. O aluno é levado a repensar sua conduta e estabelecer uma ligação do que acontece dentro do tatame, com o que acontece na sua vida cotidiana.

Ouço muitos relatos de alunos, dizendo que em situações de conflito, lembram que precisavam usar o autocontrole. Em outros momentos dizem que nos momentos difíceis da sua vida, lembram do espirito indomável e assim conseguem aplicar a filosofia do taekwondo naquilo que é mais importante: na sua própria vida.

NEI ALBERTO PIES: Educação e Taekwondo são os alicerces da cultura coreana. Na sua visão, quais deveriam ser os alicerces da cultura do Brasil?

O Brasil é um país que se caracteriza pela diversidade de raças. Acredito que essa miscigenação poderá criar uma raça que é a mistura de todos os povos.

Hoje em dia, o que acontece é que talvez essa diversidade faz com que os descendentes de italianos, alemães, poloneses, japoneses, etc, acabem cultuando o país dos seus descendentes e esqueçam de ter o sentimento nacionalista de amor pelo Brasil.

Por ser um país continental, o Brasil possui climas, costumes e culturas diferentes. Mas acima de tudo isso, uma das características mais fortes do povo brasileiro é a sua dimensão afetiva. O brasileiro é um povo receptivo, alegre, caloroso, que se importa com o ser humano. Isso é algo muito importante e que tem um grande valor.

Penso que deveríamos fazer um resgate das nossas origens e a partir disso construir uma nova cultura moral, onde a diversidade e a dimensão afetiva estejam ligadas a uma conduta correta de vida.

Nesse sentido, acredito que temos muito que aprender com a cultura milenar oriental. Quando pensamos em povos que tem dois ou três mil anos de história, que já passaram por muitas civilizações, períodos de guerra, escassez de alimento e problemas climáticos, e que ao longo desse tempo aprenderam aprimorar seus costumes e o seu modo de vida, podemos pensar que o Brasil ainda é um país muito jovem que deve aprender com exemplos que deram certo em outros lugares.

Estabelecendo um paralelo com a cultura coreana, além do que já foi dito, acredito que deveríamos ter como pilares para o nosso desenvolvimento, a educação com  incentivo financeiro e valorização dos professores como também, a massificação do esporte, que é um instrumento de controle da violência, sociabilização e difusão de valores e de uma postura de vida.

Para finalizar gostaria de destacar uma frase que sintetiza os valores coreanos: “Povo saudável faz uma nação forte!”

NEI ALBERTO PIES:  A quem e porque recomendas a prática do Taekwondo? Tem idade para praticar este sistema de luta com filosofia?

Todos podem praticar taekwondo, segundo a metodologia que eu desenvolvi. Desde crianças, a partir de 4 anos de idade, até pessoas da terceira idade. Basta fazer uma adequação a faixa etária, aos objetivos e a necessidade de cada grupo.

Para crianças é um excelente método de educação. Além de melhorar a saúde e desenvolver-se fisicamente, divertem-se e ao mesmo tempo aprendem a resolver conflitos, conviver harmoniosamente e respeitar regras e normas.

Para os adolescentes é uma possibilidade de realizar exercícios físicos vigorosos e enfrentar aquela adrenalina típica de desafios. Desenvolve a autoconfiança e garra necessárias para essa fase da vida, onde passam por exames pré-vestibulares e desafios da futura vida profissional.

Já, para adultos é indicado como exercício físico que melhora a capacidade aeróbica, anaeróbica e a flexibilidade. Além de ser um excelente meio de controlar o estresse e extravasar a tensão da vida moderna, através de chutes, socos e gritos que fazem o aluno sentir um aumento da vitalidade e sensação de bem-estar.

 Isso tudo muito bem entrelaçado aos valores e a filosofia oriental, trabalhados de forma adequada para o melhor entendimento de cada um. De uma forma geral, o taekwondo ajuda as pessoas a serem mais fortes física e emocionalmente.

NEI ALBERTO PIES: Como percebes e como encaras o reconhecimento de tua academia em nossa cidade?

Minha percepção é a melhor possível. A Academia André Régis Taekwondo se tornou ao longo do tempo uma referência em excelência do ensino da arte marcial.

Quando iniciei meu trabalho tinha ideia de fazer algo muito bem feito e continuar melhorando em todos os aspectos. Eu acreditava que se fizesse isso sempre e de forma constante, iriam reconhecer o meu valor.

Hoje me sinto muito feliz quando as pessoas vêm até a academia pois praticamente todas dizem ter ouvido falar muito bem do nosso trabalho. Também recebo muitos elogios e agradecimentos de alunos e dos pais destes. Percebo o quanto meu trabalho é significativo na vida das pessoas, e isso é extremamente gratificante.

Sinto-me lisonjeado pelos inúmeros convites que recebo para participação em eventos, aulas, palestras… Poder compartilhar com os amigos e até com colegas de profissão minhas experiencias pessoais e profissionais a fim de contribuir para o crescimento deles, me fazem sentir que estou cumprindo a minha missão.

Dedico a minha vida a aprender, treinar e ensinar taekwondo. E a Academia é a síntese de tudo isso. Então perceber que tenho um negócio muito bem-sucedido e que ao mesmo tempo cumpre a missão de melhorar a vida das pessoas, é algo que me deixa extremamente orgulhoso pois para mim isso não é só um negócio, é algo que eu realmente amo.

NEI ALBERTO PIES: Considerações para finalizar entrevista.

Para finalizar essa entrevista, gostaria de destacar algo muito importante que é o enfrentamento do medo.

Lutar é literalmente enfrentar alguém ou algo. Para enfrentar alguém, primeiro, você precisa enfrentar a si mesmo e vencer os seus próprios medos. Adquirir a coragem para encarrar e seguir em frente. Muitas vezes falo: corajoso não é aquele não tem medo, mas sim, aquele que, mesmo com medo, segue em frente. Isso é muito importante nos dias atuais. E o Taekwondo é uma excelente ferramenta para enfrentarmos nossos medos.



Conheça também André Régis em vídeo.

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