As respostas ao medo que assola as comunidades escolares não têm receita pronta, mas podemos buscar alternativas para o fortalecimento de um ambiente democrático e o auxílio de profissionais capacitados para a prevenção e a gestão adequada de ameaças e conflitos.
Acompanhamos as tristes notícias dos ataques ocorridos às escolas no país e no Rio Grande do Sul. Algumas das causas associadas a esses ataques são o bullying e a exposição da criança ou adolescente a situações violentas do cotidiano que o discurso de ódio, coordenado por grupos extremistas, busca canalizar.
Desde 2013, existe um avanço da política de interdição do debate sobre a diversidade, valorização de mulheres e da educação sexual nas escolas. Isso gerou uma política de vigia sobre as e os profissionais da educação, cerceou debates importantes que visavam a justiça, o combate às violências, a democracia e a construção de cidadania plena. Assim, a escola virou um alvo também desprotegido pelo desinvestimento em formação, estrutura física e tecnologia.
As respostas ao medo que assola as comunidades escolares não têm receita pronta, mas podemos buscar alternativas para o fortalecimento de um ambiente democrático e o auxílio de profissionais capacitados para a prevenção e a gestão adequada de ameaças e conflitos.
O governo Lula, em resposta aos recentes ataques, anunciou medidas para o enfrentamento do problema da violência nas escolas.
Garantir a capacitação de profissionais em educação para a formação em direitos humanos, retomar a gestão democrática nas escolas com o protagonismo da juventude valorizado, é urgente para a recriação de um ambiente saudável, acolhedor e democrático em que todas e todos possam participar e serem sujeitos da construção de uma sociedade solidária, justa e igualitária.
É urgente a responsabilização das empresas de Internet para que impeçam que a rede de ódio angarie adeptos e crie o efeito buscado: popularidade pelo pânico e medo!
Estamos desencadeando a Jornada pela Segurança nas Escolas que buscará envolver gestores da educação e da segurança, estudantes e educadores/as, produzindo escutas e construindo políticas que possam proteger as escolas das violências que são da sociedade e ali se transformam em terrorismo por atingir inocentes indefesos.
Jornada pela Segurança nas Escolas foi lançada em Rio Grande
A violência nas e contra as escolas também é efeito das bibliotecas escolares fechadas, como aqui no Rio Grande do Sul a exemplo do Instituto Estadual de Educação Juvenal Miller em Rio Grande, onde a deputada estadual Sofia Cavedon (PT), presidenta da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa, realizou o lançamento da Jornada pela Segurança nas Escolas nesta última quarta-feira (12/04/2023).
A nossa escola tem Biblioteca? A pergunta foi de um aluno do Instituto, presente na reunião pública, após a manifestação da Deputada que também é presidenta da Frente Parlamentar Estadual em Defesa do Livro e da Leitura, e que desde 2019 luta pela abertura de todas as bibliotecas escolares, fechadas pelo governo Eduardo Leite.
Livros Sim, armas Não. Assim, Sofia Cavedon finalizou sua intervenção no primeiro encontro da Jornada pela Segurança nas Escolas que reuniu expressiva presença da juventude rio-grandina, além da comunidade escolar e autoridades da Segurança. “Foi uma grande oficina de formação dos alunos que escutaram a versão da Polícia Civil e da Brigada Militar, diferenciando o que é crime e o desafio das escolas neste momento. Fizemos uma escuta também da escola que além das ameaças, está com o refeitório interditado, não tem servidores para a limpeza, faltam professores e coordenadora pedagógica, monitores e porteiros, e a Biblioteca está fechada! Vamos ter que mudar isso tudo”, destaca a parlamentar anunciando que a escola entrará no relatório da Operação Dever de Casa e no monitoramento online da Comissão de Educação.
Seguem registros desta importante atividade na Cidade de Rio Grande.
(Fotos: Denis Soares)
Por Deputada Estadual Sofia Cavedon e Aline Seixas, Historiadora
Porto Alegre, abril de 2023