EMEF São Luiz Gonzaga realiza Feira das Nações e abraça alunos estrangeiros e seus familiares, em Passo Fundo, RS.
Um dos aspectos marcantes da Feira das Nações, realizada no último sábado (25), pela Escola Municipal de Ensino Fundamental São Luiz Gonzaga é que, ao invés de se fixar em contar a história dos povos que formaram Passo Fundo, ela se concentra no agora e lança um olhar — e um abraço! — para os imigrantes do presente.
Situada na periferia da cidade, a São Luiz recebeu, nos últimos anos, uma grande quantidade de alunos vindos de outros países latino-americanos. Muitas vezes eles trazem histórias difíceis, tendo enfrentado dificuldades enormes em seus países de origem e também em seu trajeto até o Brasil.
Carregando traumas em suas mochilas, ao entrarem para a escola, eles ainda precisam enfrentar o problema da barreira linguística, já que a maioria chega aqui sem saber falar português.
Cansadas e tendo muitos desafios pela frente, essas crianças e adolescentes precisam ser acolhidos pelo sistema educacional.
Em um mundo conectado, no qual a imigração só tende a aumentar, precisamos aprender a fazer esse acolhimento, a conviver com as diferenças e, em meio a elas, encontrarmos união, sem deixar de respeitar o que o outro tem de único.
Foi pensando em acolher e valorizar, de braços abertos e corações receptivos, aos alunos imigrantes e seus familiares, que a São Luiz promoveu a Feira.
A atividade resultou de um trabalho contínuo, realizado ao longo do último trimestre, interdisciplinar, envolvendo educadores e educandos na construção de um olhar sobre todos os povos do nosso continente.
Cada turma ficou responsável por apresentar um país diferente e cada professor ficou responsável para contribuir com a pesquisa sobre esse país, de acordo com sua especialidade.
Assim, professores de geografia ajudaram os alunos a coletarem dados sobre os aspectos geográficos; os de história, dados sobre o processo histórico; os de matemática, acerca da economia e moeda — e assim por diante.
Esse trabalho, em si mesmo, valoriza a pluralidade, por ter sido feito a muitas mãos. O resultado não poderia ser mais bonito. Cada turma, representando um país, montou uma banca, oferecendo os dados e as experiências coletadas aos visitantes.
Muitas bancas pesquisaram as comidas típicas de cada nação e, inclusive, fizeram as receitas, oferecendo provas para degustação.
Incentivar a construção do conhecimento sobre os povos irmãos da América promove um sentido de união; transmite, para os tantos estudantes estrangeiros que frequentam a escola:
VOCÊ É BEM-VINDO AQUI.
Passa a ideia acolhedora de que, se temos várias origens, formamos, em essência, um só povo — o humano.
A Feira das Nações, em sua primeira edição, contou também com danças, apresentações artísticas e uma exposição de trabalhos sobre prevenção ao bullying.
É um evento que, por seu significado e beleza, merece ser repetido.
Fotos: Divulgação/arquivo pessoal Aleixo da Rosa. Uso exclusivo para esta publicação.
Autor: Aleixo da Rosa
Edição: A. R.