Cuidar de filhos é tarefa dos pais,
por que “quem ama, cuida”.
E também da escola e também
de toda a sociedade.
Por que a verdade liberta!
Ainda somos assolados por medos infundados, mesmo diante de evidências irrefutáveis. Estou falando em HIV, ou AIDS. A cada campanha em favor do uso da camisinha ouvimos argumentos de que estão estimulando a prática sexual, não só entre os adolescentes, mas por parte de qualquer pessoa. Desconfio que por parte das mulheres. Os homens são licenciados sem questionamentos.
Sonegar informação aos filhos não muda o fato de que o desejo sexual é algo poderoso. Cabe aos pais certificar-se de que os valores que passaram a vida toda através dos testemunhos de respeito a si e ao outro, estejam devidamente incorporados. Isso não é garantia de comportamento sem riscos. Seria ingenuidade imaginar que temos santinhos castos dentro de casa.
Sueli Ghelen Frosi, da Escola de Pais do Brasil afirma que pais e mães sempre são educadores e que devem ser parceiros da escola, para a humanização dos filhos. Os filhos são educados pela linguagem, pelas emoções, pelo respeito e pelos exemplos.
Sabe-se que a AIDS está aumentando por aqui e é uma boa notícia o que a ciência nos diz hoje em dia. As farmácias podem vender kits de testes de AIDS caseiros, imagina! Frente a isso é importante saber que há um protocolo de cuidados com soropositivos disponível na rede pública de saúde, o que permite que, uma vez a sorologia testada em casa dê positiva, dá acesso a essa rede. A medicina conta com medicamentos capazes de tornar o vírus indetectável. Isto quer dizer que, uma vez uma pessoa tenha o vírus indetectável, ela para de infectar outra, o que sinaliza uma diminuição de casos novos.
A informação a respeito do teste de AIDS de farmácia é um dever de todos. O acolhimento aos infectados também. Dizer da gravidade da doença, mesmo que tratável, é obrigatório, por que não tem cura. O que existe são tratamentos que permitem a continuação da vida com uma qualidade impossível há poucos anos. Recorrer à testagem do vírus, sabendo disso, arranca do imaginário o medo que cerca a AIDS ainda hoje. Sem tanto medo diminui o contingente dos que não se sabem soropositivos e são potenciais contaminadores.
Mesmo sendo leiga no assunto encorajei-me a trazê-lo, respaldada no que aprendi no Saia Justa (GNT). Senti a seriedade da pauta e comemorei as novidades trazidas por profissionais da área. Todavia, leiga que sou, pensei muito antes de passar este conteúdo, mas os preconceitos que ainda cercam a sexualidade e a hipocrisia que mata por falta de informação encorajaram-me a conversar com os pais, o que faço há anos.
Meu intuito aqui é de enfatizar a necessidade de cuidarmos uns aos outros. Debelar medos patológicos dá um alívio danado! Cuidar de filhos é tarefa dos pais, por que “quem ama, cuida”. E também da escola e também de toda a sociedade. Por que a verdade liberta! Sempre devemos estar capacitados a dar respostas, se não científicas, mas aquelas que dão colo, acolhimento e capacidade de compreender as dificuldades que cercam a adolescência, as mulheres que ainda não sabem exigir proteção sexual, aos que deixam de viver sua sexualidade por medo e ignorância.