Quando o choro de crianças e folhas de árvore passam ser problemas de convivência social é porque estamos todos/as neurótico/as e adoecidos espiritualmente.
Viver em paz com as árvores consiste essencialmente em viver em harmonia com seus elementos: terra, água, fogo, ar e espaço. Esta harmonia é mais essencial do que estamos pensando, pois nós também somos feitos destes elementos.
Se poluímos a terra com agrotóxicos, os nossos ossos serão poluídos, pois são feitos de terra que o nosso corpo absorve através do cálcio dos alimentos. Do mesmo modo se poluímos o ar que respiramos vamos afetar a nossa saúde.
Cortar árvore é abrir caminhos de precarização para o nosso sistema respiratório pulmonar. O que nos nutre e nos hospeda, então terá conseguido a atitude mais adequada para ser um protetor da ecologia.
A tese segundo a qual o Universo é autoconsciente, está caminhando a passos largos nos meios científicos de ponta.
Os programas e a informação genética, assim como a nossa própria inteligência, são a expressão desta consciência e espírito do Universo (logos). Aceitando esta afirmativa, podemos aplicar o mesmo princípio que usamos para a árvore e a vida.
Do mesmo modo, o princípio vital da árvore, é o mesmo sistema de vida dentro e fora de nós. Existe inteligência no plano biológico dentro e fora de nós. Trata-se da mesma inteligência e metabolismo. A “natureza geme e a árvore chora”.
Podemos perguntar: com postura moral, se não será perigoso intervir na programação química da natureza e da genética da vida, pois esta intervenção está desorganizando a programação e interferindo na integralidade do próprio universo?
As consequências são imprevisíveis para a própria humanidade. O que está acontecendo com a intervenção na programação da flora e da fauna já fala por si só. O que dizer então do sistema ecológico das cidades? Será que os “indiscutíveis benefícios” compensam os riscos destrutivos ainda pouco conhecidos?
Temos direito de esperar o futuro para poder julgar, sabendo que estamos pondo em risco a vida dos nossos filhos e netos? O que iremos responder para eles, quando nos perguntarem por que não fizemos nada, apesar de termos sérias dúvidas quanto aos riscos, no presente? Como justificar a nossa violência contra as árvores?
É o momento do auto avaliação da nossa disposição em relação a vida cultural-ecológica-psíquica para uma contribuição efetiva para a ecologia ambiental. (Quando o choro de crianças e folhas de árvore passam ser problemas de convivência social é porque estamos todos/as neurótico/as e adoecidos espiritualmente).
Talvez seria melhor jardinar as avenidas e ruas de nossas cidades com árvores de plásticos, porque não caem folhas, evitam a “sujeira das nossas calçadas”. A única dúvida que fica é se as sombras das árvores de plásticos refrigeram e colaboram para a fotossíntese.
Meu protesto em nome das árvores assassinadas e por uma ecologia integral.
Autor: José André da Costa, msf.