Carecemos de uma mudança urgente, uma vez que o acúmulo desta dupla jornada pelas mulheres resulta não somente no esgotamento físico mas também interfere em sua saúde mental.
Tem sido frequente ouvir – de homens – sobre o quanto participam com suas companheiras na execução das atividades domésticas. Quando lhes pergunto sobre quais são estas, tenho por respostas uma lista mínima de afazeres, o que corrobora com uma pesquisa feita por National Survey of Families and Households, um departamento da Universidade de Michigan (EUA) que realiza pesquisas longitudinais em famílias norte-americanas. Segundo o órgão, enquanto as mulheres contribuem com 64% das horas trabalhadas em casa (serviços domésticos) os homens não contribuem com mais do que 30% destas.
Mas como mudar esta realidade numa sociedade onde há décadas as mulheres deixaram de ser “donas de casa” – tão somente- para também trabalhar fora? Onde a cultura ainda vê tais tarefas como obrigação da mulher?
Reafirmo: carecemos de uma mudança urgente, uma vez que o acúmulo desta dupla jornada pelas mulheres resulta não somente no esgotamento físico mas também interfere em sua saúde mental.
A data (recém passada) de 23 de setembro assinalava o Dia Internacional de Combate ao Estresse, a qual fora instituída mundialmente para que se reflita sobre este mal que assola milhões de pessoas no mundo. Segundo a Organização Mundial de Saúde, cerca de 90% da população mundial sofre com o estresse, e, no Brasil, a preocupação também é grande. De acordo com um levantamento da Associação Internacional do Controle do Estresse (ISMA), já somos o segundo país do mundo com o maior nível de estresse.
É claro que o estresse pode decorrer tanto do ambiente de trabalho como do social, ou mesmo dentro das relações familiares. Proponho, neste texto, uma reflexão apenas sobre o questionamento aos casais (a base e a origem de uma família) sobre o quanto um bom entendimento na distribuição da execução das tarefas domésticas tem implicância na saúde e na qualidade de vida de ambos.
Há muitas formas de combate ao estresse, desde cuidados alimentares, prática de atividades físicas diárias, de qualidade de sono, da manutenção de relacionamentos sociais e de lazer, além de uma rígida disciplina financeira e de responsabilidades com o trabalho. Assim, como múltiplas são as causas desencadeadoras de estresse, igualmente, um sem número de atitudes podem nos auxiliar no seu combate.
Amigo leitor, comece por cuidar de quem você ama, seja justo e assuma a execução de mais tarefas domésticas em sua casa, ambos ganharão com isso.
Podemos agradecer e comemorar todos os dias, sem, no entanto, deixarmos de lutar por um futuro melhor. Pessoas que têm por hábito a prática de atitudes de gratidão vivem de forma mais leve, adoecem menos e são aquelas que sempre queremos ter ao nosso lado. Sendo mais gratos seremos mais queridos e estaremos em paz conosco. Leia mais: https://www.neipies.com/com-gratidao-adoecemos-menos/
Autor: César A R de Oliveira
Psicólogo – whats app (54) 99981 6455
Edição: Alex Rosset