Será mesmo que devemos seguir em frente, sem indignação, sem culpa e sem vergonha por tratar os animais como se fossem objetos e não como seres sencientes e “sujeitos de uma vida” e, portanto, portadores de direito à liberdade, saúde e vida? Será mesmo? Eduque-se e eduque seus filhos e seus discípulos espirituais, dizendo não ao especismo e sim à fraternidade universal, para que o princípio do amor incondicional seja real.
Nós, humanos, somos o ponto culminante da criação e o grau mais elevado na escalada da vida e os animais não humanos só tem um sentido, a saber, estar ao nosso serviço, domínio, uso.
Só o homem é sujeito de uma vida e só o homem tem valor moral intrínseco. Só o homem é criado à imagem de Deus e só ao homem devemos respeito, amor, compaixão, pois ofender o ser humano é ofender, ferir e causar sofrimento ao próprio Deus. Os outros animais podem ser tratados como coisa, como objeto para o nosso interesse e prazer. Os animais têm apenas valor instrumental, isto é, só tem valor para nós e não em si mesmos. O homem tem dignidade, os animais têm preço.
O cachorro, o gato, o boi, o porco, o coelho, a ovelha, a galinha, a baleia, o rato, todos os animais enfim, estão sob nosso poder e deles podemos nos servir para nos entreter, para nos vestir com sua pele e couro, para fazer experimentos em vista da cura de nossas doenças ou para testar produtos químicos, farmacêuticos, cosméticos etc. E, sobretudo, para matá-los e saboreá-los. Quão grande é a nossa posição no mundo! Quão bom foi Deus dando-nos de presente o resto do mundo animal!
O animal não se importa, não tem interesse em não sofrer, em ser capturado e aprisionado, em ser privado de liberdade, em ser criado em condições de extremo stress e ser morto. Não sinta indignação, culpa e vergonha por causar sofrimento e morte aos animais, afinal são apenas animais! Nada de romantismo típico dos protetores dos direitos dos animais. Siga em frente com consciência tranquila.
Será? Será mesmo que devemos seguir em frente, sem indignação, sem culpa e sem vergonha por tratar os animais como se fossem objetos e não como seres sencientes e “sujeitos de uma vida” e, portanto, portadores de direito à liberdade, saúde e vida? Será mesmo?
O negro já foi considerado objeto de compra e venda e a isso chamamos racismo. A mulher já foi considerada propriedade do homem e a isso chamamos machismo. Nem o racismo e nem o machismo são hoje considerados legítimos e moralmente aceitos. Tratar os animais como objetos, sem direitos à liberdade, saúde e à vida tem um nome: especismo.
O especismo, isto é, a pretensa superioridade de uma espécie sobre a outra é hoje considerada legal e legítima do ponto de vista moral. Mas, haverá de chegar um dia em que olharemos para trás e nos envergonharemos, sentiremos culpa por termos sido cúmplices de toda sorte de sofrimento e morte causados a um ser do qual somos imagem e semelhança: os animais! Até lá, até que essa nova aurora moral e religiosa desponte, eduque-se e eduque seus filhos e seus discípulos espirituais, dizendo não ao especismo e sim à fraternidade universal, para que o princípio do amor incondicional seja real.